Partilhar
segunda-feira, dezembro 31, 2007

adeus dois mil e sete...

despedimo-nos do ano de 2007 com suavidade
como o mar a espraiar-se nas doiradas areias
do grande areal da caparica


Praia da Princesa, Grande Areal, Almada - Portugal

Etiquetas: ,


caminhei lentamente...

...primeiro pela longa passadeira de madeira, depois já com os sapatos marcando a areia, areia doirada do meu encantamento, com o mar ali à vista, em continua carícia que é assim em tempo de baixa-mar. Está suave o mar, como é o meu desejo de sentir o despedir do ano daqui a breves horas.

Este encontro com o mar, com o meu mar, com o nosso mar, é um imperioso chamamento neste tempo de recolhimento com o pensar, meditar sobre os acontecimentos passados uma procura de erros para que sejam corrigidos na cumplicidade de mais um ciclo telúrico.

Os tempos que passam são preocupantes pelo cada vez maior egoísmo que sublinha a atitude das gentes, neste vicioso ciclo difícil de quebrar, pois é a própria dinâmica de uma sociedade individualista que “empurra” as pessoas para o isolamento. Sociedade que acaba por ser constituída por uma solidão arrepiante.

Mas aproximam-se tempos de esperança. Tempos de solidariedade, de colectivismo na acção, na luta permanente tão necessária a colocar em evidência a dignidade que o ser humano em si próprio contém. Não é este o sentimento dos tempos de renovar?

Em termo da Oficina das Ideias o ano de 2007 foi um ano cheio de acontecimentos, na participação em eventos que muito enriqueceram o nosso saber. Diversas viagens levaram-nos ao encontro do sentir das gentes e das tradições deste Portugal tão rico e, por vezes, tão mal conhecido, mesmo, esquecido.

Foi um ano inspirado, sentimos isso... Não é alheia a este facto a cadeia de afectos que temos a felicidade de sempre envolver a nossa presença na blogoesfera. Por isso estamos gratos.

Tal como o meu mar, o nosso mar, nos segredou com cumplicidade: devemos dizer adeus a 2007 com a suavidade própria de uma partida; devemos saudar a chegada de 2008 na certeza de que nos vai trazer novas energias, novas forças.

Etiquetas:


domingo, dezembro 30, 2007

uma flor à minha porta

aproxima-se o final do ano
mas logo logo teremos a chegada de 2008
esta flor mantem-se na entrada da oficina


flor de cacto dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

Etiquetas:


corpo angelical

Noites a fio sem cessar
Sonhei teus olhos de mel
Em viagem de encantar
Pela terra e pelo mar
Viajavas num corcel

Me prende pra todo o tempo
Teu rosto angelical
Foi o meu encantamento
Foi a luz do sentimento
Teu sorriso divinal

Perdi-me no teu sorriso
Naveguei em teu olhar
Não são falta de juízo
São dádivas do Paraíso
O sentir e o beijar

Colorida de carmim
Tua boca sensual
Sinal de dizer sim
Sinal de amor sem fim
É do querer um sinal

Espigas de trigo maduro
Teus cabelos muito loiros
De sentimento tão puro
Corpo formoso e seguro
São para a alma tesoiro

Em ombros cor de pimenta
Teu pescoço elegante
Seios em carícia lenta
De minha boca sedenta
Do teu corpo tão vibrante

Coroam seios doces formosos
Teus mamilos muito escuros
Pedindo sentires fogosos
De um beijo desejosos
São tentação de tão duros

Uma pérola um brilhante
Teu umbigo celestial
Tão bonito elegante
Sensual e intrigante
Como ele não há igual

Monumento de beleza
Nádegas a cinzel talhadas
Dádiva da Natureza
Dignas de elevada nobreza
Tão belas e delicadas

No cruzar de lindas pernas
Escondes um belo tesouro
Imagens que são eternas
Luminosas quais lanternas
Para o prazer duradouro

Etiquetas:


sábado, dezembro 29, 2007

gaivinas da praia

velozes no acompanhar das ondas
quando se espraiam nas areias
onde depositam o desejado alimento


gaivinas no espraiar das ondas do Grande Areal, Fonte da Telha, Almada - Portugal

Etiquetas: ,


"sei que partiste"

A vida sentida ao ritmo das ondas do mar tem um sabor diferente de qualquer outro, pelo conteúdo misterioso que envolve, pelas especiarias esquisitas que a condimento, pelo constante avançar e recuar cuja amplitude a Lua tanto influencia.

O velho marinheiro, cabelos brancos desgrenhados salgados pela maresia, passa horas a fio em cúmplice comunhão com o espraiar do mar na areia, ora parecendo um suave manto prateado, logo em rebentação forte pulverizando milhares de gotícolas.

Naquele dia o mar veio suavemente depositar-lhe aos pés uma garrafa mensageira...

“Caro Marinheiro
Sei que te foste, partiste, mas a vida de marinheiro é assim, não é? Um amor em cada porto, uma bebida em cada tasca, uma pintura em cada mural de cada cidade...
Por aqui ficará sempre a tua marca, dos teus pensamentos deixados ao vento num miradouro luminoso, pronto a receber os olhares e os amassos de quem por aqui passar, por aqui ficarei de olhos postos no Mar, não à tua espera, mas a recordar, a imaginar as novas aventuras, tu e o teu mar que tanto me assusta, que tanto me aflige.
Partir não é o fim, é a mudança, é mudar de rumo, é ver um mundo novo, foste tu quem já o disse...
Por aí, por esse mar, vais encontrar com certeza um sorriso enorme, assim como o teu, sorriso maduro de quem sabe que sorrir não é apenas um gesto simpático, é uma tradução de algo, uma tradução de um sentir!
Até já.”

A mensagem vinha datada de 4 de Janeiro do ano de 2007. Quanto mar já havia navegado para chegar ao destinatário? Duas gotas de água muito transparentes foram salgar ainda mais este mar tão azul.

Etiquetas:


sexta-feira, dezembro 28, 2007

uma flor para a... alay

tus compleanos es data importante para los amigos
bien que mereces mucha felicidad
disde portugal un besito de grande amistad


Alay, é a minha Querida Amiga venezuelana Alfonsina sempre presentes nos momentos bons e menos bons desta Oficina

Etiquetas:


tempo de meditar

Muita gente diz e escreve acerca desta época do ano, afirmando que são dias como outros quaisquer, que as dificuldades existentes no final de ano não se alteram por o ano mudar, que é uma simples transição de data e que nenhum outro significado tem, além da trivial contagem do tempo que passa.

É a forma mais simplista de analisar esta época de tradicionais festividades, da prática de actos tantas vezes simples mas cheios de simbolismo, independentemente da região do Mundo em que nos encontremos e das crenças que tenhamos em nós imbuídas, ou da ausência delas.

As datas vão sendo assimiladas e adequadas às civilizações, quantas vezes por influência religiosa que sempre procura encontrar justificação divina para actos de origem popular e pagã.

Na verdade, esta época do ano é uma época de recolhimento, passadas que foram as colheitas, quando as vindimas já lá vão, os terrenos estão em pousio ganhando o húmus que a natureza prodigamente lhes fornece e as gentes têm dificuldade em enfrentar as intempéries da invernia.

Não espanta, pois, que muita gente use destes tempos de “paragem” para realizar uma avaliação do ano que vai terminar e sonhar com o que virá a ser o próximo. É ponto de viragem mesmo para os que afirmam o contrário.

Daqui a pouco será a festa...

Etiquetas:


quinta-feira, dezembro 27, 2007

bandeirolas

bandeirolas que sinalizam posição
no amplo e azul mar
na labuta diária das pescarias


bandeirolas utilizadas nas "artes" do Grande Areal, Fonte da Telha, Almada - Portugal

Etiquetas: , ,


lágrimas de sal

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento




Duas lágrimas deslizam

Docemente

Pelo teu rosto

De linhas suaves e belas

Traçam sulcos de prata

Na pele cor de âmbar

Translúcida

Etérea.



Marcas de amor

Profundo

Somente a eternidade

Concede

Plena vivência

Beijo de séculos

Os amantes sentem

Seu.



A cada momento que passa

Duas lágrimas

De sal

Uma pitada

De ser.


São duas lágrimas de sal
As marcas do muito amar

Etiquetas:


quarta-feira, dezembro 26, 2007

nós bem avisámos...

chegam notícias de que na noite de natal
foram roubadas peúgas e sapatinhos
que milhares de crianças haviam colocado na chaminé


sócrates sofre do "complexo de pai natal": dizem que dá tudo, mas não dá nada; até rouba os sapatinhos das criancinhas

Etiquetas: ,


origem do natal - uma hipótese

Logo após o Equinócio do Outono, em que a duração do dia é igual à duração da noite, está última começa a ganhar terreno rapidamente. Os dias vão sendo cada vez mais curtos e as noites mais longas. Os antigos Povos do norte da Europa, não tendo explicação para o que acontece, temiam que a escuridão vencesse definitivamente a luz do dia, transformando o Mundo num espaço terrível sem luz nem calor.

