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quinta-feira, março 31, 2005

flor do amor


coisas de amor

Hoje, manhã cedo, eu diria “ao nascer da aurora”, vento fresco a fustigar meu rosto, uma réstia de Sol a “alevantar-se” a nascente, deu-me para pensar no amor. De amores e desamores é o Mundo construído, a sua face e o verso, mas o que verdadeiramente despertou os meus “profundos” pensamentos foi uma pequena folha de hera colhida no caramanchão sobranceiro à curva da vereda por onde caminho.

O amor se já por si é uma palavra difícil de interpretar, não o é menos o sentir que envolve. “Amor de mãe”, “amor filial”, “amor há só um”, “amor perfeito”, “amor à primeira vista”, “o amor é louco”, “amor à camisola”, “morrer de amores”, “fazer amor” e tantas outras aplicações na linguagem corrente e nos lugares comuns.

Vou consultar o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia de Ciências de Lisboa... ah quanta erudição! Tendo como entrada a palavra amor:

“Predisposição da afectividade e da vontade, orientada para o objecto que a inspira, e é reconhecido como bem” ou então “Afeição profunda de uma pessoa por outra, de carácter passional e que, geralmente, implica atracção sexual” ou ainda “Sentimento intenso de afeição por alguém com quem se tem alguma afinidade ou empatia, podendo haver ou não laços de sangue”.

Na minha opinião, o amor contém e está contido na amizade. Por essa razão, a lógica linear do pensar tem a dificuldade maior de lhe dar uma definição concreta. O amor encontra o seu mais adequado terreno para germinar no muito querer e sentir. Com afecto, carinho e compreensão se alimenta o sentir, se fomenta o muito querer.

quarta-feira, março 30, 2005

uma flor para a... suzana


parabéns minha querida amiga

leituras e audições

Procuraremos neste espaço dar nota semanalmente de um livro e de um CD que de alguma forma nos tenha sensibilizado. Poderá não ser uma novidade editorial, mas será com certeza ao nosso gosto.


Livro
Don Giovanni ou O dissoluto absolvido
José Saramago
Caminho, Março de 2005

Este livro do Prémio Nobel, escrito ao estilo de Teatro, já destinado a ser cantado no Teatro alla Scala, resultou de um desafio que Saramago tardou em aceitar. O convite havia-lhe sido feito por Azio Corghi que se propunha utilizar um texto de José Saramago como fundamento dramático ao libereto de uma ópera sua.

Como posfácio desta obra é publicado o texto do programa do Teatro alla Scala relativo à representação da ópera Don Giovanni o Il Dissoluto Assolto, escrito por Graziella Seminara, com tradução do original italiano para português de Mário Vieira de Carvalho.


CD
Lisbela e o Prisioneiro
Caetano Veloso e amigos
Editora: CineMark, SP - Brasil

Banda sonora da comédia romântica de Guel Arraes, “Lisbela e o Prisioneiro”, com interpretações do próprio autor Caetano Veloso e de Los Hermanos e Trio Forrozão. É uma pérola da música brasileira em gravação de promoção, não se encontrando à venda.

Mão amiga fez chegar até à Oficina esta preciosidade musical que aqui fica referenciada.


terça-feira, março 29, 2005

flor do jardim do pinheirinho


signos e sinais

O MEU SIGNO XAMÂNTICO
Cervo
”A Lua do Plantio do Milho”
O Cervo é forte, elegante e orgulhoso, e pode ser agressivo se provocado. Pessoas Cervo são muito habilidosas e encontram a segurança através das posses materiais. O Cervo é amistoso e tem grande curiosidade intelectual. Mas pode ser também inconsistente, agitado e folgado. Sua natureza é vivaz e versátil. Gosta de falar e está sempre alerta a tudo que acontece ao seu redor. No amor, é mutável. Entusiasma-se com a mesma rapidez com que perde o interesse. Sua missão na vida é aprender a coordenar os diferentes elementos que o atraem. Gosta de mudar o velho pelo novo e detesta a rotina. Ama as mudanças e os desafios, por isto está sempre saltando de um relacionamento a outro, de um emprego a outro.


O MEU SIGNO CIGANO
Candeias
Representa as luzes e a verdade, portanto a sabedoria e a clareza de idéias. As candeias eram usadas para iluminar os acampamentos. Também simbolizam a esperteza e a vivacidade. A pessoa sob esta influência é comunicativa e tem uma inteligência brilhante, fazendo muitos amigos. Adora estudar e pesquisar, principalmente, o que se relaciona a ela mesma. É romântica e nunca desiste de uma conquista, mesmo que não se envolva por completo. Quando quer algo, consegue.

segunda-feira, março 28, 2005

ninhos de andorinha


nocturnos sentires

Na Primavera, depois da hora do pôr-do-sol, quando o negro da noite começa a invadir o espaço de Vale do Rosal, o ambiente anima-se com novos movimentos e sons que à luz do dia se não verificavam. As aves nocturnas animam o tempo a partir daí e até alta madrugada com os seus piares agudos e frequentes voos de caça.

Em tempo de lua cheia é um encantamento fazer a contagem das silhuetas das aves que nos seus voos contrastam com a luminosidade lunar. Podem, inclusive, ser vislumbrados bandos migratórios que usam as horas nocturnas para efectuarem as suas deslocações de maior distância.

Os olhos das aves nocturnas, colocados na posição frontal, são redondos e amplos e contém em si muito mais células foto-sensíveis do que qualquer outra ave. O desenho característico das faces ajuda a conduzir mais som aos canais auditivos: Têm uma visão e uma audição extraordinárias.

Ligados, desde sempre, ao mistério, ao extrasensorial e ao sobrenatural estas aves incomparáveis continuam com forte presença no nosso imaginário. Não raro damos por nós a idealizar como serão as suas secretas vivências e que conhecimentos profundos terão acumulado no decorrer dos tempos.

Quando os oiço piar nas tranquilas noites da Primavera, no caminhar para o Verão já tão perto, sinto um desejo profundo de melhor os conhecer, de decifrar o sentido do seu misterioso olhar. De conhecer o significado dos seus voos e dos seus piares.

Piuuuuu! Piuuuu! Piuuuu!

domingo, março 27, 2005

uma flor para a... deméter


parabéns minha querida amiga

novos apontadores de leitura (links)

De acordo com os critérios editoriais da Oficina das Ideias criamos, frequentemente, novos apontadores e leitura. Três razões fundamentais nos levam a essa decisão:
1 – Pela qualidade extraordinária que encontramos em determinado blogue, de acordo com a nossa avaliação pessoal;
2 – Como reconhecimento aos comentários que são deixados nos posts da Oficina das Ideias;
3 – Em resultado da permuta de indicadores de leitura.

Damos conta, de seguida, de alguns dos mais recentes, solicitando a todos os companheiros da blogoesfera que estando abrangidos pelos critérios referidos não tenham o respectivo indicador de leitura na Oficina que nos façam chegar essa informação.

Blitzkrieg, de Pelonaventa – “A mente é como um pára-quedas. Só funciona se o abrir.” Frank Zappa

Confissões de uma Alma perdida, de Carlos Prates – Se queres vencer o mundo, vence-te a ti próprio

Atrás da Porta, de Dora –

Moriana, de Musalia - Anotações quotidianas em volta de um monólogo interior que flutua entre descobrir e guardar. Viagem pela diversidade de memórias que unem passado e presente, avivando cada imagem de ontem com as tonalidades do olhar de hoje.

Pelos Olhos de Caterina, de Caterina – “Se podes olhar, vê”

um minuto que vale uma hora

Em Portugal Continental e na Região Autónoma da Madeira será adiantada de 60 minutos à 1 hora do Tempo Legal (1 hora UTC), em 27 de Março de 2005.

