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terça-feira, setembro 30, 2008

uma flor para...a mariazita

neste dia especial
desejo-te mil felicidades
grato por tuas belas partilhas




Mariazita é uma querida Amiga que tem o blogue "A Casa da Mariquinhas"

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esse instante de um suspiro

É um momento do tempo
É o tempo de um suspiro
Um século?
Um ano?
Um segundo?

Um instante!

Tua ausência
Num instante
São séculos
De solidão
No meio da multidão
Com música
Dança
Fartura
Muito fogo de artifício

Tua imagem fugaz
Não é mais do que o desejo
O sonho
O querer
Desejo de que esse instante
Não seja segundo
Nem ano
Nem século
Seja somente um suspiro
Um momento do tempo
Desmediável!

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segunda-feira, setembro 29, 2008

uma flor para... a claudinha

que cresças com saúde e felicidade
desejo-te do coração
como se minha neta sejas




A Claudinha é uma menina luso-catalã, cujos pais são como se meus filhos fossem

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os círios da margem-sul

Além dos “Círios dos Saloios” realizavam-se, igualmente, os designados “Círios da Margem-Sul”, embora com destino a dois santuários diferentes: O Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel e o Santuário de Nossa Senhora da Atalaia

Caparica
Seixal
Arrentela
Almada
Azeitão
Setúbal
Coina

À Freguesia de Caparica pertencia o primeiro lugar na organização dos Círios da Margem-Sul, devido ao facto de terem sido homens da Caparica os primeiros a descobrirem as marcas nas rochas.

Na Igreja de Nossa Senhora da Medra Mua, do lado do Evangelho encontra-se um altar a Nossa Senhora da Conceição pago pelo Círio de Almada e do lado da Epístola um altar devoto a S. João pago pelo Círio da Caparica e onde se pode ler


Esta
Capella
Mandou Fa
zer o Sirio de Ca
parica Por sva de
voçaõ Na Era de
1719



Hoje em dia, realizam-se anualmente os seguintes Círios da Margem-Sul:
Terceiro domingo de Páscoa – Círio da Azóia (concelho de Sesimbra)
15 de Agosto – Círio de Palmela
Último domingo de Setembro – Círio de Sesimbra (Círio dos Pescadores)



Ontem, realizou-se em Charneca de Caparica, Concelho de Almada, pelo segundo ano consecutivo, a reconstituição da tradição dos "círios da Margem-Sul".

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domingo, setembro 28, 2008

"a serra lilás"

em tonalidade rara de azul-lilás
cobrem a serra dando-lhe cor e vida
na simbologia lunar




Flor lilás das serras d'Aires e Candeeiros; Maria de Lurdes Soares escreveu o livro "A Serra Lilás"

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tocadores de concertina na barrenta

tradição e cultura popular
A tradição resulta da memória colectiva de um Povo, autêntico património invisível que se transmite entre gerações e representa o mais elevado expoente da cultura popular. Aqui se deseja dar conta desse repositório



É uma atracção que vem do fundo dos tempos, é telúrica porque intensa, a partir de vales e serras, de maciços graníticos e calcários, e das gentes. Pouco mais de uma quarentena de pessoas consegue atrair multidões ao som de um instrumento tão antigo como a própria aldeia: a concertina.

Barrenta, a aldeia com tamanho poder de atracção, situa-se num vale cavado entre serranias, donde se destacam pela sua grandeza e encantamento as serras D’Aires e dos Candeeiros que no seu interior profundo escondem maravilhosas grutas onde enormes estalagmites e estalactites marcam o caminhar dos tempos, milhões de anos de mistérios e de segredos.

O dia acordou luminoso ao gosto dos viajantes e como as boas companhias fazem as boas viagens lá seguimos rumo ao sonho para participar, assistir, viver o 7º Encontro Nacional de Tocadores de Concertina, o terceiro internacional. Já na noite anterior, como nos contou o grande dinamizador deste evento Hermano Carreira, tinha sido “de ir às lágrimas” o 2º Serão “Sons Tradicionais”.



Presentes mais de centena e meia de tocadores de concertina, instrumento musical de grande tradição em Portugal, especialmente na região do Minho, mas que hoje em dia tem grande aceitação na totalidade do nosso País, adaptando-se em termos musicais às características de cada região. Ultrapassa mesmo as fronteiras de Portugal, na senda da lusofonia (a língua, as tradições, o respeito pelo património intangível) donde não surpreende a presença de tocadores de concertina cabo-verdianos animando-nos com um exuberante “funáná”.

O improviso, a espontaneidade, a desgarrada entre tocadores acompanham-nos no degustar de uma saborosa carne de porco assada no espeto à vista de todos nós e de uma deliciosa morcela de arroz acompanhadas de um “belo” vinho tinto. É o espaço e o tempo criativos que antecedem a exibição dos diversos tocadores em cima do palco instalado no topo da rua principal da aldeia.



E a função não pára. São os mais novos, alguns tocadores já de muito mérito que procuram obter novas sonoridades dos instrumentos e os mais velhos, tradicionais no tocar e que vão “passando” ensinamentos aos que avidamente querem dar continuidade ao saber dos seus antepassados.

E dos quatro cantos do largo onde se situa o Centro Cultural da Barrenta, outrora o sítio do forno da cal que ainda o ano passado uma leitora amiga desta Oficina residente no Brasil referenciava, surgem sons de concertina. E se atentos ficarmos reconhecemos a chula minhota, e do outro lado o fandango ribatejano ou musicalidades mais elaboradas com ar parisiense.



Mas sempre, sempre... os sons da concertina.