Recorriam, então, a um ritual mágico para afastarem a ameaça, donde fazia parte decoravam os lares com azevinho, hera, visco, lauréis e outras sempre-vivas, pois estas plantas pareciam ter a capacidade sobrenatural de sobreviver a todas as desgraças. Velas e fogueiras eram acendidas na tentativa de ressuscitar o sol moribundo.

Na Mesopotâmia, onde muitas civilizações posteriores se inspiraram, chamada por essa razão “mãe da civilização”, inspirou-se a cultura de muitos povos, como os gregos, que assumiram muitas das celebrações tias como a luta de Zeus contra o titã Cronos. Mais tarde, através da Grécia, o costume chegou aos romanos, sendo absorvido pelas festividades chamadas Saturnais (em homenagem a Saturno).

Estas festividades de Inverno começavam em 17 de Dezembro e durava até o dia 24 do mesmo mês. Outros afirmam que se prolongavam até a 1 de Janeiro. A vida transformava-se em confusão nessa época, as pessoas deixavam as ocupações sérias, e, quando não estavam festejando na casa uns dos outros, deambulavam pelas ruas dizendo uns aos outros: “Io Saturnalia”, assim como dizemos hoje: “Feliz Natal”.

À época os romanos enviavam presentes aos familiares e amigos, acompanhados de um papel com versos curtos, imaginando dar assim um cunho mais erudito numa época em que se vivia pleno deboche. Aliás, muitos desses versos eram flagrantemente imorais apelando ao erotismo.

Mal terminavam as Saturnais, os romanos celebravam a festividade de Ano Novo, as Festas das Calendas, em autêntica folia geral, havendo um dia reservado para a adoração do Sol, cujo aparente renascimento no Solstício de Inverno fornecera originalmente a desculpa para todas estas desregradas festanças pagãs. O dia de adoração do Sol cai agora, feitas as adaptações dos calendários, no actual Dia de Natal.

O cristianismo recuperou tardiamente este Dia do Nascimento do Sol Invicto como Dia de Natal, dia do nascimento, dia do nascimento de Jesus. O actual Dia de Natal resulta, pois, da fusão das actividades populares quer dos Povos do Norte da Europa, quer da antiga Roma.

A Igreja primitiva travou uma verdadeira batalha contra as Saturnais e as Calendas - estas realizadas quando o ano mudava e durante as quais se trocavam presentes como ritual. Os pais da Igreja, nomeadamente São João Crisóstomo, não apoiavam a transigência com o paganismo. Contudo, na dúvida da data exacta do nascimento de Jesus não hesitaram em utilizar a data dos Saturnais. Assim, a simbologia do renascimento do Sol tornou-se na do nascimento de Jesus Cristo.

Apenas após a cristianização do Império Romano, o 25 de Dezembro passou a ser a celebração do nascimento de Cristo. Conta a Bíblia que um anjo, ao visitar Maria, disse que ela daria a luz ao filho de Deus e que seu nome seria Jesus. Quando Maria estava prestes a ter o bebé, o casal viajou de Nazaré, onde viviam, para Belém a fim de realizar um recenseamento solicitado pelo imperador, chegando na cidade na noite de Natal. Como não encontraram nenhum lugar com vagas para passar a noite, eles tiveram de ficar no estábulo de uma estalagem. E ali mesmo, entre bois e cabras, Jesus nasceu, sendo enrolado com panos e deitado numa manjedoura, usada para alimentar os animais.

Natal é uma adaptação católica de antigas festas pagãs. Estas festas eram promovidas por culturas ancestrais para comemorar o Solstício de Inverno e trazer boa sorte na agricultura.

O Solstício de Inverno é a noite mais longa do hemisfério norte, e acontece no final de Dezembro. Depois do Solstício, o sol vai gradualmente aumentando o seu tempo de exposição no céu. A celebração do Solstício é atribuída a épocas anteriores ao nascimento de Cristo. Na antiguidade, significava uma mudança das trevas para a luz - o renascimento do Sol.

Até aos primeiros três séculos da era cristã, a humanidade não celebrava o Natal como conhecemos hoje. Foi preciso que o Império Romano adoptasse o cristianismo como religião oficial, no século IV. A partir desse momento, a Igreja passou a conferir significados católicos para as tradições e os simbolismos pagãos. Foi a apropriação destes cultos que acabou por criar o Natal, com a data de nascimento de Cristo sendo celebrada no dia 25 de Dezembro.

Etiquetas: ,


terça-feira, dezembro 25, 2007

uma flor para... a zinda

mereces o melhor da vida
na tua solidária caminhada no mundo
mil felicidades para ti


Zinda, é a minha Querida Amiga Adosinda, professora de matemática de crianças especiais, mulher solidária e boa

Etiquetas:


feliz natal por um mundo melhor

Para todos as Amigas e os Amigos que nos dão a honra de nos visitar, o pessoal da Oficina das Ideias deseja...




BEM HAJAM!!!!

Etiquetas:


segunda-feira, dezembro 24, 2007

lua natalina

prateada de espelho nascida
onde se revêem os amantes
romance e cumplicidade


Lua Cheia (100%) às 01:15 horas

Etiquetas:


conto de natal

O Menino da Mata


Habituara-se desde muito pequeno, quando começou a andar e a perceber o meio em que cresceu, a esconder-se no interior do casebre em que vivia com os seus progenitores e seus irmãos, sempre que pressentia a aproximação de estranhos pelo estalar da folhame existente no chão, pisada por quem se aproximava. Fazia o que via os mais velhos fazerem, com eles aprendeu a arte da dissimulação.

Quando chegou a idade escolar foi à escola, porque era rapaz, o mesmo não tendo acontecido com as raparigas da família que de muito novas estavam destinadas a ajudar as lidas da casa e dos campos. Ele também trabalhava nas terras de cultivo antes de ir e depois de regressar das obrigações escolares. Nem sequer conheciam a existência dos sábados e dos domingos.

Ia à escola situada num edifício de dois andares onde começava a estrada, pois até lá seguia por carreiros marcados pelo passar frequente em terrenos da mata, num sítio que chamavam “á do Mário Casimiro” por aí viver uma das famílias ricas do lugar e ser esse o nome do chefe de família. Caminhava descalço com os pés calejados pelo tojo e pela murta que eram lançados para formar o caminho.

Muitos dos meninos que frequentavam a escola iam igualmente descalços. Um ou outro de famílias de mais posses calçavam umas sandálias feitas pelo sapateiro que tinha porta aberta bem perto da escola e que a miudagem olhava com espanto na sua arte de trabalhar com a sola, a faca e a sovela.

Nos tempos frios e húmidos, quando necessário foi agasalhar-se com um casacão que já outros membros da família haviam usado quando mais novos e com o corpo da sua medida, ouviu falar na escola que se iria festejar o Natal, o nascimento do menino. Tempo de comida melhorada e de presentes para alguns, para outros somente um dia diferente.

Nesse dia não via a hora de chegar a casa, de falar à sua mão nas estranhas conversas que ouvira na escola. Festa de Natal. Nascimento do menino. Prendas e comida melhorada e diferente. Na sua pequena cabeça fervilhavam perguntas, dúvidas que não sabia como as iria apresentar à mãe.

A mãe não soube que responder. Eram perguntas cujas respostas se encontravam muito longe do seu viver. Pouco saía do pedaço de terra em que viviam bem no interior da Mata. Passava o tempo da lida da casa e nos trabalhos do campo onde obtinha os alimentos para a sobrevivência da família. Como poderia ele saber essas coisas da “festa de Natal”?

O menino sem respostas lá foi às suas tarefas reservadas para depois do regresso da escola. Dar de comer aos animais, cavar a terra ao lado do pai. Pela madrugada e até regressas à escola lá iria para os campos, feito espantalho humano, para enxotar a passarada que teimava em debicar as sementes que o seu pai havia lançado à terra.

Antes de dormir, no seu desassossego de não perceber o que ouvira na escola, ainda colocou as mesmas questões ao seu progenitor. O pai, escondendo uma lágrima furtiva, lá lhe foi dizendo: “_Quando chegar o dia do nascimento do menino logo saberás as respostas a essas dúvidas”.

Chegado o dia aprazado o pai chamou a si o menino e disse-lhe: “_Hoje é o dia em que nasceu o menino. Para ti vai ser um dia de brincadeira e ficas dispensado dos trabalhos do campo”. Dito isto, beijou-lhe a testa e viu com quanta felicidade ficou o seu menino.