Na Região Autónoma dos Açores será adiantada de 60 minutos às 0 horas do Tempo Legal (1 hora UTC), em 27 de Março de 2005.

A hora legal pode ser calibrada em HORA LEGAL

Um minuto depois da publicação deste post, uma hora passou no registo da Hora Legal, significando que no dia 27 de Março de 2005 não existirão registos temporais depois da 01:00 hora e até às 02:00 horas.

sábado, março 26, 2005

memorial a pablo neruda

Sobranceiro ao mar, num local onde o nosso olhar se delicia com a ampla visão que vai da romântica Serra de Sintra até ao ousado Cabo Espichel, o memorial a Pablo Neruda assinala o apreço que o povo almadense tem relativamente ao poeta chileno, na passagem do centésimo aniversário dos seu nascimento.



Da autoria do escultor José Aurélio este memorial completa a trilogia que Almada criou para homenagear Neruda, que também inclui a Via Panorâmica Pablo Neruda e a escultura “Emissor Receptor de Poesia”.

O memorial está situado junto ao cunhal poente do Convento dos Capuchos, cuja primeira edificação data do ano da Graça de 1558, por iniciativa de Lourenço Pires de Távora, originário de Almada, que tendo viajado pelo Mundo se distinguiu na diplomacia e nas armas.



Quem fui? O que fui?
O que somos?
Não há resposta, passámos
Não fomos, éramos.
Outros pés, outras mãos,
Outros olhos.

Mas aprendi muito mais
Com a grande maré
Das vidas, com a ternura
Vista em milhares de olhos
Que me viam ao mesmo tempo.
(Neruda)

sexta-feira, março 25, 2005

lua de março


espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de maravilhar. Juntando algumas palavras, dando-lhe algum sentido procuro nelas o encantamento. Perdoem a ousadia, mas cá vou eu poetar.


Encantamento

Naquele fim de tarde de tamanho encantamento
Quando o sol desenhava arabescos no sadino leito
Em terras da romana salatia senti contentamento
P’la visão de esbelta mulher, de corpo tão perfeito.

O doce olhar encurtou distâncias, doirado caminho
Sonhos nas asas de airosas cegonhas que esvoaçam
Pintando círculos de luz como as velas do moinho
Seguindo o caminho dos sinais que no rio acima passam.

Os rosados lábios calam o que os olhos teimam afirmar
Cúmplices das palavras que não são ditas mas sentidas
Que as esguias mãos num gesto expressivo deixam escapar

Numa tentação de moira encantada que do rio se abeirou
Seguindo o sonho de imagens por tantas vezes repetidas
Na mais afectuosa e doce partilha aqui me ofertou.

quinta-feira, março 24, 2005

julio verne

Júlio Verne, escritor francês nascido em Nantes, considerado um dos mais lidos de sempre faleceu faz hoje 200 anos. Na segunda metade do Século XIX, Verne previu nos seus romances alguns dos mais significativos progressos tecnológicos dos nossos tempos.

uma noite de malandros

Esta noite vai acontecer “malandrice”, disso não tenho qualquer dúvida, a começar pelo facto de que na procura de algo que o estômago conforte, no tempo que convencionalmente chamamos “jantar”, fomos sentar-nos aos pés do Bocage, no ano em que se comemora 200 anos da sua morte.

Saindo daqui de onde agora me encontro, Bocage terá sido interpelado por um cívico da seguinte forma: Quem és? De onde vens? Para onde vais? Ao que respondeu com a “forolice” que lhe era habitual, mas que não o conseguiu levar para lá dos 40 anos de idade: Sou Bocage! Venho do Nicola! E vou para o outro mundo, se disparares a pistola!

Pois é aqui neste mítico espaço que me preparo para degustar um “bife à Nicola”, pois malandra que é a noite já estão esgotados os pratos do dia. Antes, porém, uma sopa de feijão à portuguesa, leia-se, com muita hortaliça, é servida por empregada magrita mas de bela coxa, “fausse maigre”, diria eu.

À entrada para o Coliseu dos Recreios, que de malandrice já tem que baste, de anos e anos de actividade circense, uma série de malandros tentam vender por 5 Euros (érios?) o programa do espectáculo que é uma malandrice acompanhada de um lápis que comemora e que escreve, mas que não ensina a escrever.

Depois é o espectáculo. Musical bem arrancado há 25 anos da inspiração do Chico Buarque de Holanda, chega agora a Portugal com um naipe de excelentes actores/cantores. Como teste à audiência, um chorrilho de palavrões que ao que sei, noutros espaços que não o Coliseu no dia de hoje, provocou uma debandada de alguns espectadores mais castos no ouvir.

Dois malandros que são três, pois a autoridade não foge à classificação, lutam pelo negócio do tabaco, do álcool e das putas, com duas mulheres de permeio, mais de amores do que de desamores. O culminar foi mais de meia hora de aplausos, sentados e de pé, numa homenagem bem merecida a tamanhos malandros que do Brasil vieram até nós recordar o grande Chico.

A noite, essa continuava malandra. Depois de tantas promessas de chuva, não é que mostrava seu manto de estrelas com a Lua quase cheia?

quarta-feira, março 23, 2005

em terras de salatia


notas de coleccionismo

Viagem do Açúcar

Tem estado a decorrer na cidade de Alcácer do Sal a Exposição Temática de Pacotes de Açúcar, designada “Viagens do Açúcar” promovida pelo CLUPAC, Clube Português de Coleccionadores de Pacotes de Açúcar e comissariada por Rui Colaço.

A exposição esteve patente durante uma semana no Centro de Formação de Professores em Alcácer do Sal e na semana corrente na Biblioteca Municipal de Alcácer do Sal.

Esta exposição é composta actualmente por dezasseis quadros temáticos, com pacotes de açúcar provenientes de vários países, e de um painel que apresente uma breve história do açúcar em Portugal. Duas vitrines apresentam muitas peças soltas de coleccionismo, algumas delas muito curiosas.



O CLUPAC apresenta nesta exposição uma amostra da diversidade existente nas embalagens individuais de açúcar, pretendendo dar a conhecer um tipo de coleccionismo com muitos atractivos e que, pela sua natureza, está ao alcance de todos.

“Viagens do Açúcar” foi apresentada ao público pela primeira vez na Escola Secundária de Lousada, em Setembro/Outubro de 2003, antecedendo a realização do 2º Encontro Internacional de Coleccionadores, o “Portsugar 2003”. Então, apenas com onze quadros temáticos, tendo esta exposição vindo a crescer, suscitando um grande interesse da parte do público em todos os locais onde tem sido apresentada.

Hoje, dia 23 de Março, realizou-se uma sessão pública sobre coleccionismo de pacotes de açúcar na Biblioteca Municipal num anfiteatro instalado no âmbito da exposição.

terça-feira, março 22, 2005

cravo vermelho


água, esse bem precioso

A revista biográfica "Crónicas de los Tiempos", de Abril de 2002, publicou um texto intitulado “Carta escrita em 2070 - Uma realidade!”.

A minha amiga Zinda fez chegar à Oficina este interessante documento, que temos muito gosto em partilhar com os nossos assíduos leitores


Ano 2070. Acabo de completar os 50, mas a minha aparência é de alguém de 85.

Tenho sérios problemas renais porque bebo muito pouca água. Creio que me resta pouco tempo de vida. Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade. Recordo quando tinha 5 anos. Tudo era muito diferente. Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro com cerca de uma hora.

Agora usamos toalhas embebidas em azeite mineral para limpar a pele. Antes todas as
mulheres mostravam as sua formosa cabeleira. Agora devemos rapar a cabeça para a manter limpa sem água. Antes o meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira. Hoje os meninos não acreditam que a água se utilizava dessa forma. Recordo que havia muitos anúncios que diziam CUIDA DA ÁGUA, só que ninguém lhes ligava; pensávamos que a água jamais podia acabar.

Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aquíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados. Antes a quantidade de água indicada como ideal para beber era oito copos por dia por pessoa adulta.

Hoje só posso beber meio copo. A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo; tivemos que voltar a usar os poços sépticos (fossas) como no século passado porque as redes de esgotos não se usam por falta de água.

A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele pelos raios ultravioletas que já não tem a capa de ozono que os filtrava na atmosfera, imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados. As infecções gastrointestinais, enfermidades da pele e das vias urinárias são as principais causas de morte.

A industria está paralisada e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e retribuem com água potável em vez de com salário.

Os assaltos por um bidão de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Pela ressequidade da pele uma jovem de 20 anos está como se tivesse 40. Os cientistas investigam, mas não há solução possível. Não se pode fabricar água, o oxigénio também está degradado por falta de árvores o que diminuiu o coeficiente intelectual das novas gerações.

Alterou-se a morfologia dos espermatzóides de muitos indivíduos, como consequência há muitos meninos com insuficiências e deformações.

O governo até nos cobra pelo ar que respiramos. 137 m3 por dia por habitante adulto. A gente que não pode pagar é retirada das "zonas ventiladas", que estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam com energia solar, não são de boa qualidade mas pode-se respirar. A idade média é de 35 anos.

Em alguns países sobram manchas de vegetação com o seu respectivo rio que é fortemente vigiado pelo exercito. A água tornou-se um tesouro muito cobiçado, mais do que o ouro ou os diamantes. Aqui em troca, não há arvores porque quase nunca chove, e quando chega a registar-se uma precipitação, é de chuva ácida; as estações do ano tem sido severamente transformadas pelas provas atómicas e da indústria contaminante do século XX.

Advertia-se que havia que cuidar do meio ambiente e ninguém fez caso. Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem descrevo o bonito que eram os bosques, falo da chuva, das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse, o saudável que era a gente.

Ela pergunta-me: Papá! Porque se acabou a água? Então, sinto um nó na garganta; não posso deixar de sentir-me culpado, porque pertenço à geração que terminou destruindo o meio ambiente ou simplesmente não tomámos em conta os avisos. Agora os nossos filhos pagam um preço alto e sinceramente creio que a vida na terra já não será possível dentro de muito pouco porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.

Como gostaria de voltar atrás e fazer com que toda a Humanidade compreendesse isto quando ainda podíamos fazer algo para salvar ao nosso planeta Terra!

22 de Março foi internacionalmente proclmado como Dia Mundial da Água

segunda-feira, março 21, 2005

do jardim do pinheirinho


poesia da vida

_Então disseste que hoje é o dia da poesia, hem? Porquê hoje?
_Bom... a Unesco declarou o dia 21 de Março como Dia Mundial da Poesia... desde 2000. Aliás, hoje três dezenas de poetas comemoram este dia na Figueira da Foz
_Aqui????
_Siiimmmm, no CAE e no Casino. Vou escolher aqui um poema meu para que hoje o leias.

_Gosto muito... porque escolheste este? Alguma razão em particular?
_Razão especial só o facto de eu achar que consigo colocar a mulher no lugar elevado em que eu sempre a vejo, Lugar que tu igualmente ocupas, pela tua verticalidade, pela tua coragem, pelaa tua afectividade...
_ Estou a ler as tuas palavras e a lembrar do poema... acho o poema muito sensual, que entra dentro do da alma de uma mulher, que irradia sensualidade, intimidade e desejo, ... acho forte por isso tudo.
_De qualquer forma.... foi escrito quase de uma só vez, sem pensar muito, como quase sempre me acontece...
_Mexe muito com a intimidade e desejo entre duas pessoas, coloca a descoberto os pensamentos mais profundos de alguém, e por vezes isso choca, claro... não é que eu não goste... pois acho-o muito bonito, e gosto de como está escrito...
_Sabes, a tua experiência de vida e sensibilidade sabe ir ao encontro do que passa na cabeça de uma pessoa... sabes exactamente os sentimentos que se geram... e isso nota-se em tudo o que escreves, pintas, fotografas...
_Não é muito frequente eu receber esse afecto que me estás a enviar, esse reconhecimento.

_O “eu poético” faz-me um pouco confusão... não se consegue separar os vários EUs da mesma pessoa... pelo menos separar no verdadeiro sentido da palavra...
_Sabes bem que eu não me julgo um bom poeta, nem pouco mais ou menos.... mas acho que um poema só ganha valor quando passa a ser universal.... quando expressa sentimentos e faz despertar pensamentos e sentires sem ser especialmente dirigido a uma pessoa.
_Concordo... mas como se consegue escrever e descrever tão bem certos sentimentos se eles não existirem também na própria pessoa? Tem de ser algo sentido... mesmo que não seja por ninguém em particular, daí que eu diga que esses sentimentos coexistem no poeta que escreve.
_Na verdade eu acho que não sou cínico... então não escrevo sem sentir....isso concordo... agora a inspiração pode ter origem individual ou em sentires mais amplos...

_Sabes o poema e o poeta que o escreve, fez-me lembrar o fotografo e a modelo....
Aqueles fotógrafos que fotografam modelos em poses super sensuais, em todos os pormenores, mas não se podem envolver com as modelos senão estragam tudo- Tem de haver distanciamento para se conseguir fotografar /escrever... é isso?

_Isso está muito bem observado. Mais do que distanciamento tem que haver alguma instabilidade.... algo muito estável, muito certo, acaba por não ser inspirador
_Pois mas o problema é essa instabilidade passar para os leitores...
_O fotógrafo encontra na sensualidade das imagens, mais as sua fantasias, a sua imaginação.... de facto se houver envolvimento perde-se o mistério, a procura, que é algo muito inspirador.
_Acho que com o poeta deve ser o mesmo não?
_Concordo totalmente.

_Acho que festejamos condignamente o Dia da Poesia.... devemos sentir-nos felizes pela capacidade que temos de tanto conversarmos um com o outro.
_É isso mesmo... Um brinde...

Na sua 30ª sessão anual, realizada em Outubro/Novembro de 1999, em Paris, a UNESCO declarou o dia 21 de Março como Dia Mundial da Poesia.

domingo, março 20, 2005

primavera


hoje a noite e o dia são iguais

O equinócio da Primavera marca, no hemisfério norte, o momento em que no mês de Março o dia e a noite têm igual duração. De acordo com o Borda d’Água, o verdadeiro almanaque, reportório útil a toda a gente, o momento do equinócio que marca o início da Primavera, coincide com o momento em que este post vai ser publicado, isto é, às 12 horas e 34 minutos.

Em termos esotéricos e da tradição este é o início do tempo de procurar a verdade da vida e de nos libertarmos das mentiras acumuladas no ano passado. É o momento da purificação do corpo e do espírito. É época de recomeçar.

É tempo de energia abundante, de intensidade e de persistência para atingirmos os nossos objectivos. É a época da dádiva espiritual e material. Aqui na Oficina contemplámos o nascer do Sol e ficámos mais ricos.

Os antigos gregos, egípcios, sumérios, babilónios e celtas foram povos que agradeciam à "mãe terra" tudo o que ela lhes oferecia: alimentos, curas e riquezas. E agradeciam com festividades e cerimónias que eram realizadas no início e final de cada estação, ou seja, nos equinócios e solestícios.