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sábado, setembro 27, 2008

google 10 anos

A Oficina das Ideias dá os parabéns à equipa do Google que comemora hoje 10 anos de existência.




A Google disponibiliza o espaço e o sistema Blogspot onde a Oficina das Ideias está, desde a primeira hora, de portas abertas para todo[a]s o[a]s amigo[a] que nos dão o prazer da visita.

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na senda do "tempo de pedra" 5

na senda do “Tempo de Pedra”
O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo.


na Igreja de Santo Isidoro, Santo Isidoro - Mafra

Templo construído no século XVI na traça arquitectónica manuelina e barroca, é precedida de um alpendre como se encontra com frequência em igrejas e capelas dos concelhos de Sintra e de Mafra. No adro da igreja, nesse centro do universo local, está implantado um cruzeiro do século XVIII. Tem uma única torre sineira encimada por um interessante cata-vento.


Sobre o alpendre que precede a igreja encontra-se um relógio de sol colocado numa peanha em pedra, da mesma pedra em que o relógio foi esculpido com desenho estilo barroco. É visível de todo o adro frontal à igreja e mesmo a partir do seu exterior.


O relógio de sol é constituído por um mostrador do tipo vertical talhado em pedra, com o gnómon em ferro e as marcações horárias são gravadas em numeração árabe. Tem como data de colocação 1738.




Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios
Guia do Concelho de Mafra


“Tempo de Pedra” anteriores:
na Igreja de S. João Degolado, Terrugem, Sintra
na Igreja de S. João Baptista, S. João das Lampas, Sintra
na Capela de Santo António, Carvoeira, Mafra
na Ermida de Nª Sª do Ó, Carvoeira, Mafra

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sexta-feira, setembro 26, 2008

vigilantes

atentos aos movimentos
na mata do pinhal d'el rei
são mágicas figuras




Corvídeos no topo de um pinheiro, Mata dos Medos, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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repôr as doiradas areias

A paragem da camioneta com destino a Belém situava-se junto às instalações das fábricas de Santos Matos, entre a estação do caminho de ferro e os Recreios Desportivos da Amadora. Local especial para esta carreira, ela própria somente realizada em época de veraneio e a cargo da Empresa de Camionagem Eduardo Jorge, sediada e com garagem central na Venda Nova.

Só se realizavam duas carreiras no sentido Amadora-Belém, uma de manhã bem cedo e outra após a hora do almoço, quando o sol já passara o pino, e o mesmo número para o regresso, a meio da manhã e à noite a partir da zona envolvente da estação fluvial de Belém. Quem quisesse usufruir das doiradas areias da Caparica teria que seguir na camioneta da manhã com o acidentado percurso ainda à sua espera.

Depois de uma viagem de quase uma hora até Belém, havia que atravessar o rio Tejo nos barcos à época de grande fragilidade, que causava temor em tempos de águas mais agitadas. O destino era Trafaria mas a maioria das vezes a embarcação fazia escala em Porto Brandão, especialmente quando o barco era do tipo de “ferry-boat” para transporte de viaturas.

Depois, de novo de camioneta, da Camionagem Piedense que servia a margem sul do Tejo, uma viagem de pouca comodidade por estradas de macadame até à Costa de Caparia. Finalmente a praia prometida, os mergulhos e a bola de Berlim reconfortante. A festa!

Mas a aventura não terminara ainda. Havia que caminhar uma distância que parecia sem fim, ultrapassando as altaneiras dunas e caminhando no longo areal. Porque a idade e o tamanho tornavam tudo maior e mais difícil de ultrapassar e porque era longo e amplo o areal até à orla marítima.

Os tempos passaram e as vicissitudes de obras irresponsáveis como foi o desassoreamento da cala do Bugio e as construções dos pontões da N.A.T.O. e dos silos da Trafaria levaram a que a Praia do Sol fosse perdendo a sua grandeza junto com a areia que o mar levava e não repunha. E foi a grande catástrofe de “o mar a invadir a terra” chegando ao coração da então vila, hoje cidade, da Costa de Caparica.

Hoje em dia, numa tentativa de recuperar tempos perdidos, as praias da Costa de Caparica estão a ser artificialmente alimentadas com um reforço de areia de cerca de um milhão de metros cúbicos que se prevê possa estar concluído até ao mês de Outubro, a tempo da realização do Campeonato Mundial de Surf, a ter lugar entre 11 e 19 de Outubro de 2008.

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quinta-feira, setembro 25, 2008

arriba fóssil

há milhões de anos o mar aqui chegava
recuou para permitir ser vista
tamanha obra da natureza




Arriba Fóssil da Costa de Caparica, Almada - Portugal

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paisagem protegida

A Arriba Fóssil, sobranceira às chamadas Terras da Costa é o mais característico elemento natural da região da Caparica. Trata-se de uma formação geológica invulgar, constituída por rochas sedimentares, possuindo as mais antigas cerca de 15 milhões de anos, com belas formas provocadas pela erosão, variegadas tonalidades ocre e as ravinas abundantes - boqueirões - coroadas de vegetação luxuriante. É o testemunho presente de uma época em que a linha da costa se situava mais para o interior. Actualmente e devido à acumulação de grandes quantidades de areia junto à Arriba, o mar já não a atinge, sendo por isso designada por Fóssil. Para defesa deste património natural único foi legalmente constituída em 1984 a designada Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica.

A importância geológica da Arriba Fóssil é justificada pelo facto de ser constituída por uma sucessão de estratos de rochas sedimentares, das mais importantes da Europa Ocidental, caracterizados por um imenso conteúdo fossilífero.