Nesta sua vida, começada ainda há tão poucos anos, o único dia de festa que conhecera fora o dia do seu aniversário. E a única prenda que havia recebido e que alegrara esse dia fora a dispensa nesse dia festivo de ir trabalhar para os campos.

Etiquetas: ,


domingo, dezembro 23, 2007

até perder de vista

até onde a vista alcança
serras e mais serras se sobrepõem
nas tonalidades diversas


Serranias na região de Vila Nova de Foz Coa - Portugal

Etiquetas:


uma prenda...

A minha querida AmigaLILA ofereceu-me esta bonita prenda



Não resisti a convoscos partilhá-la...

Etiquetas:


sábado, dezembro 22, 2007

marcas de vida

nas serras ermas sem fim
a marca da passagem do homem
em grandes blocos de granito afagados


Serra do Numão, Vila Nova de Foz Coa - Portugal

Etiquetas:


solstício de inverno

Às 6 horas e 8 minutos de hoje começou o Inverno, coincidência astronómica com o Solstício de Inverno. O Solstício de Inverno marca a noite mais longa do ano no hemisfério Norte. Depois de se atingir o apogeu da noite inicia-se a decadência da escuridão, no caminho da luz, neste constante bascular do Universo.

As culturas europeias de época neolítica atribuíam grande importância a estas alterações nos ciclos do percurso do Universo, dedicando-lhes muitas construções megalíticas, ainda hoje discutindo-se se se tratavam de santuários ou de observatórios astronómicos. Ou de ambas as coisas em simultâneo. Quando tivemos oportunidade de visitar Stonehenge sentimos bem a força telúrica que emana deste monumento megalítico e todo o respirar esotérico.

A Primavera irá retornar em breve. Com ela virão os resultados do Solstício de Inverno, da união entre o masculino Sol e a feminina Lua, no esplendor do renascimento e da preservação da vida.

Os antigos ignoravam que existisse uma parte da Terra onde houvesse o Verão enquanto os europeus e asiáticos viviam o Inverno. Julgavam que o Solstício de Inverno marcava a época da mais longa noite para a Terra inteira.

Os ciclos solares eram então considerados uniformemente para todo o planeta Terra, o que dele se conhecia à época, pelo que consideravam o nascimento do deus Sol quando os dias começavam a crescer (Solstício de Inverno). A sua juventude era marcada pelo Equinócio da Primavera. O deus Sol atingia toda a sua força e pujança no Solstício de Verão, entrando depois na sua regressão de vida no Equinócio de Outono.

Entre os povos do Oriente, o sol nascente era representado por um menino no colo de uma Virgem celeste, sua mãe. Os egípcios, em especial, celebravam todos os anos, no Solstício de inverno, o nascimento do pequeno Horus, filho da virgem Isis, e sua imagem era exposta, num presépio à adoração do povo.

Foi no Império Romano que o Solstício passou a ser considerado em data fixa, tendo sido feito coincidir com o nascimento do “salvador da humanidade”, filho de Deus, e já não filho do Sol como as civilizações mais antigas consideravam. No ano 336 da nossa era, o imperador romano Constantino I, anunciou aos povos do Império, no decorrer dos festejos do Solstício da Luz, a nova religião, refazendo a história de forma adequada.

Quando Júlio César recorreu ao astrónomo alexandrino Sosígenes para refazer o calendário em uso à época e que se mostrava com muitas imperfeições, o dia 25 de Dezembro tornou-se, no novo calendário imposto ao império romano, como data oficial da festa que celebrava por toda a parte o nascimento do Sol, do Horus egípcio, do Mirtha persa, do Phebo grego e romano.

A Igreja quando se sentou no trono imperial um século depois, aproveitou a festa do Solstício de inverno, do menino Horus nos braços da Virgem Isis para transformá-lo em festa do Natal, que se comemora até aos nossos dias.

A nova religião, então, emergente, hoje conhecida por Cristianismo, foi beber ideais religiosos aos antigos escritos encontrados na Índia, no Egipto, nas escolas iniciáticas antigas e nos templos sagrados dos territórios para onde o Império Romano se fora expandindo.

O Solstício de Inverno era um momento comemorado por todos os povos e por todas as religiões, pois estava intimamente ligado ao ciclo do Sol na Terra. Representa o momento de máxima escuridão e o início do crescer gradual da luz que vai atingir o seu apogeu no Solstício de Verão. As civilizações mais antigas consideravam o Sol como sendo filho da Luz, que significava para aqueles povos a própria Vida.

Os druidas comemoravam o Solstício de Inverno como o dia da fertilidade. Muitas virgens escolhiam essa data para perderem a virgindade e muitas mulheres procuravam engravidar nessa altura. Entre os asiáticos, o Solstício era representado por um velho de barbas brancas e roupagem vermelho e branca (origem do actual Pai Natal?). Era a imagem de Deus na Terra e seria quem vinha trazer o seu filho Sol, no pensar desses povos.

Os Egípcios festejavam o Solstício com rituais que envolviam o cultivo de sementes e a fecundação. Os Indianos festejavam o Solstício com rituais do próprio corpo que contorcionavam para tomarem estranhas formas.

Os Maias criaram o seu próprio calendário usando o Solstício como ponto de partida, início do ciclo solar na Terra e com base no período de permanência máxima da radiação solar na Terra “desenharam” um calendário perfeito que vai até ao ano 2012.

Diz-se, hoje em dia, recorrentemente “que devemos fazer de cada dia um Dia de Natal”. Mas, na verdade, já os povos antigos defendiam que deveríamos comemorar o renascimento todos os dia, da luz do Sol à luz da Lua... com alegria, danças, frutas, flores, amigos... e ao luar, o AMOR!

Etiquetas: ,


sexta-feira, dezembro 21, 2007

uma flor para... a ivone

no gritares bem alto uma paixão
no viveres a vida em plenitude
te desejo mil venturas neste dia bonito


A minha querida Amiga Ivone está na blogoesfera em Um Silêncio de Paixão

Etiquetas:


este segredo é para ti...

Mais do que as palavras contêm
Singelas no seu dizer...
É cumplicidade sentida
Acto de muito querer
Em partilha desmedida.

Segredos entre amigos
Que muito se querem bem
São como capas e abrigos
Que os protegem porém
Mais do que as palavras contêm

Etiquetas:


quinta-feira, dezembro 20, 2007

uma flor para... a lile

a tu juventude, a tu passion de la vida
te desejo mil felicidades
en dia de tus cumpleanos


Lile, é a Lileana Chacon, querida amiga venezuelana, atriz, modelo e "dobladora" de vozes em cinema

Etiquetas:


omega

Não sou pessoa de valiosos haveres materiais. Tenho a felicidade, isso sim, te ter muitos e bons amigos a quem eu retribuo com a mesma força, não fosse a amizade uma verdadeira partilha de sentires. Sinto-me bem sem aquela noção de posse desenfreada. Possuo o que dou e o afecto dos entes que me são queridos.

Tenho, contudo, algumas paixões... os livros... a pequenas peças que vindo daqui ou dali têm uma história para contar... e um relógio Omega (daqueles que foram à Lua no pulso de Amstrong) adquirido com o meu primeiro ordenado, no ano de 1968.

Este último tinha-o até há pouco tempo, pois a insensibilidade de um ladrão fez com que eu o perdesse, provavelmente para ser trocado por duas ou três doses de heroína...