A Primavera, em quase todas as tradições, é tida como a fase de fertilidade e beleza da Natureza, é quando todos os seres, plantas e animais, acordam de seu repouso (inverno) para um novo ciclo de produtividade. É quando tudo se enfeita e se torna belo e fértil, para garantir a frutificação. Não é sem sentido que a Primavera é considerada a mais bela estação do ano.

sábado, março 19, 2005

uma flor para o... pai manel


para o pai manel onde quer que ele se encontre

neruda, praia do sol, recife

Da Alameda Pablo Neruda, homenagem ao eterno poeta chileno do meu imaginário de Liberdade, eu vejo o MAR.

Deixo, então, espraiar meu olhar, cansado de tantos sentires, muito para lá da linha do horizonte, quiçá do infinito.

Oiço o bru-a-a da rebentação das ondas que beijam as doiradas areias antes de se esfumarem em prateada espuma. De um caramanchão de heras solta-se uma pequenita folha.

A brisa do mar vem colocá-la docemente a meus pés.



(inspirado num poema de Neruda publicado por Lualil, no Traduzir-se...)

sexta-feira, março 18, 2005

magnólia


espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de maravilhar. Juntando algumas palavras, dando-lhe algum sentido procuro nelas o encantamento. Perdoem a ousadia, mas cá vou eu poetar.


Um Belo Sonho

Sonhar é voar é ir mais além
Do que o pensamento nos admite.
É sentir o muito querer por alguém,
Por mais que a razão nos limite
O coração sempre quer e o permite

Em seu sonho tão linda e indefesa
Despojada de roupa e muito bela.
Sobre o leito espraia sua beleza,
Que o olhar se deslumbra e enovela
Em memórias que anima e desvela.

Seu rosto sereno faz-me pensar
Que vive um sonho belo e muito terno.
Lindos olhos boca de encantar,
A tranquilidade de um sentir eterno
Que ilumina de Verão dias de Inverno.

Seus seios de mulher que doçura
Por vermelha cambraia estão cobertos.
A imaginação voa longe e em loucura,
Por espaços amplos e abertos
Nossos sentidos são então despertos.

Seu ventre é suave e sensual
Arredondado e macio no sentir.
Está coroado por um brilhante divinal,
Que ilumina o caminho a seguir
No espaço e no tempo sinal do devir.

O âmago do seu ser seu tesoiro
Recatadamente velado ao meu olhar.
Emoldurado por delicioso tosão de oiro,
É um sonho sonhado de louvar
O muito querer porque não? o adorar.

Seus lindos olhos de mel eu beijei
Numa doce carícia sem ter fim.
Na exuberância do sentir eu fiquei,
Consigo eternamente junto a mim
A mente a dizer não o coração sim.

Por seus olhos de mel me perdi
Deixei-me envolver pela loira cabeleira.
Aconcheguei-a a meu peito e senti
O calor de seu corpo duma maneira
Como se para mim fosse a vez primeira

Sonhei-a no Arco-Íris celestial
Por terras e mares maravilhosos.
Adorei sua imagem única sem igual,
Seu olhar e sorriso maliciosos
De seu corpo contornos deliciosos.

Queremos muito que o sonho não acabe
Mas tudo que começa tem um fim.
Diz o Povo que é aquele que mais sabe
Mas porque o pouco é imenso para mim
O sonho me ensinou um eterno sim.

quinta-feira, março 17, 2005

candura de um momento


leituras e audições

Procuraremos neste espaço dar nota semanalmente de um livro e de um CD que de alguma forma nos tenha sensibilizado. Poderá não ser uma novidade editorial, mas será com certeza ao nosso gosto.


Livro
Anjos e Demónios
Autor: Dan Brown
Editora: Bertrand, Fevereiro de 2005

Somente agora é editado em Portugal o primeiro livro que Dan Brown escreveu, na sequência do grande êxito editorial que foi O Código de Da Vinci. Tendo havido aqui uma troca no tempo é, contudo, uma obra que se impunha ser publicada em português.

Este livro é extraordinariamente oportuno em relação ao momento actual que se vive no Vaticano: a perspectiva eminente da sucessão papal. Também este romance decorre num período em que o Colégio dos Cardeais estão reunidos para eleger o novo Papa.

O trama recorre à existência, evidenciada por uma marca encontrada no peito de um cientista assassinado barbaramente, de uma antiga Irmandade chamada Iluminatti, supostamente extinta há séculos e inimiga da Igreja Católica.

O drama de um rapto de quatro cardeais e o propósito de destruir o Vaticano justificam a intervenção do professor de simbologia Robert Langdon, que também virá a ser figura central de O Código de Da Vinci, para salvar o Vaticano.


CD
The very best of...
Incantation
Editora: Music Collection International, UK

O encantamento da musicalidade dos Pan Pipes, numa compilação das músicas mais conhecidas e mais tocadas em todo o Mundo. Um banquete de excelentes oportunidades de viajar pelas terras andinas, sentir nas sonoridades o ambiente local que ecoa de montanha em montanha.

A música dos Incantation apresenta-se aqui mais vibrante do que nunca, contínua e envolvente. São dez anos de trabalho em que expandiram o seu saber às sonoridades latinas, irlandesas e inglesas. Não são alheias as influências da música celta.

quarta-feira, março 16, 2005

sol com novas tonalidades


um pedaço de papel

Naquele dia, vindo das terras do longe, chegou à cidade um homem velho, andrajoso, amparado a um bordão seu companheiro de longas caminhadas. Só dele se abeiravam os cães que na sua liberdade de vaguear pelas ruas pareciam reconhecê-lo. Aproximavam-se dom a cauda a dar a dar. Não lhe ladravam tampouco.

As pessoas, essas evitavam com ele cruzar-se temendo serem importunadas por esse homem velho que tinha todo o aspecto de ter realizado longa caminhada, embora não fizesse qualquer gesto que indicasse que procurava repousar. Antes, o seu olhar percorria o espaço que o rodeava, na procura sabe-se lá do quê.

A mulher que descia a rua pelo ,mesmo passeio e que se não desviou do velho homem, ficou surpreendida, ao cruzar-se com ele, com o brilho do seu olhar e com o odor a jasmineiros que de sua figura suja e andrajosa emanava. A mulher sentiu-se, por momentos, estonteada e teve que procurar apoio na parede mais próxima.

No boteco da esquina o velho entrou e tomou uma cerveja, talvez Skol. Pagou com uma moeda que foi buscar lá bem no fundo do bolso das calças e junto com a qual vinha um pedaço de papel. Estendeu-o ao empregado do boteco, dizendo-lhe:
_Algum dia uma bela mulher entrará aqui com as lágrimas nos olhos. Entregue-lhe este pedaço de papel.

Logo que o velho homem saiu do boteco, o empregado, roído de curiosidade, desdobrou o papel para poder ler o que lá estaria escrito. Grande decepção. O pedaço de papel estava completamente em branco.

Quando um dia entregar o mesmo pedaço de papel a uma bela mulher que entre no boteco com as lágrimas nos olhos, ela poderá ler:

“Caminha! Ultrapassa vales e montes, mares e continentes... Vais sentir dificuldades, escolhos, traições... Com a tua força interior continua a caminhar que encontrarás a merecida tranquilidade... o bem estar”.

terça-feira, março 15, 2005

despontar de florinha sobre vermelho


a minha opinião

Estamos em época de “pedir desculpas”.

O Papa pediu desculpa pelas atrocidades cometidas no negro período da Inquisição, justificadas pela defesa da Fé.

Um ministro de um governo qualquer pediu desculpa às famílias atingidas pela morte provocada pela incúria dos serviços públicos.

O Bibi pediu desculpa por durante anos a fio, sem dó nem piedade, ter abusado de crianças indefesas quando a sua obrigação era defendê-las.

É um autêntico branqueamento espiritual e psíquico, tanto ou mais grave do que o branqueamento de dinheiro oriundo dos negócios da droga e das armas.