Para além das características geológicas, muitos outros factores contribuem para que seja considerada um dos principais pólos de interesse natural da região. Possui locais muito favoráveis para a alimentação, reprodução e repouso de aves de rapina, de entre as quais se destacam a águia-de-asa-redonda, o peneireiro-comum, o mocho-galego e a coruja-do-mato. A variedade da fauna é completada com outros animais, desde o rato do campo ao coelho, da perdiz ao pintassilgo.

As matas da Arriba são um local privilegiado de passagem para as aves migratórias, sendo ainda de assinalar a presença de uma importante colónia de corvídeos, com relevo para as famílias de corvos comuns, caracteristicamente constituídas por três elementos. Pode-se igualmente observar e admirar na zona envolvente a Reserva Botânica da Mata Nacional dos Medos, também conhecida por Pinhal do Rei, o qual foi mandado semear pelo rei D. João V, com o objectivo de impedir a progressão das areias dunares para o interior.

No perímetro da Arriba Fóssil são visíveis os marcos com o símbolo da Casa de Palmela, ao longo da antiga estrada que o monarca utilizava nas suas deslocações de Lisboa para o Castelo de Palmela.

Neste importante espaço natural podemos encontrar, ainda, a Mata das Dunas da Costa de Caparica e Trafaria, na base da arriba, perfazendo com a Mata dos Medos, cerca de 600 ha. de área florestal que proporcionam bons momentos de repouso em contacto directo com a Natureza.

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quarta-feira, setembro 24, 2008

energia pura

fonte da vida e do saber
nasce para todos os seres
símbolo de democracia




Disco Solar em dia de nebelina, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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nada e tudo

Em tempos de parcerias a minha querida amiga Cathy, do Bailar das Letras, escreveu e desafiou. Aqui fica o escrito poema...

Nada.
O princípio do muito,
O calar do momento,
A certeza do esperado...
Nada está no tudo.
Tudo.


E o desafio...

Eu já disse o que penso do NADA, espero que me digam o que pensam do TUDO

Esta é a modesta resposta da Oficina das Ideias ao desafio:

Tudo.
O fim do pouco,
O falar eternamente,
A dúvida do inesperado...
Tudo contém o nada.
Nada.

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terça-feira, setembro 23, 2008

um cravo para... o pedro

muitos parabéns querido amigo
irmão mais novo de muitas andanças da vida
à nossa! "sai um só com gelo!"




O Pedro tem o blogue "Sintra-Gare" (temporariamente suspenso), é um dos responsáveis maiores pela existência desta Oficina

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ainda os saloios

Fundamentados em excelentes textos publicados pelo investigador histórico Vítor Manuel Adrião publicámos na Oficina das Ideias um texto subordinado ao tema “Eu sou saloio” onde defendíamos ser no Egipto longínquo a origem dos habitantes, dos “homens do campo”, das regiões de Sintra, Mafra e Cascais, indo até Torres Vedras e mesmo até Óbidos. Para sul abrangendo a zona sadina de Setúbal, Arrábida, Sesimbra e Cabo Espichel.

Escrevíamos então, baseados na opinião de Vítor Adrião: “O Saloio tem origem numa etnia arábica vinda de Saleh, na fronteira do Egipto, nos finais do século VIII, para o ocidente da Europa, com muita incidência para um território que faz hoje parte de Portugal.

E acrescentávamos: “Estes povos imigrantes miscigenaram-se aos cristãos, à época submetidos ao jugo dos árabes ocupantes, pelo que em breve eles próprios se tornaram moçárabes. Por serem considerados inferiores pelos árabes foram remetidos ao desprezo e relegados para as faixas mais humildes que se dedicavam ao cultivo dos campos dos arredores das grandes urbes estremenhas, particularmente de Lisboa.

Mas o tempo não pára e as preocupações sobre esta temática continuaram. Quando pesquisávamos dados sobre os relógios de sol para integrarmos a série de artigos sob a designação de “Tempo de Pedra” e acerca da Ermida de Nossa Senhora do Ó, na Freguesia da Carvoeira, concelho de Mafra, encontrámos uma interessante ideia, concordante com tudo que antes havíamos lido.

O historiador Mineiro Augusto de Lima Júnior encontrou nas leituras do livro “Santuário Mariano”, da autoria de Frei Agostinho de Santa Maria, algumas referências ao culto de Nossa Senhora do Ó que se pensa ter sido iniciado na região de Torres Vedras.

Por outro lado é relevante referir de que os egípcios para representarem a eternidade pintavam o hieróglifo “O”. Daí uma das origens possíveis da designação Senhora do ‘O, Senhora da Eternidade.

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segunda-feira, setembro 22, 2008

mar do equinócio

no grande areal em tempo de equinócio
o mar a espraiar na doirada areia
o último beijo de verão




Mar do Equinócio, Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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viver é sempre recomeçar

Às 15 horas e 44 minutos (UTC), 16 horas e 44 minutos na hora legal de Portugal continental de hoje, tal como está lavrado n’O Verdadeiro Almanaque BORDA D’ÁGUA, “reportório útil a toda a gente” e confirmado no sítio do Observatório Astronómico de Lisboa, inicia-se o Outono no hemisfério Norte, quando a noite tem a mesma duração do dia e em que faltam 99 dias a recolher até ao final do ano. É tempo de cumplicidade com o mar imenso de azul esverdeado vestido, a versejar na espuma criada no beijar da areia doirada.

Por lá estivemos junto ao espraiar das ondas no Grande Areal, este ano de 2008 um dia mais cedo porque de ano bissexto se trata, mas sempre com o mesmo encantamento.