A propósito deste relógio troquei correspondência electrónica com o meu amigo Fernando Correia de Oliveira, jornalista e investigador, do Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa, a partir de um seu comentário que com a devida vénia passo a transcrever:

[o comentário]
O primeiro relógio que comprei, na ourivesaria Portugal, ao Rossio, em Lisboa, foi também um Omega Speedmaster. Era um mack IV, e o seu? Custou-me um mês de ordenado de então - 3.300 escudos. Sabia que o Speedmaster faz 50 anos em 2007 e que a Omega editou séries especiais marcando a efeméride? No site deles pode até importar uma série de badges "de missão", como os que os astronautas usam nos ombros.
cumprimentos. fco


[a minha resposta]
Caro Fernando de Oliveira
Muito obrigado pelo comentário que deixou na Oficina das Ideias e ao qual, como é meu hábito, irei ter muito gosto em responder nos comentários.
Entretanto, não quis deixar de lhe enviar um mail a propósito do meu relógio Omega pois, infelizmente, foi furtado faz agora um mês na sequência de um assalto que fizeram a minha casa.
O meu Omega era um Speedmaster Professional, com bracelete metálica, igualmente adquirido com o meu primeiro ordenado, aliás como entrei a trabalhar a meio do mês, com um ordenado e meio, e teria custado aproximadamente o que custou o seu, pois o meu primeiro vencimento foi de 1.750$00. Estávamos no ano de 1968.
Como deve calcular estou bastante pesaroso com o que me aconteceu, especialmente pela estima e significado que o relógio tinha para mim, mas é assim a vida de hoje em dia.
Um abraço de amizade do Victor Reis


[a resposta de fco]
Caro Victor Reis
Agradeço a atenção em ter respondido por e-mail. Que pena o que lhe aconteceu. Se não tinha nenhuma outra indicação (houve declinações mack 1, 2, 3 e 4 do modelo) estaríamos perante a versão original, o que torna ainda a peça mais interessante, à parte o valor estimativo, claro. Li posteriormente no seu blogue que estava a par do 50º aniversário.
É sempre difícil, mas espero que possa ainda recuperá-lo Boas Festas e bom Ano. Abraço fco

Etiquetas: ,


quarta-feira, dezembro 19, 2007

...da memória

da memória de tempos idos
na luta diária com o mar
a protecção dos pescadores


Capela da Memória, Cabo Espichel, Sesimbra - Portugal

Etiquetas:


lugar comum

Numa conversa de amigos veio à fala um lugar comum, contudo dito com sentimento. Por isso, aqui o partilho com os meus amigos:

Olho para trás e de nada me arrependo... estou feliz e tranquilo... sinto que ninguém prejudiquei na minha viagem... contudo, se pudesse voltar a tempos idos ia aproveitar para aprender mais.

Etiquetas:


terça-feira, dezembro 18, 2007

neblina sobre o mar

a neblina sobre o mar
dá-lhe um ar por vezes irreal
real é a labuta dos pescadores


Praia da Fonte da Telha, Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

Etiquetas:


internet e sociedade

Texto escrito no ano 2000 pelo pessoal que hoje trabalhada Oficina das Ideias e que julgamos manter grande actualidade:



A Internet é o meio de comunicação de tecnologia mais recente (no ano 2000). Como a grande maioria dos meios de comunicação actualmente disponíveis é, fundamentalmente, um meio de emissão de informação colocando os utilizadores como meros receptores. Como tantos outros meios que o poder económico universal incentiva, actualmente, o uso, também a Internet reduz ou acaba mesmo com a convivialidade entre as pessoas. É um factor mais, que tem como efeito objectivo reduzir os contactos reais entre as pessoas.

A importância da Internet nas Empresas
É actualmente um factor determinante para as tomadas de decisão nas empresas. O manancial de informação que se encontra disponível na Internet, abrangendo todas as áreas do saber, globaliza cada vez mais a sociedade.

A importância da Internet na Família
A sua utilização como fonte de conhecimentos aplica-se com utilidade em todas as actividades humanas, pelo que tem reflexos positivos, igualmente, a nível das actividades familiares, especialmente interessante para os estudantes na preparação dos seu trabalhos escolares. Como meio de ocupação dos tempos livres apresenta todos os riscos inerentes às novas tecnologias, especialmente quando se torna em habituação e o seu uso é compulsivo. Provoca, tal como já o fez a televisão, o afastamento e isolamento dos membros de um agregado familiar.

O Futuro das Novas Tecnologias
A sociedade caminha a passos largos para o designado “web style of life” (estilo de vida Internet). Quando se concretizar a comunicação oral generalizada com os computadores (inclusive em português) toda a nossa vida ficará dependente e organizada em termos de uma “cidade global”. Serão derrubadas as barreiras da comunicação. Manter-se-á ou será incrementada a barreira da incomunicação entre as pessoas. O paradigma da comunicação aplicar-se-á na sua plenitude: são cada vez mais amplos e disponíveis os meios de comunicação; contudo, é cada vez maior a incomunicação entre as pessoas.

Etiquetas:


segunda-feira, dezembro 17, 2007

cenas rurais

mãos delicadas trabalham
a folhada do milho
cenas do trabalho rural


trabalho de artesanato português

Etiquetas:


junto ventos

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento




Como o menino da história
Gostava de capturar o vento
Guardá-lo em frasco de vidro
Bem rolhado, junto ao peito...

Guardar o suão doirado
Que em tempo de remoinhos
Das terras do Sul é soprado
Solto em voo de estorninhos

Guardar a brisa do mar
Com salpicos de água pura
Que as ondas vem espraiar
Maré vazia, doçura

Guardar o odor dos pinheiros
No pôr-do-sol, no devir
O cheiro dos jasmineiros
Da terra prenhe o sentir

Abro o frasco lentamente
Junto ventos,
brisas,
aragens
A magia dos odores
Os estranhos sabores do deserto
O enleio do mar tão nosso
A esperança do pôr-do-sol

Chegam moiras encantadas
Ninfas de duas margens
Tágides do rio mais belo
Musas dos vates poetas
Que dançam, dançam de roda.

Etiquetas:


domingo, dezembro 16, 2007

mar tempestuoso

negrume do mar tempestuoso
que raios de sol a coarem pelas núvens
tornam ainda mais próximo do mar das tormentas


mar do Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

Etiquetas:


gaivota cúmplice

Manhã cedo, na tranquilidade do mês de Setembro, uma colónia de gaivotas deleita-se com o agradável espraiar das ondas nas doiradas areias. Estão tranquilas mas em alerta aos movimentos dos seres humanos na zona envolvente. Ao mínimo movimento estranho levantarão voo para uma zona de maior calmaria.

À aproximação do fotógrafo, pesa as boas intenções com que este se aproxima, a colónia movimenta-se e resolve mudar de poiso para uma zona de maior tranquilidade. Á determinação do bando há duas gaivotas que resolvem não o acompanhar, deixando-se fotografar tranquilamente.

O fotógrafo insiste em recolher mais imagens. Clique, clique, clique. Uma das gaivotas que formava o par mais audaz resolve, então, ir juntar-se ao bando. A que ficou, olha a câmera directamente, faz pose qual modelo em desfile de moda. Olha uma vez mais e procura oferecer um ângulo mais fotogénico.

Finalmente resolve também partir, mas antes oferece ao fotógrafo a oportunidade única de captar uma imagem plena de movimento e de intenção. O fotógrafo sentiu quanta cumplicidade tinha havido entre ele e as gaivotas, especialmente esta última, pelo que sentiu a necessidade imperiosa de partilhar esta experiência.

Etiquetas:


sábado, dezembro 15, 2007

caminhar...

caminhar ao ritmo das árvores
que crescem fortes na floresta
e sentir os raios de sol entre as copas


caminho florestal na Mata dos Medos, Almada - Portugal

Etiquetas:


nas minhas mãos uma goiaba

Olho nas minhas mãos uma goiaba

Fruto de formas curvilíneas, suaves
Casca esverdeada
Polpa de vermelho que é Sol
Madura.
Delícia dos amantes
Que nela mergulham suas bocas
Sedentas da doçura prometida.
Desde os tempos imemoriais
Fruto de encantamento
Que as princesas recolhem
No recato de seu ser
Tesouro
Reservado ao eleito
Ao amor...

Olho nas minhas mãos uma goiaba

Outras mãos de virtuosa gente, delicadas
Maceram no almofariz
A polpa aromática e sedosa
Perfumada
Enlevo dos deuses
Que dançam bailares mágicos
Transformando o fruto em doce manjar
Goiabada dos amantes
Cúmplices e sensuais
Em carícias de muito querer
Em seu sentir
Êxtase
Cântico dos cânticos
Ao amor...

Olho nas minhas mãos uma goiaba

Etiquetas:


sexta-feira, dezembro 14, 2007

para provar vinho

torneira de prova, chaves de segurança
da tradição vinhateira
do nosso património imaterial


torneira de prova dos tonéis da Adega de Valle do Rosal, que um dia voltará a produzir o melhor vinho de Charneca de Caparica, Almada - Portugal

Etiquetas: , ,


hoje são nossas as “estrelas”

Anualmente são três as mais intensas “chuva de estrelas”, resultantes da passagem da órbita do planeta Terra por zonas da esfera celeste onde existem detritos deixados pela passagem de cometas ou de asteróides.

Tomam a designação resultante da constelação que constitui o radiante, o ponto de fuga parentes. No mês de Agosto, são as Perseíades, com origem aparente na constelação Perseu. Em Novembro, são as Leónidas, com origem aparente na constelação de Leão. Em Dezembro, são as Gemínidas, com origem aparente na constelação de Gémeos.