No entanto, tal como acontece com os pedófilos, também a igreja e os políticos são compulsivos nos seus actos pouco claros e passíveis de julgamento. Porquê, então, pedir desculpas, se logo depois se cometem outros actos passíveis de julgamento recriminatório.

Duas notícias muito recentes:

1) O Vaticano recrimina violentamente o escritor Dan Brown, autor dos livros Anjos e Demónios e O Código de Da Vinci, ambos editados pela Bertrand, acusando-o de por em causa a seriedade da igreja e ofender não só os católicos, como o cristãos de um moo geral.

2) Sócrates, recém empossado primeiro ministro da República Portuguesa afirmou que “as mulheres socialistas não têm protagonismo político e técnico para fazerem parte do executivo”.

Estarão a ser criadas novas situações para o já habitual “pedido de desculpa”?

segunda-feira, março 14, 2005

uma flor para a... micá


mil felicidades para a minha comadrinha

a "papoila" que não é papoila

Tudo começou assim....

_Vocês já viram esta papoila que o Victor colocou na Oficina?, perguntou a Paulinha.

Ao que a Suzana opinou: _Lamento contrariar mas essa flor, pelo que me parece, ou é uma anémona ou um ranúnculo. Normalmente enfeitava a mesa dos meus anos em casa dos meus pais e agora deixaste-me melancólica...

Aqui já estávamos a caminhar para a melancolia, para as recordações da meninice. Mas sempre foi acrescentando...

_Para mim este é um dos bouquets mais bonitos (e com mais significado...) que se podem compor

Anémona


(Anemone coronaria)

A anémona pertence à família das Ranunculáceas. Esta flor apresenta delicadas pétalas, tão finas que parecem feitas de papel, nas cores púrpura, rosa, vermelho, amarelo-claro e branco, dependendo da variedade. Ideal para a criação de arranjos florais ou, simplesmente, para enfeitar um vaso de vidro. Apesar da aparência delicada, a anémona é bem resistente e, se manuseada adequadamente, pode durar cerca de uma semana. Para isso, é essencial trocar a água do vaso todos os dias, lembrando de cortar cerca de 1 cm da base do caule, sempre em diagonal, com um canivete ou tesoura bem afiados. O ideal é fazer esse corte com a haste imersa em água limpa e fresca ou sob um fio de água corrente, para ajudar na hidratação.

O João Tunes, do Água Lisa, fez poema e postou:

Espevitada e prosaica
chamou-lhe papoila
papoila azul.

Para abreviar
no insólito do brilho azul
ou só para dizer como era bonita
sendo papoila
sendo azul.

Assim lhe parecia papoila
não vermelha
injectada de cor hostil
em dia de trabalho
esperando as Seis.

Do espanto à nostalgia
É um passo de menina grande.

Não é papoila.
É anémona ou ranúnculo
servida em mesa de festa
hoje com saudade pendurada.
Veio melancolia não esperada
em dia de trabalho
esperando as Seis.

Não era isso que queria:
espetar melancolia
em dia de trabalho
esperando as Seis.
Apenas queria
com alegria amiga
que a papoila fosse azul.

(tudo por causa de uma flor lançada na blogoesfera pelo Victor)


Regressei então ao Jardim do Pinheirinho para vos brindar com mais uma imagem desta “papoila azul” e para lhe chamar o nome correcto: Anémona de Santa Brígida.


domingo, março 13, 2005

acacial da caparica


venham ver as acácias em flor

Elas aí estão em toda a sua pujança, colorindo os terrenos junto à orla marítima de diversos cambiantes de amarelo, estabelecendo um perfeito contraste com os azuis do mar e do céu. São as ACÁCIAS EM FLOR NA CAPARICA.

Esta zona de vegetação, ímpar no nosso País, além da função primordial de fixação do longo areal que vai da Trafaria à Fonte da Telha, protege as fecundas "terras da Costa" da brisa do mar e serve de tampão aos fogos florestais, tendo em conta a sua fraca capacidade combustível.

Designada "Mata das Dunas da Trafaria e da Costa de Caparica", integrada na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, foi instalada entre os finais do século passado e os anos 60, com a finalidade de fixar as areias de dunas móveis, estendendo-se pela zona fronteira à arriba, sendo constituída essencialmente por várias espécies de acácias (Acácia sp.), predominando a Acácia cianophyla.

Se a instalação cuidada e sistemática do acacial data de anos recentes, com existência entre os trinta e os cem anos, a sua florescência espontânea perde-se na bruma dos tempos imemoriais, encontrando-se referências lendárias dispersas, sem marco nem era determinados.

Na época da floração do acacial, quem percorre a Descida das Vacas, vindo da Charneca de Caparica na direcção da entrada para a Praia do Rei, ao virar na curva sobranceira ao mar, é agradavelmente surpreendido por uma paisagem sem igual, onde um vasto manto verde se apresenta profusamente salpicado de vários cambiantes de amarelo, dependendo do estado de maturação das suas flores.

O amarelo, contrastando com o azul do mar e do céu, com o verde da vegetação, reflectindo a luminosidade ímpar do Sol da Caparica, emana fulgores dourados que estão, por certo, ligados ao imaginário popular do ouro amoedado que enriquecia a capa da velha, uma "Capa-Rica", segundo a lenda, na origem do topónimo de Caparica.

Não é difícil de crer que a velha mulher que a lenda refere, descesse do interior onde vivia num pobre casebre até à borda d’água, até ao acacial onde colhia muitas flores douradas que transportava no interior da sua capa. Os vizinhos e outras pessoas com que se cruzava vislumbravam laivos dourados consoante a misteriosa mulher se deslocava, imaginando que transportava consigo ouro amoedado de não menos misteriosa origem. Daí à lenda foi um passo, não muito longo, por certo.

O Gabinete da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica tem instalado nesta zona, à beira da Praia da Rainha, um Centro de Informações que proporciona aos visitantes passeios guiados por esta maravilhosa zona, percorrendo trilhos e caminhos onde a observação do acacial é mais interessante.

A esse propósito deixo aqui um desafio:

Venham visitar o ACACIAL; escrevam em verso ou em prosa e fotografem sobre esta temática; Enviem para o endereço de correio electrónico da Oficina...

Procuraremos reconhecer o vosso empenhamento...

sábado, março 12, 2005

uma flor para a... jenny


Para a netinha parabéns e desejo de muitas Felicidades

comentários respondidos

Resolvi hoje, na tranquilidade de um sábado pouco luminoso, recapitular alguns comentários que fui deixando no tempo a propósito de posts de grande qualidade com que Lualil, do Traduzir-se..., nos tem vindo a brindar. Deixo também as respostas que a Lualil sempre tem o cuidado de dar aos comentários.

Doce Lualil. Quando os dedos afloram os lábios, mais do que um pedido de silêncio é um sinal de cumplicidade. Um beijo é, então, um conforto, um sentir, um querer profundo e sonhado. Um beijo, então. Vicktor,
Teus comentários têm sido verdadeiros poemas!!!
És sensível pá! e gosto de ti...
beijinhos


Doce Lualil. Os sonhos também têm som, o som que vindo do mar chega aqui ao alto da arriba. O murmurar das ondas que me vêm segredar um recado, na cumplicidade de caminhos percorridos. Um beijo.
Vicktor,
Entre o Som e o Silencio há o sonho!
beijo,


Doce Lualil. Voar entre o sono e o sonho não tem hora marcada mas é recorrente para quem flutuar é viver. Atravessar o rio de todos nós é passar montanhas e mares com a leveza de uma pena de gaivota. Um beijo.