Estamos a viver o Equinócio de Outono, tempo de consolidação para o crescimento e o esquema natural das coisas. Armazenamos os frutos do esforço realizado e procuramos compreender que novas mudanças são necessárias progredir, quando o tempo de renovação chegar. Tempo de vindima que a uva do ano promete vinho de cariz muito especial, como foi confirmado no mosto resultante da pisa das Festas das Vindimas, em Palmela e, por certo, destinado a uma excelente “reserva”, pois o Sol deu o seu toque mágico nos últimos dias de maturação.

Mas é, igualmente, tempo de mesa farta em marmelos (ah a doirada marmelada!), em romãs (as maçãs de Roma!), nas uvas e nas azeitonas, nas maças maduras e não tarda muito no vinho novo.

Assim como as árvores se libertam das folhas cobrindo o solo de tonalidades castanho e doirado também nós deveremos esquecer comportamentos e atitudes sem utilidade, para nos prepararmos para a Primavera da esperança que logo estará a bater à porta. Aproveitemos momentos de recolhimento no Outono e Inverno e teremos mais luz e alegria nos primeiros dias primaveris.

Nesta terra lusitana, vão imperar as tonalidades castanho e doirado, mas não o ocaso da vida e muito menos a morte da esperança. O Atlântico será estreito para a vontade indomável de povos que se querem bem. No Brasil festejam-se as searas, as flores, o eterno renascer. “Deméter reencontra Perséfone e volta a ser fértil”. Há esperança renovada, porque o “Cavaleiro da Esperança”, contra ventos e marés, continua a encaminhar o Brasil e os brasileiros para o oásis do tempo. E nós irmãos portugueses, os que se não venderam aos dólares das armas e da contaminação do Planeta, sentimos o orgulho do Pai amado.

Hoje é tempo de Equinócio de Outono que marca o início do afastamento do Sol rumo ao Inverno. O dia e a noite são exactamente iguais, com 12 horas cada. Com ele se dá o início astronómico do Outono. O Sol nasceu precisamente a Leste e o ocaso verifica-se a Oeste. Despertei ainda o sol não dera os primeiros passos, caminhei a madrugada tranquila e vivi a luminosidade do amanhecer Verão. Depois, senti a chegada do Outono nas águas ora tranquilas, ora agitadas do mar do Grande Areal, essa Praia do Sol que regimes e governos sucessivos têm prejudicado em defesa das praias do “outro lado” como se a Natureza os não queira juntos na “quebra” do mar Atlântico.

No momento do atravessamento iluminou-se o meu sentir de tonalidades de lilás que por estranho que pareça é a mudança do azul esverdeado da luz intensa para o doirado do pôr-do-sol. Não é estranho, pois, que a tradição ocidental associe este momento com o pôr-do-sol. As civilizações solares antigas acreditavam que o Sol morria no entardecer e era ressuscitado no dia seguinte. Durante a Noite, ele cruzava o Reino dos Mortos, levado, segundo os egípcios, em uma barca. Mas a tradição ocidental liga o Equinócio igualmente à água, em especial, à água do mar.

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domingo, setembro 21, 2008

pequenina como a hera

uma concha de vieira
tão bela e pequenina
quanto mais pequena, maior é o carinho da lembrança




Concha de vieira do mar do Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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um outro olhar 2

Em 6 de Outubro de 2003 entre os autores dos blogues Oficina das Ideias (letra de estilo regular) e Segredos de Deméter (letra de estilo itálico) foi criada uma parceria para a elaboração de um conto escrito “a quatro mãos” que se manteve durante diversas semanas. É o fruto dessa parceria que hoje aqui se recupera na memória de um interessante trabalho realizado na defesa da lusofonia: a língua portuguesa, o património cultural e as vivências diversas. O Victor mantém a edição diária do blogue Oficina das Ideias. A Marley é assessora de imprensa na Prefeitura de Goiânia, Brasil.

[ler antes: Um outro olhar 1]



Mas aquele olhar perdido...

Olhar perdido para lá do infinito de um planalto florido, das cores e dos odores tão esquisitos, que o alquimista dos sentires e dos quereres utiliza magistralmente para construir o amor.

Passados terras e mares, onde o olhar já não alcança, mas onde o pensamento e a imaginação do artista navega o sonho de tonalidades sépia com pinceladas de um verde esperança, voltamos à terra onde as “outonalidades” significam música, música intimista e tranquila.

No palácio, antes casa senhorial, e nos seus primórdios pavilhão de caça, os sons ecoam nos salões, sons de uma musicalidade ímpar, saídos de mãos sensíveis, esguias, ágeis que dedilham suavemente as teclas de um maravilhoso piano de cauda.

O artista queda-se tranquilo agora embalado por suaves sonoridades. E sonha... o seu sonho recorrente. Leve como uma ave, voa voa voa, sem limite e sem cansaço. Passa montes e vales por espaços amplos muito belos. O Mundo um dia será todo assim: doce, tranquilo, solidário.

Lá bem no alto, onde o firmamento é mais azul, o artista ficou na dúvida. Será Outono ou Primavera? Tonalidades de castanho com pinceladas de verde esperança, frutos secos e jeropiga em perfeita harmonia com esvoaçantes beija-flor de flor em flor, doirado sol e jarros de suco de manga, abacaxi e doce de goiaba.

É nesse espaço imaginário que os olhares perdidos se encontram, que as almas se entrelaçam num profundo e esplendoroso abraço. A fascinação deste encontro é como um poema, é luz, é sedução. Apenas olhares e o som universal do piano.