Na madrugada de hoje, com a actividade máxima prevista para cerca das 2 horas e 20 minutos, poder-se-á ter uma “visão maravilhosa do céu”, quando a Lua crescente de quatro dias iluminar sem impedir a visibilidade e as constelações de Inverno apresentarem todo o seu esplendor: “Aldebarã e as Pleiades do Touro, a linda Capela muito alta, a brilhante Sirius, Procyon, os Gémeos Castor e Polux, e baixa, a estrela Arcturus”, como descreve o Observatório Astronómico de Lisboa.

Os traços das estrelas cadentes vão aparentar sair de um ponto da constelação dos Gémeos, mais concretamente, de perto da estrela Castor, e resultam de detritos largados pelo asteróide Faetonte com cuja órbita se cruza a do planeta Terra. São meteoros lentos, e podem ser brilhantes. Em outros anos foram observados até 150 meteoros por hora durante o máximo.

Pelas nossas estreitas ligações à constelação Gémeos tomamos a liberdade de dizer que “são nossas as estrelas cadentes que esta noite irão observar”. Como manda a tradição, façam um pedido por cada uma que tiverem a felicidade de ver.

Etiquetas: ,


quinta-feira, dezembro 13, 2007

o palco está pronto...

luzes, cor, espaço, som
o palco pronto para acolher música
"...nas rotas do lobo, ...na defesa da terra"


espaço "Santiago Alquimista", para apresentação do projecto In Tempus

Etiquetas: ,


brasas vermelhas

Mote:
As brasas vermelhas crepitam, queimo as cascas de tangerina que tornam o ambiente calmo e firme, o vinho tinto limpa a boca e as brasas ficam a aguardar... Que um sopro breve as avive.

Maçã, do Maçã de Junho






Brasas vermelhas crepitam em pequenas labaredas
Que fazem brilhar os olhos de luxúria e de paixão
Nas malhas do sentir meu corpo enleias e enredas
Em prazeres infinitos em eterno querer e devoção

Queimo cascas de tangerina em minhas rudes mãos
Com fogo que transmite teu profundo e doce olhar
Em passos de sensualidade, música e ritos pagãos
Caminho veredas caminhos tortuosos sem hesitar

O vinho tinto limpa a boca e amacia meus lábios
Sedentos de beijos mil, carícias, erotismo sentido
Meu corpo recebe a vibração de movimentos sábios
Agora encontrado caminhar logo depois perdido

Que um sopro breve o crepitar das brasas (re)avive
Sejam farol que conduzam caminhos de felicidade
Muito querer aos escolhos encontrados sobrevive
Traçando o desejado sentir e querer da Liberdade

Etiquetas:


quarta-feira, dezembro 12, 2007

uma flor para... a teresinha

companheira de uma vida
cúmplice dos meus sentires
muitos parabéns neste dia de muita luz


rosa dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

Etiquetas:


flores da madeira 3

No início da década de 80 do século passado tivemos oportunidade de viajar em diversas ocasiões para a Madeira com atribuições inerentes a tarefas que desenvolvíamos no âmbito das radiocomunicações amadoras e de emergência. Dessas viagens resultou um conjunto de apontamentos que foram publicados na NORTEGAL, revista do Grupo Desportivo e Cultural dos Trabalhadores da Petrogal, à época dirigida por Jorge Guimarães.

Com as diferenças resultantes de mais de 25 anos passados continuamos a publicar hoje mais alguns desses apontamentos de viagens.



IX
Continuámos a descer serra abaixo. Vínhamos a percorrer o que, sem forçar a nota, poderíamos chamar “a Rota da Poncha”. Em cada curva da estrada que parece não ter rectas uma tasquinha era uma sugestão de poncha. A seguinte sempre melhor do que a anterior, o que é da tradição ou talvez fosse sugestão.

O Freitas conhece em pormenor estes locais, trata por tu os donos. O viajante é recebido com carinho, como se de um velho amigo se tratasse. E sai mais uma poncha preparada na altura.


X
Um restaurante típico construído em madeira e implantado no meio da serra é paragem obrigatória. O ambiente é agradável, ali se cruzam raças, nacionalidades diversas, num cacharolete de idiomas, de costumes, de formas de estar. Estamos no antigo quartel-general da Flama, hoje restaurante, onde a par com a bandeira inglesa ainda se vê hasteada a bandeira daquele movimento separatista já caído em desuso.

Petiscar na serra é maravilhosamente agradável. Pedaços de queijo e de presunto, azeitona saborosa, poncha fresca preparada na altura, mais dois dedos de conversa e aí está um bocado bem passado na agradável companhia de alguns amigos.


XI
Aguardar serenamente o fim de tarde na “Varanda”, ali bem juntinho ao Aeroporto Internacional, deixando a vista repousar no azul oceano interrompido pelos agradáveis contornos das ilhas desertas. Movimento intenso e habitual no aeroporto, um vai-e-vém constante de aviões das mais diferentes nacionalidades. É a calma, a tranquilidade, após um dia cheio de surpresas e alegrias.

Conclui-se, ali, das razões da calma e pachorra dos madeirenses. Percorridos os escassos quilómetros que constituem a Ilha da Madeira, segue-se o mar, amplo e profundo, inacessível à maioria dos habitantes da ilha. Porquê, então, viver com maior velocidade?


XII
Manhã cedo, o sol brilhante desperta-nos duma noite bem dormida nas cómodos instalações que o sistema hoteleiro madeirense põe à disposição dos visitantes. O chamamento da Natureza faz-se sentir numa autêntica sinfonia de luz e cor. Garajau, lugar pitoresco ali a poucos quilómetros de Santa Cruz e já a caminho do Funchal é digno de visita atenta e interessada.

A Praia do Garajau, situada numa pequena enseada à beira do grande maciço rochoso onde se ergue o Cristo-Rei, é zona de veraneio, um autêntico paraíso. É constituída por uma larga faixa de calhau rolado junto à qual foram construídas cerca de meia centena de casas de praia. A pureza do ar que lá se respira aliada à tranquilidade, só interrompida pelo rebentar das ondas, são atractivo para quem procurar um pouco de mais contacto com a natureza.

Etiquetas:


terça-feira, dezembro 11, 2007

pescadores de sesimbra

"a quem
o mar se curva
e a terra aclama"


alto-relêvo de homenagem aos pescadores pela Câmara Municipal de Sesimbra, Sesimbra - Portugal

Etiquetas: , ,


flores da madeira 2

No início da década de 80 do século passado tivemos oportunidade de viajar em diversas ocasiões para a Madeira com atribuições inerentes a tarefas que desenvolvíamos no âmbito das radiocomunicações amadoras e de emergência. Dessas viagens resultou um conjunto de apontamentos que foram publicados na NORTEGAL, revista do Grupo Desportivo e Cultural dos Trabalhadores da Petrogal, à época dirigida por Jorge Guimarães.

Com as diferenças resultantes de mais de 25 anos passados continuamos a publicar hoje mais alguns desses apontamentos de viagens.



V
A poncha pode ser bebida fria ou morna, é um excelente “calorífero” para compensar o frio que se sente no alto da serra. A melhor de todas é a que é preparada na altura, como se diz “ao momento”, de acordo com uma fórmula e um processo cuja origem se perde na bruma da montanha.

Receita da poncha: Mistura-se uma parte de sumo de limão com outro tanto de mel puro de abelhas. Utiliza-se um utensílio apropriado feito em madeira para conseguir a perfeita ligação dos dois ingredientes. Após o que se junta aguardente de cana em quantidade igual à da mistura antes obtida. Mais um ligeiro toque na mistura e a Poncha está pronta a servir.


VI
Quem vai a Ribeiro Frio, lá bem no alto da serra, não deverá perder a oportunidade de visitar os viveiros de trutas. Com água gelada a correr pelas veredas cobertas de fetos, esfriando mais o ambiente já de si frio pela altitude, as trutas nos diversos pontos do seu desenvolvimento são um espectáculo deveras aliciante.

Naquela altitude, inspirar profundamente o ar ambiente, húmido e rarefeito, pode provocar uma ligeira tontura, mas é sem dúvida revigorante e inesquecível por muitos anos que passem.


VII
Camacha, em plena serra, é ponto obrigatório de turista ir. Contudo, quando a peregrinação é feita na boa companhia de um madeirense, bem conhecedor do local, é bastante mais aliciante. A Camacha é demais conhecida pelo seu rancho folclórico e pelos trabalhos de vime. Menos conhecida, mas não menos saborosa, é a “camacheira” - poncha de preparação especial que só ali se bebe.

“O Relógio” local de venda de artefactos de vime e que tem um cantinho que é um autêntico Museu do Vime é local de visita obrigatória na Camacha. Trabalhos maravilhosos, representando animais selvagens, fazem parte desse Museu que o visitante não deverá ignorar.