Doce Lualil. As imagens do teu querer e do teu sentir tornaram meu corpo febril... As carícias de tuas suaves mãos foram um bálsamo de frescura que apaziguaram meus desejos. Um beijo.
Victor,
O teu poema(comentário) é lindo e sensível assim como tu. És especial... gosto muito de ti e do teu jeito verdadeiro e transparente de ser!
beijos muitos muitos!

sexta-feira, março 11, 2005

canope


espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de maravilhar. Juntando algumas palavras, dando-lhe algum sentido procuro nelas o encantamento. Perdoem a ousadia, mas cá vou eu poetar.


Olhos Castanhos

Olhos castanhos, envolventes e profundos
Escondem segredos das terras quentes, sensuais
Iluminam sentires, indicam veredas, novos mundos
A quem deles se abeira, em sublimes rituais

Teu sorriso acolhe meus doces pensamentos
Lábios carmim de pétalas de rosa desenhados
Calam promessas de inolvidáveis encantamentos
Onde as virtudes se confundem com pecados.

Pele trigueira daquele maravilhoso pigmento
Que de doirado culmina em negro nos mamilos
Entumecidos pela forte excitação do momento
Em que orgulhosos se erguem belos, tranquilos.

A ondulação erótica de teu dorso moreno e belo
É promessa de sensual desejo no ventre que oculta
Acolhe minhas carícias com ternura e desvelo
Carícias da boca que o beija em ansiedade adulta.

E quando em tua intimidade meu corpo aconchego
Um frémito de afecto, de desejo e de querer
Impelem minha boca minha língua meu desassossego
Numa desejada carícia que é sentir e que é viver.

quinta-feira, março 10, 2005

papoilas do pinheirinho


chegaram as andorinhas a valle do rosal

Manhã cedo, ao inspirar os primeiros odores com que a Natureza me presenteia diariamente aqui em Valle do Rosal, odores de rosas, claro, mas igualmente dos jasmineiros, fui surpreendido pelo chilrear de uma andorinha que em voos, ora circulares, ora rectilíneos, me parecia querer saudar.

Fiquei feliz por saber que as andorinhas já estavam de regresso após o afastamento durante uma invernia agreste, não tanto pelas chuvas que primaram pela sua ausência, mais pelas temperaturas baixas e pelos ventos polares, cortantes que penetram nosso corpo até à alma.

Mas heis que de novo elas ai estão. Não chegaram ainda todas, muitas não conseguirão sequer vencer a longa caminhada que têm anualmente que realizar. Os dias bonitos de Fevereiro não foram condição suficiente para que a viagem se tivesse realizado no tempo habitual. O atraso ficou, por certo, a dever-se à circulação atmosférica superior que não foi propícia.

Esta primeira andorinha a chegar, sem dúvida uma atleta de fundo, é a indicação que as suas companheiras de viagem não tardarão. Daqui a pouco regressarão todas as que já cá estiveram e que resistiram à longa caminhada. Algumas terão perecido perante os escolhos de uma longa viagem, as intempéries, os predadores, a malvadez do ser humano. Contudo, a maioria regressará ao seu local de nascimento ou aos ninhos em que foram progenitores.

Na sua resposta aos desígnios da mãe Natureza nem sequer sabem a alegria que me dão em vê-las de novo no seu característico voo e labor para uma nova estadia por estas bandas. A partir de agora será a alegria, a animação dos seus voos e a musicalidade dos seus piares, a labuta para a recuperação dos ninhos e para a construção de novos que irão albergar a família aumentada.

Vamos conviver com elas durante alguns meses, especialmente com as que vivem nos ninhos da vizinhança.

quarta-feira, março 09, 2005

voar certeiro


vinte meses na blogoesfera

Parece que foi ontem e já passaram vinte meses desde que o pessoal da Oficina começou esta aventura na blogoesfera. Com alguns tempos de desalento, o balanço global é altamente positivo, é reconfortante recordar toda a cadeia de afectos e de bem querer que se foi construindo.

Esta presença diária resulta na apresentação de mais de 700 textos o outras tantas fotografias, onde uma maioria significativa são originais especialmente criados para publicação no blogue Oficina das Ideias que desde a primeira hora tem mantido o seu alojamento no servidor “Blogspot” com o recurso às ferramentas do “Blogger”. Tem sido uma parceria sem atribulações de maior, donde nos apraz registar um agradecimentos aos respectivos “maswebters”.

O contador de visitas já ultrapassou a fasquia dos 35 milhares, número modesto é verdade, mas que para nós já nos enche de satisfação. Também os comentários continuam a significar um incentivo para continuarmos. O Projecto “Ideotário” continua a ser desenvolvido nas vertentes Oficina das Ideias, quanto ao blogue e Olho de Lince, na produção de imagens.

Com o recurso a uma nova ferramenta que, entretanto, instalamos na Oficina, o Geoloc – Geolocalização dos internautas, concluímos que nos últimos tempos fomos visitados por amigos dos seguintes países, além de Portugal: Brasil, EUA, Espanha, Argentina, Reino Unido, México, França, Canadá, Itália, Venezuela, Suíça, Bélgica, Alemanha, Japão, Gana, Finlândia, Luxemburgo, Peru, Dinamarca, Austrália, Singapura, Suécia, Chile, Moçambique, Macau, Cabo Verde, Costa Rica, Angola, Colômbia, Áustria, Taiwan, Países Baixos, Rússia, Bangladesh, Quénia, Dominica, Hong Kong, Azerbaijão, Tailândia, Polónia, Lituânia, Irlanda Noruega, Arábia Saudita, Irão, Israel, Coreia do Sul, Bolívia, Malásia, Emiratos Árabes Unidos, Hungria e Sérvia.

QUADRO DE HONRA

Gotinha, do BloGotinha
António Dias, do EmDirectoEACores
Paulinha
Yonara, do Templo de Hecate
Francisco Nunes, do Planície Heróica
Jacky, do Amorizade
Ulisses
MFC, do Pé de Meia...
Lila
Finúrias, do Blogue do Cagalhoum
LuaLil, do Traduzir-se...
São, do EspectacologicaS
Tânia, do MoonCat
Fernando, do Fraternidade
PQ, do Cemitério dos Prazeres
João, do Água Lisa
Ermelinda Toscano, do O Sabor das Palavras
FM, do Tou que nem posso... e quê?
Dora, do Atrás da Porta
Cathy (Bailarina das Letras), do Bailar das Letras
Elisa
A Vizinha, do Histórias dos vizinhos do lado vistos de fora
Sopeiro, do Vida de Doméstico
Susana, do Desabafos - Casos Reais
Caterina, do Pelos olhos de Caterina
Menina Marota, do EternamenteMenina

A TODOS o muito obrigado do pessoal da Oficina das Ideias.

terça-feira, março 08, 2005

uma flor para a... caterina


especialmente para os olhos de Caterina

mulher-mãe, mulher-companheira

Naquele doce ventre arredondado
Germinou durante os meses da tradição
Um ente querido e muito desejado
Sonho de muito amor e tamanha paixão

No início foi um acto de amor sentido
Partilhado no ardor de sensual refrega
Na concretização de um desejo, um pedido
No doce enleio de uma total entrega

Depois a emoção da espera, expectativa
Saber que a vida desenvolvia seu caminho
A geração de um ser é sempre emotiva
A vinda ao mundo um acto de carinho.

Acolher em seus braços o fruto do amor
Compensa preocupações e afãs vividos
Sentir pulsar vida e transmitir calor
Anima a alma e alimenta os sentidos.

Agora bem junto ao doce seio materno
Um pouco do seu ser no sentir da verdade
Cresce e se forma no desejo eterno
De um dia vir a ser a bandeira: Liberdade.