Pouco importa se é Primavera ou Outono. Somente ali, naquele ponto perdido em algum lugar do espaço as diferenças não existem. Não existe velho, nem novo. Não existe feio ou bonito, não existe perto nem longe. Apenas o mar de sentimentos tão intensos e imenso quanto o oceano que os separa.

Naquele instante mágico são apenas dois amantes apaixonados alimentando o espírito. Fundem-se, construindo o Amor além das muralhas de um castelo, além dos limites humanos. O artista, que embalado pela música voa, pode encontrar a sua musa, que esquece o olhar em um ícone qualquer deixando seu pensamento expandir em espirais de luz. Um encontro sem toques. Como em um templo. O amor existe além dos dois.

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sábado, setembro 20, 2008

concertinas

do minho até ao algarve, mesmo atlântico dentro
animam as festas e romarias
estão no coração das gentes




Concertina, iluminações das Festas das Vindimas 2008, Palmela - Portugal

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na senda do “tempo de pedra” 4

na senda do “Tempo de Pedra”
O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo.


na Ermida de Nossa Senhora do Ó, em Carvoeira - Mafra

Esta ermida foi construída em terras afastadas da povoação, na confluência da ribeira de Cheleiros com o rio Lizandro, num vale profundo e junto a uma vetusta ponte. A sua traça é muito singela, não sendo por certo a original cuja data de construção se perdeu. Na fachada principal tem construída uma pequena galilé e na porta de acesso à ermida tem a data de 1830.



Tem um relógio de sol colocado no cunhal direito na parede lateral da citada galilé visível não só do terreno interior ao muro que rodeia a ermida como do caminho que atravessa a ponte e sobe na direcção de Mafra. Servia de orientação horária a quem percorria esse caminho que teve alguma importância nas comunicações locais.



O relógio de sol é constituído por um mostrador do tipo vertical talhado em pedra, com o gnómon triangular em ferro (que se encontra partido) e as marcações horárias são gravadas em numeração romana. Tem a data de 17 63. Adicionalmente apresenta um relógio vertical ocidental e relógio vertical oriental ambos com gnómons em ferro.





Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios
Guia do Concelho de Mafra


“Tempo de Pedra” anteriores:
na Igreja de S. João Degolado, Terrugem, Sintra
na Igreja de S. João Baptista, S. João das Lampas, Sintra
na Capela de Santo António, Carvoeira, Mafra

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sexta-feira, setembro 19, 2008

taça de flores em lilás

dá alegria e dá cor
ao encontro e ao romance
uma troca de olhares




Floral na mesa de refeições da Casa Cadaval, Muge - Portugal

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o b.i. do tremoço

O Paulo Moreiras, do blogue O Elogio da Ginja, é um trabalhador esforçado na investigação das Tradições Populares Portuguesas, tendo publicado já diversas obras sobre esta temática, donde salientamos “Elogio da Ginja” em Maio de 2006 e na colecção “Bilhetes de Identidade” os livros “B.I. da Cereja e da Ginja” e “B.I. do Palito”, ambos no ano de 2007. Paulo Moreiras além de amigo da Oficina das Ideias dá-me também a honra de ser meu amigo pessoal. No livro “Elogio da Ginja” publicou uma receita de ginjinha original da Oficina das Ideias designada “Ginjinha dos Monges do Convento da Rosa”, onde refere “...uma estória muito interessante sobre ginja chegou-me por mão de Victor Reis, através do seu blogue Oficina das Ideias, que nos dá conta de uma ginja fabricada pelos monges do Convento da Rosa, na Charneca de Caparica...”.

Paulo Moreiras nasceu em 1969, em Lourenço Marques, actual Maputo, Moçambique. Veio para Portugal em 1974. Viveu nas encostas do Douro, entre Resende e Cinfães, seguindo-se uma prolongada estada no Laranjeiro, Almada, onde leccionou na escola local. Vive actualmente em Meirinhas, no concelho de Pombal.

Além doa obras já anteriormente citadas publicou um álbum de banda desenhada «Hermínio, Regresso a Portucale» (1996); um romance «A Demanda de D. Fuas Bragatela» (2002 e 2004) e um livro de poesia «Do Obscuro Ofício» (2004).

Paulo Moreiras acaba de dar à estampa um novo livro integrado na colecção “Bilhetes de Identidade”, do Instituto de Estudos de Literatura Tradicional (IELT) e publicado pela editora Apenas Livros. Trata-se de “B.I. do Tremoço” onde podem encontrar muitas curiosidades e saberes sobre esta leguminosa.

Sabiam que no século XVIII a água de cozer tremoços era indicada como protector solar para o rosto e o pescoço? Sabiam que tremoços eram o alimento preferido dos filósofos gregos? (E o “marisco” preferido do Eusébio). Sabiam que nas antigas comédias romanas os tremoços eram utilizados para simbolizar o dinheiro? Sabiam que os tremoços são aconselhados para combater o colesterol?

No «B.I. do Tremoço» Paulo Moreiras dá-nos a conhecer um pouco da história e presença desta notável leguminosa na nossa tradição e na nossa memória, com referências à utilização dos tremoços em diversas actividades populares que vão desde as rimas infantis aos cancioneiros. Lendas, provérbios e adivinhas revelam também alguma da sua importância, bem como a sua utilização na toponímia portuguesa e suas propriedades terapêuticas.

Parabéns amigo Paulo Moreiras por mais esta tua iniciativa.