VIII
Percorrendo as sinuosas estradas da serra, deixando o olhar espraiar até às profundezas dos vales onde as aldeias mais parecem miniaturas de brincar, lá vamos descendo de novo em direcção a Santa Cruz, nossa terra de eleição para base de repouso (?). Bordejando o caminho e ladeando os ribeiros tufos imensos de vime aguardam a maturação para virem a servir de matéria-prima aos maravilhosos artefactos tradicionais da região.

Lá para trás, na Camacha, deixámos inolvidáveis recordações. Além da “poncha camacheira” e dos rostos bonitos das camacheiras só comparáveis em beleza com os das maravilhosas moçoilas do Santo da Serra, ficou também “O Relógio”, verdadeiro Museu do Vime.


(continua)

Etiquetas:


segunda-feira, dezembro 10, 2007

uma flor para... a gasolina

neste dia radioso te desejo
mil venturas, muitas felicidades
no encanto das palavras que semeias


a minha querida Gasolina tem o blogue "Árvore das Palavras"

Etiquetas:


flores da madeira

No início da década de 80 do século passado tivemos oportunidade de viajar em diversas ocasiões para a Madeira com atribuições inerentes a tarefas que desenvolvíamos no âmbito das radiocomunicações amadoras e de emergência. Dessas viagens resultou um conjunto de apontamentos que foram publicados na NORTEGAL, revista do Grupo Desportivo e Cultural dos Trabalhadores da Petrogal, à época dirigida por Jorge Guimarães.

Com as diferenças resultantes de mais de 25 anos passados publicamos hoje aqui alguns desses apontamentos de viagens.




I
A Ilha da Madeira, terra que é das flores e também... dos amores, é sem dúvida um dos cantinhos de Portugal mais belo, pitoresco e acolhedor. Suas gentes, caracteristicamente afáveis e carinhosas, são vivas e inteligentes, reconhecendo de imediato quem delas se abeira com amizade.

Para o continental, a viagem à “Pérola do Atlântico” é, desde o início, uma aventura. Após a descolagem em Lisboa e depois de cerca de 1 hora de viagem sobre o Atlântico azul e luminoso, já com Porto Santo à vista, o coração acelera o seu bater. O balançar das asas do avião provocado pela forte turbulência local, a visão da pista que mais parece um minúsculo porta-aviões, são sensações deveras impressionantes. Vale a perícia incomparável dos pilotos portugueses para que poucos minutos passados possa ter lugar um uff! generalizado.


II
O Aeroporto do Funchal, situado no concelho de Santa Cruz, é de pequenas dimensões mas o visitante é, de imediato, agradavelmente surpreendido por uma autêntica sinfonia de odores e de cores. São as flores da Madeira. É o primeiro jardim dos muitos que o visitante irá encontrar pelos caminhos da Madeira e acompanhá-lo-á com uma imagem inesquecível.

Nos primeiros contactos com a realidade da Ilha da Madeira o deslumbramento surge com a verdadeira rapsódia colorida de vermelho e verde do infindável número de cactos floridos que ladeiam as estradas e caminhos.


III
A melhor forma de se conhecer os recantos mais belos da Ilha da Madeira é sem dúvida viajar no “Maravilhas”. O “Maravilhas”, “marabelhas” no dizer dos madeirenses, é uma carrinha VW com mais de 20 anos de existência que pelas mão do seu proprietário, o bom amigo Freitas, percorre todas as estradas da Madeira.

Aliás, pela estrada fora, o “Maravilhas” é por demais conhecido a avaliar pelas muitas saudações que lhe são dirigidas e pela forma carinhosa como o Freitas as retribui.


IV
O roteiro gastronómico não poderia ser ignorado nesta deliciosa viagem. E falando em gastronomia logo nos ocorre as tradicionais espetadas que só em “seu sítio” têm o verdadeiro paladar. Subimos à Portela, a mais de 600 metros acima do nível do mar, para aí na “Casa da Portela” nos deliciarmos com uma espetada preparada mesmo ali à vista de todos nós. Claro, antecedendo como aperitivo tomámos uma poncha, bebida aperitivo/digestivo característica da Madeira e que muito irá ser falada nestes apontamentos.

Percorrendo as estradas de montanha, sempre acima dos 800 metros de altitude, e caminhando pelo Santo da Serra, Poiso (1410m), Ribeiro Frio, Camacha e descendo novamente até Santa Cruz, com passagem pela “Varanda”, seguimos a “Rota da Poncha”. O Freitas, nosso inseparável companheiro, lá nos levou aos locais onde melhor poncha se bebe.

(continua)

Etiquetas:


domingo, dezembro 09, 2007

vigilante

foi outrora defesa de costa
do mar mais perigoso e "bravo"
temor de piratas e pescadores


Forte e Praia do Espadarte, Sesimbra - Portugal

Etiquetas: ,


novos indicadores de leitura

De acordo com os critérios editoriais da Oficina das Ideias criamos, frequentemente, novos apontadores e leitura. Três razões fundamentais nos levam a essa decisão:

1 – Pela qualidade extraordinária que encontramos em determinado blogue, de acordo com a nossa avaliação pessoal;
2 – Como reconhecimento aos comentários que são deixados nos posts da Oficina das Ideias;
3 – Em resultado da permuta de indicadores de leitura.

Esta permuta desinteressada de indicadores de leitura é uma das características mais positivas da blogoesfera e de quem a utiliza com espírito construtivo e solidário que coloca acima dos seus pessoais interesses a satisfação dos leitores.

Damos conta, de seguida, de alguns dos mais recentes, solicitando a todos os companheiros da blogoesfera que estando abrangidos pelos critérios referidos não tenham o respectivo indicador de leitura na Oficina das Ideias que nos façam chegar essa informação.

Modificação de endereços:
Kontrastes, de João F D
Aliciante, de Mad

Modificação da designação do blogue:
De Mulher Aspirina para Mulher Remédio, de Estela R

Novos indicadores:

Intempus [Portugal], de Intempus – “Na senda do tempo... Nas rotas do Lobo... Na defesa da Terra...

Ana Luar [Portugal], de Ana –

Florescer [Brasil], de Jacinta – “E no jardim... As flores tomam forma de estrela.Irradiam alegria...

Negra Tinta [Portugal], de Joaquim S – “Ilumino-me no que os meus olhos rezam!

Folhas de Xisto [Portugal], de Fátima M –

Olhómetro [Portugal], de Piloto – “Vale mais um lápis curto do que uma memória grande...

Etiquetas:


sábado, dezembro 08, 2007

argola magnífica

aqui se prendiam as alimárias
num magnífico conjunto de azulejos
inspiração sem limites


Sesimbra - Portugal

Etiquetas:


pagão

Não é frequente a utilização na Oficina das Ideias de textos que não sejam originais. É exclusivamente por razões de “estatuto editorial” e não por falta de respeito por muitos e excelentes escritores, prosadores e poetas, que temos tido oportunidade de ler no decorrer dos anos.

Recentemente tivemos oportunidade de ler um soneto de Augusto Ferreira Gomes intitulado “Pagão” que nos tocou particularmente e por essa razão aqui o transcrevemos com a devida vénia à família do autor e dedicado a uma muito querida Amiga, com quem caminhamos músicas e luares, cores e mares...


Pagão

Rolam pelos pomares os frutos azulados
e o vinho, em taças d’oiro, tem gritos de ametista!...
Há nos cactos em flor um riso de contrista,
e os altos girassóis estão de luar molhados...

Sons duma flauta, ao longe, singulares, magoados,
fendem a planície. Longe, a perder de vista,
não há corpo de ninfa que ao amor resista...
E a noite vai abrindo os cílios perfumados...

O luar vem majestoso acalentar o sono
dos girassóis que dormem. Passam pela clareira
excitantes perfumes mornos de abandono...

A noite traz no rosto a palidez inteira
Tecida de lilás – azul – magia e outono
........................................................................
E a flauta em toda a orgia, cessou p’la vez primeira...



[copiado do Magazine Bertrand, n.º 44 – 2ª série, de Agosto de 1930]

Etiquetas: ,


sexta-feira, dezembro 07, 2007

sai um petisco...

frescos frutos do mar
com paladares diversos
degustados com prazer


degustado no Festival do Marisco, Atalaia, Lourinhã - Portugal

Etiquetas: ,


felicidade

Felicidade é a certeza de que a nossa vida
não está se passando inutilmente

[Erico Veríssimo, Olhai os Lírios do Campo]


O brilho no olhar do Fotógrafo deixava transparecer um grande contentamento interior que não passou despercebido à Escritora:
_Hoje sinto-o com uma satisfação interior grande, querido Fotógrafo... passa-se algo de agradável?
_ Querida Amiga... algo muito simples...
_As coisas simples são por vezes as mais importantes, não?
_É verdade sim... mas eu conto-lhe...