Nossas Mães, mulheres de corpo inteiro
Companheiras, lado a lado nas caminhadas
São exemplo de vida, farol, timoneiro
Na senda da igualdade e da justiça desejadas.

ainda e sempre... o sete

Atentos leitores acrescentaram:

Os Sete dias da Criação (Biblia), uma ideia da Jacky

As Sete vidas dos gatos, uma ideia do Sopeiro

As Sete bolas de cristal (Tintim), uma ideia da Susana

Os Sete gomos da laranja (e da tangerina), uma ideia da Susana

segunda-feira, março 07, 2005

uma flor para a... ana bela


muitos parabéns minha querida amiga

um pouco de erotismo

Fim de tarde na beira da piscina

Deitado no tapete de relva fresca que bordeja a piscina do Zoomarine, ali para os lados da Guia, no Algarve, o Sam deixara-se invadir por um doce torpor, mesmo sonolência, quando pressentiu, quase que sub-conscientemente, algum movimento à sua volta que lhe alertou os sentidos e o fez ficar atento.

Após meia dúzia de mergulhos e algumas braçadas dadas nas águas translúcidas da piscina, retirara-se para a zona envolvente, relvada e ampla, onde o mundo, nas mais diversas posturas e actividades, usufruía dos raios solares propiciados pelas agradáveis condições climatéricas daquele fim de tarde algarvio.

Quando, pouco tempo antes, se dirigira para o local, onde havia deixada estendida a sua toalha de banho, reparou vagamente numa jovem mulher dos seus trinta anos, envergando um biquini vermelho, que cuidava ternamente da filha de tenra idade. Um biquini vermelho de corte tradicional, embora curto, uma mulher bonita cuidando da sua filha, foi o quadro que o seu subconsciente fixou.

Como habitualmente fazia para melhor usufruir dos raios solares, puxou a tanga de banho tigrada bem para o corpo, transformando-a em pouco mais do que um “cache-sex”, cobrindo o estritamente necessário, deixando as nádegas a completo descoberto, com a intenção de expor ao Sol a maior área possível de pele.

Entreabrindo, então, os olhos cerrados pela sonolência que o havia invadido, apercebeu-se que a movimentação à sua volta tinha origem, precisamente, na referida mulher que protegendo a sua filha dos raios solares que se intensificavam com o meio-dia, colocando-a na sombra dos picosporos bordejantes daquele maravilhoso espaço, deslocara a sua toalha para bem perto da sua e aí se deitara.

A jovem deitou-se, primeiro de barriga para o ar, enrolando o tecido da parte de baixo do biquini, deixando-o reduzido ao mínimo, podendo o Sam, de tão perto que se encontrava, aperceber-se de um tufo de pêlos púbicos que atrevidamente afloravam do, agora, reduzidíssimo biquini.

Sam rolou sobre si próprio, olhando, primeiro bem fundo nos olhos e depois para todo o corpo da jovem de modo que não evidenciando publicamente o que estava a ver, a própria se apercebesse de que estava a ser devidamente apreciada.

Muito embora não lhe fosse de todo possível evitar a evidência que a reacção fisiológica ao acontecimento lhe provocava por debaixo do calção de banho, procurou ser discreto, pelo que tornou a rodar sobre si mesmo ficando ligeiramente voltado para a jovem.

Esta mostrou claramente, com o olhar e o sorriso maroto, que se apercebera do efeito que provocara no Sam.

Passados alguns minutos, a jovem rolou sobre si, colocando-se de costas dando possibilidade ao Sam de apreciar as suas torneadas nádegas separadas unicamente por uma fina tira de tecido vermelho, em que transformara o calção do biquini após ter sido enrolado.

Pouco depois, esticou os braços para as costas, desfez o laço do “soutien”, rolou ligeiramente para o lado do Sam que ficou atónito ao ver os seus seios de bicos muito negros e extraordinariamente erectos, ao mesmo tempo que dirigiu uma das mãos na direcção da frente do seu biquini acariciando-se no tufo de pêlos púbicos e um pouco mais abaixo.

domingo, março 06, 2005

sete, um número mágico

Quando começamos a meditar sobre o número Sete... sentimos a magia no ar.

As Sete cores do arco-íris – Vermelho [V]; Alaranjado [A]; Amarelo [A]; Verde [V]; Azul [A]; Anil [A] e Violeta [V], a mnemónica VAAVAAV

As Sete notas musicais – Dó Ré Mi Fa Sol Lá Si Dó, com as quais se escrevem sublimes obras

Os Sete orifícios do rosto – dois olhos, duas narinas, dois ouvidos e uma boca, fazendo parte integrante do dito comum “ver, ouvir e calar”.

Os Sete dias da semana – Segunda-feira (o odiado!), Terça-feira, Quarta-feira (o dia do meio), Quinta-feira, Sexta-feira (o desejado ao fim da tarde!!!), o Sábado e o Domingo.

Os Sete pecados capitais – Orgulho [conceito elevado que alguém faz de si próprio]; Gula [excesso de comida e de bebida e amor pelas iguarias]; Preguiça [propensão para não trabalhar, indolência]; Avareza [desejo intenso e violento de possuir algo, avidez]; Ira [paixão que nos incita contra alguém, raiva, ódio]; Luxúria [sensualidade, libertinagem, lascívia, corrupção] e Inveja [Ódio e desgosto provocados pela prosperidade de outrém].

As Sete maravilhas do mundo antigo – Pirâmides do Egipto, Jardins Suspensos da Babilónia, Templo de Zeus, Mausoléu de Halicarnassus, Templo de Artemis, Colosso de Rhodes e Farol de Alexandria.

Os Sete símbolos da numeração romana

Os Sete mares

As Sete colinas de Lisboa

A Cathy, do Bailar das Letras lembrou:

Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prémio pretendia.”, retirado de um belo soneto de Camões.

O Pedro, do Sintra-Gare referiu:

Faltaram os Sete a 1 de 1986/12/14, penso que terá sido uma estrondosa vitória do Sporting sobre o Benfica.


Depois disso ainda me lembrei de:

A Branca de Neve e os Sete anões

Sete noivas para Sete irmãos

Os Sete magníficos

Outros Setes, muitos mais com certeza se irão juntar a estes...

sábado, março 05, 2005

o chamamento das runas

Faz tempos escrevi aqui neste mesmo local “eles estão aí... de novo” algo sobre o que então designei por “chamamento do meu relógio relíquia”. Curiosamente uma relíquia com menos de 40 anos em meu poder. Este facto, conduziu-me a um percurso de memória que me levou a um outro “chamamento”.

Vou tentar, neste modesto escrito, levá-los comigo no referido percurso de memória. Primeiro a minha recorrente angústia sobre o “tempo que passa”. Muito relacionado com os contadores de tempo, trata-se de uma noção que além de um sentir muito subjectivo é sempre relativizada à situação real que vivemos a cada momento.

Quantas vezes um lapso de tempo parece escapar-nos entre os dedos, qual porção de areia doirada das praias da Caparica, enquanto noutras nos dá a sensação de um fluído expeço e persistente que se nega a abandonar o nosso corpo. Contudo, marcado pelo contador de tempo o lapso é exactamente o mesmo.



Curiosamente, a minha querida amiga São, do EspectacologicaS, escreveu num seu comentário: “Eu não uso relógio e o do telemóvel anda sempre adiantado... mas espero que recuperes esse atraso de 2 segundos!”, dando bem o sinal da pouca consistência do “tempo que passa”.

Seguindo a corrente da minha memória que há pouco iniciámos chegamos ao tempo contado em anos. Menos de quarenta anos é a antiguidade, tempo passado, do meu relógio relíquia. Cerca de 7.000 anos o tempo de existência em terras de Portugal de uma marca relacionada com as Runas. “… as ruínas de Alvae, em Portugal, e o alfabeto Hallristingnor, formas primárias de runas que datam do período neolítico médio (5500-4500 a.C.)” [in Das Runas, de Fabiana d’Aversa, pág. 48].