Para encomendar:
Apenas Livros
Tel/fax: 21 758 22 85
email: apenaslivros@oninetspeed.pt

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quinta-feira, setembro 18, 2008

símbolo da vida

a natureza usa a paleta do arco-íris
para colorir a terra e os mares
plenitude da vida vivida




"Tree Parade", margens do rio Mondego, Coimbra - Portugal

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brasil que te amo

Em 23 de Agosto de 2003, já lá vão mais de cinco anos, publicávamos na Oficina das Ideias um texto de opinião que começava assim:

Escrevi no meu livro de apontamentos de capa preta, com data de 2 de Janeiro de 2003, breves notas das quais transcrevo para aqui:

“O ano começou sob o signo da esperança. Herança do “cavaleiro da esperança” e totalmente assumida por Lula da Silva....”

“...o sinal está dado ao converter dinheiros destinados a armamento bélico em gastos para o desenvolvimento social...”

“...estou convencido que Lula vai não só mudar o Brasil, como mudar todo o Mundo...”


Depois disso, muito se disse e se escreveu sobre Luís Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, reeleito em eleições gerais no ano de 2006 por vontade popular. Nem sempre foram benévolas as palavras sobre a sua pessoa e a sua acção.

Recordo aqui o que também neste espaço deixei lavrado em 21 de Maio de 2006, pela boca do “Fotógrafo” que calçada recifense acima acompanhava a "Escritora" em caminhadas inolvidáveis:

O Brasil continua na bocas do Mundo. O Presidente Lula debaixo de fogo cerrado, tanto mais cerrado quanto a data das eleições se vai aproximando com o imparável tempo que passa. O Fotógrafo, nestas circunstâncias, sempre procura no fundo da sua memória de ancião que muito caminho percorreu já, situações passadas que lhe possam iluminar o pensamento.

Sempre vimos em Lula da Silva o herdeiro moral, com as adaptações históricas que são próprias de quem valoriza o social frente ao económico (leia-se financeiro), de Luís Carlos Prestes, o “cavaleiro da esperança”, o “amigo dos camponeses” como o designava o escritor baiano e do mundo Jorge Amado.

O tempo continua a passar no seu inexorável caminhar...

Com o título “Lula, o senhor da nova ordem” a revista Visão de hoje traz à evidência que o presidente do Brasil está a dar um contributo decisivo em relação ao caos em que o imperialismo americano pretende mergulhar os países da América Latina, onde se encontram importantes reservas mundiais de petróleo bruto (Maracaibo, Venezuela) e de gás natural (Bolívia).


Saber mais:
Revista Visão n.º 811, de 18 de Setembro de 2008
Oficina das Ideias, 26 de Agosto de 2003; 28 de Setembro de 2003; 26 de Novembro de 2003; 15 de Maio de 1004; 18 de Novembro de 2004; 23 de Janeiro de 2005; 7 de Abril de 2005; 28 de Julho de 2005; 24 de Outubro de 2005; 12 de Janeiro de 2006; 21 de Maio de 2006.

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quarta-feira, setembro 17, 2008

de flor em flor


voa de flor em flor
na procura do néctar vital
são belas as suas cores, é efémera a sua vida



Borboleta nos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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brinquedo inconveniente

A conferência acabara mais cedo e eu, acompanhado do meu colega português no evento, percorri lentamente a Piccadilly Street, que já se chamou Portugal Street, paralela ao Green Park, vindos do Hilton Park Lane Hotel, na direcção de Piccadilly Circus. Onde vamos? Onde não vamos? Lá nos dirigimos para o Hamlays, o maior armazém de brinquedos de Londres, sete andares de perfeito encantamento para os mais novos.

Sempre havia a desculpa do Rogério de ir comprar uma lembrança para o filho, mas o que ele ia à procura era de umas cópias perfeitíssimas de armas, pistolas, metralhadoras e outras de que quer ele, quer seu pai, eram empenhados coleccionadores.

Deliciámo-nos com os maravilhosos brinquedos que ali se mostravam em todo o seu esplendor. Como é que as crianças lhes poderiam resistir? No quinto andar, efectivo objectivo da digressão, lá encontrámos uma cópia fiel da metralhadora “não sei quantos”, que nisso o especialista é o meu amigo Rogério. Utilizava como munições pequeninas esferas de plástico.

Regresso ao hotel. Eu segui para o meu quarto no 12º andar, o Rogério para o seu, no 17º. Não tardou 10 minutos. Pela aparelhagem sonora, da música ambiente dos quartos, surgiu o alerta. “Atention, atention, emergency!” E lá vinham as recomendações do costume no mais puro inglês e que aqui apresento em tradução livre. “Foi detectada uma situação de incêndio, no hotel”. “Não se alarmem, mas não utilizem os elevadores”. “Queiram abandonar os vossos quartos com os valores, com toda a calma!”.

Em simultâneo mais dois acontecimentos. Doze andares abaixo do meu quarto, à praça fronteira ao hotel, chegavam três carros de fogo dos bombeiros, um carro de intervenção rápida, uma escada Magirus e um carro de fogo artilhado com duas ou três agulhetas. Aparato policial. Bombeiros.

Por outro lado toca o telefone. Era o Rogério. “Não te alarmes... Podemos descer pelo elevador... Espera-me a porta do elevador no teu andar que vou já descer”.

Saímos de “fininho” apanhámos um taxi, daqueles bem característicos de Londres e fomos até Picadilly Circus, rumo ao Soho, claro.

Em resumo: O Rogério chegara ao quarto, fora experimentar a metralhadora, que por azar ou pontaria rebentou com a ampola existente no tecto para detecção de incêndios. Regressámos mais tarde. Tudo calmo!