Na verdade, o Fotógrafo conversara há pouco com um amigo que em Portugal tem uma restaurante de gastronomia mineira que emprega cerca de 70 pessoas às quais esta a proporcionar agora formação profissional. É algo que faz regularmente, estando neste momento em formação um terço dos seus trabalhadores. Os outros o farão em breve.

No mundo actual de tamanho egoísmo e em que tem lugar uma exploração desenfreada de quem trabalha, estas excepções são, na realidade, chamas de uma esperança que nos continuam a animar. Razões de sobra para o Fotógrafo se sentir satisfeito por esta iniciativa de alguém por quem tem muita amizade.

A caminhada calçada acima lá continuou, agora que a Escritora se apercebera dos sentires do Fotógrafo:
_Tens razão no teu contentamento, tu que tantas vezes me fizeste “inveja” quando me contavas as belas comezainas no restaurante desse teu amigo... bom... e das caipirinhas nem se fala.
_Na verdade, além da grande amizade que tenho pelo Joaquim, sempre o elogio pelo cuidado que ele tem em manter a qualidade... e pela forma como cuida dos seus empregados...
_E aqui está um exemplo... boas razões tens para teres esse brilho no olhar...

A Escritora olha o mar que bordeja a costa recifense e olha a linha do horizonte. Sabe que do lado de lá as doiradas areias da Caparica desejam recebê-la com afecto. Conhecer terras do Fotógrafo, mergulhar nos portugueses petiscos de que o Fotógrafo sempre lhe fala...

A nostalgia do tempo que passa tolda-lhe um pouco o semblante, que logo se volta a animar na certeza de que em breve percorrerá terras da portugalidade...

Etiquetas:


quinta-feira, dezembro 06, 2007

terceira onda

terceira das sete ondas
que definem a força das marés
à sétima onda te amei


Mar do Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

Etiquetas:


noites das docas

Noites das docas, noites frescas e salitrosas em que o bafo do rio traz até nós as ancestrais saudades do mar tenebroso, eu vos quero, eu vos amo


[retirado do Magazine Bertrand, Natal de 1930]

Etiquetas:


quarta-feira, dezembro 05, 2007

porta de azul debruada

casas muito brancas da tradição
no alentejo profundo uma porta
com debrum de celeste azul


Porta tradicional, Alandroal - Portugal

Etiquetas:


53 meses na blogoesfera

Mês de Dezembro, dia de Natal e final do ano de 2007 tão perto. A Oficina das Ideias está há mais de 4 anos permanentemente na blogoesfera. E quantos acontecimentos da nossa vida já se passaram neste tempo passado. Preocupações e alegrias como faz parte integrante da vida vivida.

Continuamos a fazer questão em cumprir o estatuto editorial da primeira hora “textos e imagens próprios e originais, a temática da cultura de um Povo e da defesa da região da Praia do Sol e desenvolvimento dos afectos e do muito querer”.

No último mês, o número de comentários foi de 88, a partir de 23 comentadores, valores continuam a dar-nos bastante satisfação. É de grande importância para o enriquecimento da Oficina das Ideias esta contribuição dos dedicados e amigos leitores, muitas das quais nos têm trazido importantes ensinamentos.

Quanto a visitas atingimos a cifra de 452.038, a uma média de 327/dia, com origem em 145 países diferentes, valores facultados pelo SiteMeter e pelo NeoWORX. Do Brasil 173.386 visitas, de Portugal 153.776 e de Espanha 8.426 encontram-se no topo dos visitantes.

Uma explicação: O contador “sitemeter” foi corrigido, com base nos dados recolhidos pelo NeoWORX e nos dados registados antes da operacionalidade destes contadores, visto o “sitemeter” ter estado alguns dias inoperacional pelo que faltou o registo de alguns milhares de visitas. Daí a diferença de visitas relativamente ao mês anterior com o objectivo de repor a verdade.

Total de postagens – 3.271, onde cerca de metade são fotografias da autoria do nosso amigo Olho de Lince.

Um agradecimento especial a Blogger.com e a Blogspot.com onde editamos e alojamos a Oficina das Ideias desde a primeira hora.


Quadro de Honra

Gasolina, do Árvore das Palavra (Portugal)
Lígia (Brasil)
Rui Manhente, do Viandante (Portugal)
Gwendolyn, do A Cantora (Brasil)
Claudia P, do Cor de Dentro (Brasil)
Repórter, do Pó de Ser (Portugal)
Ivone, do Um Silêncio de Paixão (Portugal)
Lila (Portugal)
Alguém de Lisboa (Portugal)
Maçã, do Maçã de Junho (Portugal)
James, do Reflexões (Brasil)
Blueshell, do Blue Shell (Portugal)
Sant’Ana, do Am’Art (Portugal)
Ana, do Ana Luar (Portugal) [*]
Jacinta, do Florescer (Brasil) [*]
Sandra S, do A Gata por um Fio (Brasil)
Luísa Margarida, do Cantábile (Brasil)
David M (Portugal)
Joaquim S, do Negra Tinta (Portugal) [*]
Parente
(Portugal)
Fátima M, do Folhas de Xisto (Portugal) [*]
James Stuart, do Szerinting (Hungria)
Miguel Barroso, do A Seiva (Portugal)




A TODOS o nosso MUITO OBRIGADO!




[*] muito em breve nos nossos indicadores de leitura

Etiquetas:


terça-feira, dezembro 04, 2007

uma flor para... a jacky

neste dia especial te desejo
amorizade na sua plenitude
tranquila felicidade


Rosa dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

Etiquetas: ,


a caixa de pandora

É ancestral a utilização nos países nórdicos de pequenas pedras para a representação de ideias, de sentimentos e de situações da vida real, pelo que, tanto podem assumir uma função mágica e fantástica, como terem um cariz utilitário e de entretenimento.

Há mais de 1800 anos já o historiador romano Tácito citava a existência das designadas Runas, vinte e cinco figuras mágicas que constituíam um oráculo muito antigo e que com o tempo se converteram no primeiro alfabeto dos escandinavos.

Estas figuras aparecem muitas vezes gravadas em pedras ou em pedaços de outros materiais de origem natural: madeira, sementes, couro e tantos outros. Contudo, apresentam sempre a característica de serem peças individuais que juntas com outras diferentes vão aumentando o seu sentido.

Em tempos mais recentes, foi uma criação que teve o seu início no ano de 1903 na Dinamarca, começaram a ser criados conjuntos de peças que se foram impondo junto dos mais jovens tendo atingido uma grande divulgação nos anos 60 e 70 do século passado. Estamos a falar do LEGO.

Conjunto de peças de diversos formatos e cores com um tipo de encaixe universal com a quais é possível construir objectos da vida corrente, desde casas a veículos automóveis e tudo o que a imaginação possa idealizar. Trata-se de um sistema que nunca deixou de crescer acompanhando a evolução da civilização.

Recentemente o mercado nacional tomou contacto com um novo conceito de criação de peças de joalharia, igualmente com origem na Dinamarca, designado “Pandora”. Trata-se de uma fascinante colecção de peças de joalharia únicas, que permite criar pulseiras e colares ao estilo e gosto pessoal.

Na realidade, continuamos perante um conceito de “pedras” com as quais se vão criando obras evolutivas dependentes da imaginação de cada um. A magia das “Runas” perpetuam-se da criação humana no decorrer dos séculos.


A ideia “Pandora” foi-nos mostrada pelo senhor Carlos da Ourivesaria Miranda, de Costa de Caparica.

Etiquetas:


segunda-feira, dezembro 03, 2007

chaminé de fumeiro

chaminé que serve o chão de fogo
a lareira a aconchegar na invernia
fumeiro dos enchidos para um ano


Chaminé tradicional na aldeia de Terena, Alandroal - Portugal

Etiquetas: ,


relembrar a banda do cidadão

Em “Tempos da Rádio” damos a conhecer hoje na Oficina das Ideias dois artigos publicados da secção “73/51 Força na PTT” da responsabilidade de Maria Teresa Reis, no jornal A Capital e que sublinha a importância que teve nas décadas de 80 e 90 do século passado as designadas “comunicações de todos”, a Banda do Cidadão (no Brasil Faixa do Cidadão).


Em 8 de Abril de 1982 era publicado:

A Organização Cebeísta Portuguesa insiste junto do ICP (hoje ANACOM)

O Secretário-Geral da Comissão Instaladora da Federação Portuguesa da Banda do Cidadão (Comissão 3X3), ouvidos os seus consultores técnicos e jurídicos, oficiou o Instituto das Comunicações de Portugal no sentido de que este informasse a organização cebeísta do ponto da situação quanto às justas pretensões dos utentes, já formuladas oficialmente em Abril de 1991.