As Runas, alfabeto ou simbologia das civilizações nórdicas continua hoje a interessar milhares de pessoas de todas as regiões do Mundo. Que símbolos são estes, datados de há tantos milhares de anos, encontrado em terras lusas, a uma enorme distância da sua origem?



Este foi sem dúvida um outro “chamamento”, não definitivo diga-se em abono da verdade, mas que ainda pode vir a sê-lo. A Runa da Oficina das Ideias é o Ansur: “Está associada aos deuses escandinavos, especialmente Odin, e representa o poder controlado, criativo e divino. Espiritualmente é a runa da profecia e da revelação. Transmite também as ideias de sabedoria, saber, razão e comunicação”.

sexta-feira, março 04, 2005

uma flor para a... yonara


muitos parabéns querida amiga yo

no café

Sentado à mesa do café, a do fundo, a do costume
Deixou espraiar seu olhar ausente, mergulhado na vida já vivida
Cruzou com olhos de mar, boca de carmim, que lhe disse: _Dá-me lume?
Encontrou abrigo, afecto, na cumplicidade que julgava há muito perdida.

um miminho da querida jacky

A minha querida Amiga Jacky, do Amorizade, enviou este miminho para a Oficina.



Retribuímos este afecto com muita amizade.

quinta-feira, março 03, 2005

barcelona


as mulheres de barcelona

As mulheres de Barcelona, as Barcelonesas, são bonitas, interessantes e interessadas, vivas, inteligentes, vistosas, vibrantes, atrevidas até.

Os olhos, castanhos, verdes, azuis, mesmo cinzentos, são amplos, transparentes e profundos.

Têm um olhar ímpar, somente comparável ao das mulheres das vastas estepes da Hungria, ganhando-lhes naquilo que muitos designam por “salero”, misto de nostalgia, ingenuidade, ironia e muito querer.

Olham profundamente nos olhos de quem as aprecia, reconhecendo dessa forma o louvor que é feito à sua beleza.

O olhar de um fugaz cruzar na rua, na “carrera”, leva-nos a mundos insuspeitos de uma beleza e cor indiscritíveis. Vogamos nesse olhar tempos infinitos, muito próximos da eternidade, em sensações orgásticas, vibrantes, totais.

O corpo esguio, mas bem torneado das Barcelonesas, conduzem-nos por caminhos e veredas de sonho, elevam-nos ao mais alto píncaro da “Sagrada Família”, inspiraram Gaudí, não temos quaisquer dúvidas, nos seus desvarios arquitectónicos para os quais não se encontra outra explicação que não seja o turbilhão de sonho e sentimentos que as Barcelonesas lhe provocaram.

O espírito e a sensibilidade das Barcelonesas acompanharão para a Eternidade aqueles que tiveram o privilégio, a ventura, a felicidade de algum dia com elas se cruzarem, nem que tenha sido num fugaz cruzar de olhares.

quarta-feira, março 02, 2005

leituras e audições

Procuraremos neste espaço dar nota semanalmente de um livro e de um CD que de alguma forma nos tenha sensibilizado. Poderá não ser uma novidade editorial, mas será com certeza ao nosso gosto.


Livro
Para Viver um Grande Amor, crónicas e poemas
Autor: Vinicius de Moraes
Editora: Companhia das letras, São Paulo – BR, Maio de 2003

Waly Salomão escreveu sobre Vinicius de Moraes: “Vinicius: o paradigma de uma liga indissolúvel entre a vida e a poesia. A vida de poeta....”, referindo ainda o prazer que o poeta sentia quando produzia, trabalhando como um mouro.

A colaboração regular de Vinicius com jornais e revista onde escrevia as sua croniquetas era uma forma de obter mais uns “trocados” que juntava ao seu vencimento e diplomata. E fê-lo sempre com imensa sensibilidade em textos de enorme qualidade.

Vinicius definiu assim o seu estilo de cronicar: “... uma conversa íntima e livre que, partindo do seu interesse pessoal, vai de facto interessar a todos os seus leitores”. E foi com “grande alegria em compartilhar tesouros assim com alguém tão sensível, que a doce bailarina a mim fez chegar esta magnífica obra.


CD
Ninguém nos ganha aos matraquilhos
Vocalista e compositor: Vitorino
Editora: EMI Valentim de Carvalho, 2004

Uma viagem ao mundo mítico do futebol, pela vereda dos afectos e dos sentires mais profundos. Homenageia seu pai, José Joaquim Vieira Júnior, futebolista do Redondo Sport Club e o próprio clube da sua terra natal.

Homenageia, igualmente, esse príncipe do pontapé na bola, que fez parar um jogo para ser procurado o brinco que nesses anos longínquos já tinha coragem de usar. O “rapaz do brinco”, Victor Baptista, foi príncipe e percorreu, de igual forma, o espaço mais rastejante da vida humana.


terça-feira, março 01, 2005

ah! mar, belo mar


em fevereiro de 2005 a oficina das ideias publicou:

Textos
Dia 1 – Em Janeiro de 2005 a Oficina das Ideias publicou
Dia 2 – Pierrô na multidão [sentir o povo que vive]; Canto e Castro
Dia 3 – [leituras e audições]
Dia 4 – Doçura [espaço de poetar]
Dia 5 – Ora toma!
Dia 6 – Nos caminhos da Senhora do Cabo
Dia 7 – Dezanove meses na blogoesfera
Dia 8 – Carnaval
Dia 9 – Ano do Galo; Perdeu-se na multidão [sentir o povo que vive]
Dia 10 – [leituras e audições]
Dia 11 – Embriaguez [espaço de poetar]
Dia 12 – Caldeirada Caparicana
Dia 13 – Caminhar terras dos franciscanos
Dia 14 – Ser Mãe; Mulher Mãe
Dia 15 – [a minha opinião]
Dia 16 – Salvemos o nosso Planeta
Dia 17 – Gago Coutinho
Dia 18 – Os frutos do Alentejo [espaço de poetar]
Dia 19 – [apelo à participação]]
Dia 20 – A Mata e o Mar
Dia 21 – Escaldo do voto nulo
Dia 22 – [a minha opinião]
Dia 23 – [leituras e audições]
Dia 24 – Um miminho da Doce Bailarina
Dia 25 – Olhos de Mel [espaço de poetar]
Dia 26 – O Associativismo
Dia 27 – Ocarinas e Flautas
Dia 28 – Correspondência; Andorinhas tardam em Valle de Rosal

Uma flor para...
Dia 9 - ... a Zulmira, para a minha querida amiga com desejos de muitas felicidades
Dia 10 – ... a Mariazinha, felicidades quinita... que este dia se repita por muitos outros
Dia 14 - ... a Bel, para a minha querida amiguinha com desejos de muitas felicidades
Dia 21 - ... a Elisa, para a minha amiguinha bailarina com o desejo de feliz aniversário
Dia 25 - ... a Sílvia, para uma amiga muito especial
Dia 26 - ... a Zinda, para uma amiga maravilhosa

Imagens
Dia 1 – Bouquet de rosas amarelas
Dia 2 – Fazer-se ao mar
Dia 3 – Por aqui andaram dinossáurios
Dia 4 – Flores do jardim de Valle de Rosal
Dia 7 – Inverno primaveril
Dia 8 – Cabeçudos
Dia 9 – Mar macho
Dia 11 – Claro e escuro
Dia 11 – Cores de Inverno
Dia 15 – Pescarias
Dia 16 – Este mar é de todos nós
Dia 17 – Torre de Belém
Dia 18 – Cores da Mata
Dia 19 – Simplicidade e pureza
Dia 20 – Sentir Portugal
Dia 22 – Flor cor-de-rosa
Dia 24 – Lua de Fevereiro

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