Resta acrescentar que o Hotel Hilton Park Lane era um dos hotéis normalmente utilizado pela malograda Lady Di para dar as suas recepções. Fica ali bem perto do Hyde Park, precisamente na zona designada Park Lane.

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terça-feira, setembro 16, 2008

bailado


flutuam quais bailarinos dum bailado imaginário
levados pela brisa do mar fagueiro
em magníficos passos de dança



"kitesurf" no Grande Areal, Praia da Nova Vaga, Almada - Portugal

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cadeado celta

Quando viajamos e trazemos uma lembrança a pensar na pessoa a quem se destina, os seus quereres e sentires, é enorme a carga simbólica que por essa razão é imensamente potenciada.

Quando quem a recebe procura encontrar além de sentir o agrado que os próprios sentidos transmitem significados mais profundos, simbólicos, extrasensoriais, os resultados podem ser deveras extraordinários e inesperados.

Acontece que dois queridos amigos numa viajem recente realizada a terras galesas adquiriram para me oferecer o símbolo celta de que se segue a imagem. A apresentação é feita incrustado na valva concha de uma vieira num simbolismo especial da nossa ligação ao mar.




Ora leiam o que se diz deste símbolo celta:

Cadeados – Estes símbolos são atribuídos pelos Druidas, ou sacerdotes-magos celtas, a alguém que apreendeu uma lição, para a partir dessa aprendizagem não cometer os mesmos erros. São trofeus de provas superadas na luta pessoal e marcam as diversas etapas da vida

Sublime... Obrigado meus amigos por este incentivo para continuar a aprender um pouco da imensidão do meu desconhecimento.

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segunda-feira, setembro 15, 2008

lua setembrina


os encantos da lua setembrina
cúmplice de amores sentidos
no outono continua a primavera da vida



Lua Cheia de Setembro, às 9:13 horas de hoje (100%)

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que viva bocage

15 de Setembro de 1765 - Nasce em Setúbal, filho de José Luiz Soares Barbosa, bacharel em canônes, e de D. Mariana Joaquina Xavier Lestof Du Bocage, filha do francês Guillet Le Doux (ou l'Hédois) Du Bocage


[frontispício da edição de 1853 das Obras Completas]



Faz hoje 243 anos, 15 de Setembro de 1765, nasce em Setúbal, na rua de Bartissol, aquele que viria a ser a figura mais controversa da sociedade da época. Irreverente e satírico, todos estavam sujeitos à sua escrita rija e contundente, mesmo as figuras mais gradas do reino onde o clero estava incluído.

Devasso mas sofredor, marginalizado por uma sociedade relativamente à qual se encontrava com décadas de avanço, nunca deixou de escrever o seu sentir com o gosto e a antena de escândalos que desde muito jovem o acompanharam.

Representa o expoente máximo pré-romantismo literário em Portugal, que há época vivia ainda a plenitude do classicismo quando há muito na Europa sopravam ventos do romantismo.

Os seus sonetos são sublimes...

Chorosos versos meus desentoados,
Sem arte, sem beleza, e sem brandura,
Urdidos pela mão da desventura,
Pela baça tristeza envenenados:

Vede a luz, não busqueis, desesperados,
No mundo esquecimento e sepultura:
Se os ditosos vos lerem sem ternura,
Ler-vos-ão com ternura os desgraçados.

Não vos inspire, ó versos, cobardia,
Da sátira mordaz o furor louco,
De maldizente voz a tirania:

Desculpa tendes, se valeis tão pouco,
Que não pode cantar com melodia
Um peito, de gemer cansado, e rouco.



Nem para ele próprio a sátira foi mais leve...

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão n’altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno;

Devoto incensador de mil deidades,
(Digo de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades;

Eis Bocage, em quem luz algum talento:
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.




Alguma bibliografia bocagiana (da biblioteca da Oficina das Ideias)


Bocage
Hernani Cidade
Lello & Irmão, Porto, 1936 – 104pp

Sonetos
Bocage, introdução selecção e notas de Vitorino Nemésio
Livraria Clássica Editora, Lisboa, 1961 – 88pp

Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas
M. M. De Barbosa du Bocage, baseada na publicação de Paris de 1911
Editora Escriba, São Paulo, 1969 – 178pp

Bocage, Obra Completa, Volume I – Sonetos
Edição de Daniel Pires
Edições Caixotim, 2004 – 411pp

Bocage, Obra Completa, Volume VII – Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas
Edição de Daniel Pires
Edições Caixotim, 2004 – 185pp

Bocage, Obra Completa, Volume II – Cantatas, Canções, Idílios, Epístolas, Odes e Cantos
Edição de Daniel Pires
Edições Caixotim, 2005 – 332pp

À descoberta de... Bocage
Sector de produção editorial
Texto Editores, 2006 – 44pp

Bocage, a vida apaixonada de um genial libertino (romance)
Luis Rosa
Editorial Presença, 2006 – 219pp

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domingo, setembro 14, 2008

mosto real


vinhedos que são fonte de doirado néctar
que das terras de palmela e de setúbal
a todo o mundo chegam em glória



Iluminações das "Festas das Vindimas", Palmela - Portugal

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um outro olhar 1

Em 6 de Outubro de 2003 entre os autores dos blogues Oficina das Ideias (letra de estilo regular) e Segredos de Deméter (letra de estilo itálico) foi criada uma parceria para a elaboração de um conto escrito “a quatro mãos” que se manteve durante diversas semanas. É o fruto dessa parceria que hoje aqui se recupera na memória de um interessante trabalho realizado na defesa da lusofonia: a língua portuguesa, o património cultural e as vivências diversas. O Victor mantém a edição diária do blogue Oficina das Ideias. A Marley é assessora de imprensa na Prefeitura de Goiânia, Brasil.