É o seguinte o conteúdo do ofício agora enviado à entidade da tutela da Banda do Cidadão em Portugal:

"Em ofício datado de 5 de Abril de 1991 enviou esta Federação a V. Ex.as. um conjunto de propostas de alteração ao Regulamento da Banda do Cidadão actualmente em vigor (decreto-lei n.º 153/89, de 10 de Maio) que consubstanciavam a posição dos utentes portugueses da Banda do Cidadão sobre um assunto, no qual são os principais interessados.

Pese o longo período que já transitou desde então, a colaboração desinteressada que os utentes organizados nas suas federações regionais sempre têm dado aos serviços e a justeza das questões apresentadas, tal ofício só mereceu de V. Ex.as. uma resposta acusando a recepção, cerca de dois meses depois e a promessa de que o assunto iria merecer a melhor atenção.

Os utilizadores do serviço da Banda do Cidadão, como devem calcular, não adormeceram sobre a referida promessa, aprofundaram o estudo da situação e não apresentam qualquer disponibilidade para aceitar pacificamente a chegada de 1 de Janeiro de 1993, data a partir da qual não seriam legalizados novos equipamentos CB com os modos de modulação de AM e SSB.

De salientar que os meios técnicos que pretendemos continuem a vigorar legalmente em Portugal já são praticados desde 1978, há catorze anos, portanto e que quando fossem totalmente abolidos teriam um uso de 22 anos, sem prejuízos para terceiros, antes pelo contrário, considerando a utilidade pública que a Banda do Cidadão em si envolve.

Acrescente-se, que como será do vosso conhecimento, ainda muito recentemente numa reunião do Comité RES do ETSI foi efectuada pela Federação Europeia da CB uma demonstração de compatibilidade electromagnética com resultados altamente positivos.

Nesse sentido solicitamos uma tomada de posição urgente sobre o assunto, na certeza de que não abdicaremos das condições técnicas que permitiram ao legislador considerar a Banda do Cidadão como "importante factor de desenvolvimento económico e social".
"


Com data de 1 de Setembro de 1993 era publicado:

““Rede 27 Rádio CB” uma noção a relembrar

A "Rede 27 Rádio CB", do Caparica CB, é a designação dada ao sistema de vigilância e alerta, para situações de emergência, que o Caparica CB tem a funcionar desde 1981.

Este sistema é baseado nas radiocomunicações utilizando a Banda do Cidadão e está implantado no designado "Perímetro da Caparica", que abrange em geral a zona da Costa Azul e, em particular, as áreas geográficas dos concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra.

Participam no funcionamento da "Rede 27 Rádio CB" todos os associados do Caparica CB, utilizando equipamentos de Rádio CB operados em base, móvel e portátil constituindo, assim, uma rede de comunicações rádio que, consoante as circunstâncias, funcionará como rede livre ou rede dirigida.

Está perfeitamente determinado o alcance de emissão/recepção de cada estação integrante da rede e a forma de fazer chegar uma mensagem urgente, o mais rápido possível e em condições de segurança, ao destino necessário, principalmente aos meios de socorro.

A forma de funcionamento da "Rede 27 Rádio CB" encontra expressão no conteúdo do "Plano Global de Emergência Rádio CB para o Perímetro da Caparica" que o Caparica CB edita desde 1982, do conhecimento de todos os associados e das entidades possuidoras dos meios de segurança e de socorro.

Etiquetas:


domingo, dezembro 02, 2007

símbolos

símbolo de uma fé imensa
proteje dos ataques dos "infiéis"
franqueias lançar a morte do "inimigo"


Nas ameias do Castelo de Terena, Alandroal - Portugal

Etiquetas: , ,


li e escrevi

Existem palavras, simples palavras, que lidas em determinados circunstâncias despertam em nós inspirações que aparentemente podem com elas fazer contraponto.


Li “razão”

e escrevi:
Uma suave carícia, lenta, madura... que se transforma em paixão!
Um olhar doce, meigo, profundo... que se transforma em emoção!
Um mamilo erecto, sensível, uva... que se transforma em excitação!
Um gemido ténue, macio, veludo... que se transforma em tesão!


Li “inevitabilidade”

e escrevi:
A "inevitabilidade" não existe... quando a própria morte me parece "inverosímil"...


Li “Alentejo”

e escrevi:
Olhos castanhos, envolventes e profundos
Escondem segredos das terras quentes, sensuais
Iluminam sentires, indicam veredas, novos mundos
A quem deles se abeira, em sublimes rituais


Li “fraternidade”

e escrevi:
Na minha modesta opinião, ser fraterno é dar-se... dar uma palavra, dar atenção, dar o ombro, dar um caminho, dar uma luz. Esperar em troca somente a carícia de um sorriso...


Li “experimentar”

e escrevi:
Experimentar é caminho de descoberta
A audácia de ousar é ir mais longe do que o pensamento
Originalidade é desmediável querer
Ser igual é ser fraterno no reconhecimento
Da diferença


Li “esperança”

e escrevi:
O “Cavaleiro da Esperança” voa terras sem fim, voa mares e montanhas, é corajoso como o Marinheiro do meu querido mar, é arguto como o Fotógrafo das minhas caminhadas calçada acima... Transformará a utopia na mais profícua globalização... a globalização da Solidariedade.

Etiquetas:


sábado, dezembro 01, 2007

reflexos de cumplicidade

a cumplicidade com o mar
sublima a paixão o encantamento
entre os entes que se querem


Praia da Belavista, Grande Areal, Almada - Portugal

Etiquetas:


em novembro de 2007 a oficina publicou

Textos
Dia 1 – Em Outubro a Oficina das Ideias publicou; Oficina das Ideias, 250 mil visitantes
Dia 2 – Nuvens Rendilhadas [textos com mote]
Dia 3 – Mar cúmplice do meu sentir [sentires da praia do sol]
Dia 4 – Meu Olhar [quadras soltas]
Dia 5 – 52 meses na blogoesfera [oficina]
Dia 6 – Eu sou Saloio
Dia 7 – Novos Indicadores de Leitura
Dia 8 – Bella du Sud... [hoje eu degustei...]
Dia 9 – Foi pelo Outono [textos com mote]
Dia 10 – De Ma De Ti De Se
Dia 11 – Em louvor a São Martinho
Dia 12 – A Lenda das Vieiras do Mar
Dia 13 – Eles estão aí de novo
Dia 14 – Do Leão a sua Origem
Dia 15 – Areias [contos da praia]
Dia 16 – Outono de Aves [textos com mote]
Dia 17 – Lengalenga [poesia]
Dia 18 – Bulhão Pato, poeta do Monte [contos da praia]
Dia 19 – Chamamento do Mar Agreste
Dia 20 – O Segredo de Gaudí
Dia 21 – Colmeias da Charneca [minha terra é meu sentir]
Dia 22 – No Natal adopte um Lobo
Dia 23 – Força da Ternura [textos com mote]
Dia 24 – Encostei-me ao balcão [poesia]
Dia 25 – Lenda do Colibri
Dia 26 – Companheiro da Alegria [tempos da rádio]
Dia 27 – De muito Amar e Querer [poesia]
Dia 28 – In Tempus, um Blogue do Coração
Dia 29 – Sócrates, o Pai Natal de 2007? [a nossa opinião]
Dia 30 – Serras e Desertos que lhes cabiam [textos com mote]

Imagens
Dia 1 – Alandroal
Dia 2 – Ameias
Dia 3 – Solitud...
Dia 4 – Misterioso Promontório
Dia 6 – Vigilante
Dia 7 – Frutos da Mata
Dia 8 – De Verde Vestido
Dia 9 – Embriaguez
Dia 10 – Florzinha tão Só
Dia 11 – Fagulhas Douradas
Dia 12 – Via Láctea
Dia 13 – Boas Ondas...
Dia 14 – Surfar um Tubo
Dia 15 – Tranquilo Recanto
Dia 16 – Lapas Grelhadas
Dia 17 – Telhados
Dia 18 – Chaminés do Grande Lago
Dia 19 – Mar da Tranquilidade
Dia 20 – Cabeça de Sereia
Dia 21 – Lago Romântico
Dia 22 – Brincos de Princesa
Dia 23 – Meloa com Presunto
Dia 24 – Lua Novembrina
Dia 25 – Encantamento
Dia 26 – Castanhas Assadas
Dia 27 – Argola
Dia 28 – Gato Lampeiro
Dia 29 – Mar e Texturas
Dia 30 – Chanfana

Uma Flor para...
Dia 5 - ...a Lígia

Etiquetas:


This page is powered by Blogger. Isn't yours?