Cai a primeira chuva de Outono em Vale do Rosal. Chuva miudinha, persistente, a chamada “chuva de molha tolos”. O céu toda a manhã encoberto mas com muito de azul à mistura, torna-se cinzento, uniformemente cinzento, dando a sensação que nunca mais deixará de ser assim.

Do solo emana um forte odor a terra, odor que invade os pulmões e, curiosamente, chega ao coração, ou será ao cérebro?, onde vai despertar uma série de sentimentos de bem-estar e de força, força telúrica e criadora.

As aves mais jovens, muitas delas nunca viveram antes esta época do ano, ensaiam voos mais baixos na procura dos insectos que se encontram mais junto ao solo. Apresentam sinais de alguma desorientação, mas muito em breve se adaptarão às novas condições climatéricas e voltarão a dominar o espaço como antes.

Os dias também já são mais curtos. O Sol tem um pouco mais de preguiça em se levantar no horizonte nascente, mas os melros não alteram o seu relógio biológico. Noite escura já lançam os seus piares estridentes, comunicando com os seus semelhantes a hora da alvorada.


Do outro lado do Oceano, um olhar perdido, procura encontrar na primavera que inicia, indícios de fertilidade. A natureza parece estar em festa. O canto das cigarras se mistura ao ruído dos carros na rua. Não é uma disputa, mas elas conseguem cantar mais alto anunciando que é tempo de flores, de borboletas, de revoadas de periquitos.

Nesta época as chuvas não são constantes e, por mais incrível que possa parecer, na primavera faz mais calor que no verão. Também esta estação afasta os pássaros que buscam alimento no meio urbano durante o inverno. Alguns voltam para as matas próximas. Outros, aguardam a independência dos seus filhotes. Fizeram ninhos na cidade.

No ar o cheiro de flores toma conta do ambiente. A cidade se veste inteira de flamboyants e bougainvilles de coloridos vivos. Os canteiros das avenidas readquirem seu verde intenso e se enfeitam de sempre-vivas, margaridas, azaléias, campânulas, petúnias e flores típicas do cerrado. Um brinde aos olhos do caminhante desatento. Não é possível ignorar tanta beleza.

As manhãs são sempre barulhentas. Gorjeios de pássaros e cigarras começam muito cedo e, do outro lado da rua, um papagaio imita todos os sons que ouve. Enfim uma verdadeira alvorada festiva celebrando a vida, o renascimento, o Sol se levanta mais cedo para participar da alegria e sente uma dificuldade enorme de ir embora. O por do sol é uma explosão de cores colhidas durante o dia. Em cada praça, em meio a edifícios, há sempre um artista com pincéis ou câmeras querendo eternizar aquele momento.

Mas aquele olhar perdido...

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sábado, setembro 13, 2008

aldeia presépio


uma aldeia serrana de xisto preservada
uma visita que é um manancial de aprendizagem
da vida, das gentes, dos usos e dos costumes



Vista geral para a aldeia de Piódão, Encosta da Serra do Açor, Arganil - Portugal

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na senda do “tempo de pedra” 3

O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo.


na Capela de Santo António, em Carvoeira - Mafra

Capela ao estilo barroco, construída no decorrer do século XVIII é de torre sineira única, dando conta da sua modéstia e da dimensão do povoado que se destinava servir. Santo António, orago da capela figura num painel de azulejos na frontaria da mesmo por cima da verga recta do portal. A torre sineira tem realces arquitectónicos pintados em azul, cor tradicionalmente usada nas localidades costeiras, proximidade do porto piscatório de Ericeira.



Este relógio de sol está colocado no cunhal formado entre a fachada principal e a fachada lateral direita da capela e é visível do caminho lateral que se apresenta elevado em relação à base da capela. A sua perfeita visibilidade é habitual nos relógios de sol que se destinavam ao uso por todo o povo.



O relógio de sol é do tipo vertical talhado em pedra, com o gnómon triangular em ferro e as marcações horárias são gravadas em numeração árabe. Dividida pelos cantos inferiores pode ler-se a data de implantação de 1764. Assim... 17 64.





Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios

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sexta-feira, setembro 12, 2008

tempestade em fim de tarde


o mar ganho mais força encapelou
naquele fim de tarde especial
enviou sinais de tempestade muito próxima



Mar do Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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noite vs. oito

Formação da palavra NOITE em diversos idiomas


Letra N + Número 8

A letra N é o símbolo matemático de união e o número 8 deitado simboliza o infinito (∞). Em todos os idiomas considerados NOITE significa, então, união do infinito


Em português
Noite = N + oito

Em inglês
Night = N + eight

Em alemão
Nacht = N + acht

Em francês
Nuit = N + huit

Em italiano
Notte = N + otto

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quinta-feira, setembro 11, 2008

a poesia está no ar


liga mares e continentes
nas palavras do poeta chileno
homenagem à inspiração e espírito de luta



"Emissor Receptor de Poesia", homenagem da Cidade de Almada a Pablo Neruda, Capuchos, Caparica, Almada - Portugal

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há 35 anos: dia negro para o mundo

Cúando de Chile, poema de Pablo Nerura

OH Chile, largo pétalo
de mar y vino y nieve,
ay cuándo
ay cuándo y cuándo
ay cuándo
me encontraré contigo,
enrollarás tu cinta
de espuma blanca y negra en mi cintura,
desencadenaré mi poesía
sobre tu territorio.
...............................

Ay Patria, sin harapos,
ay primavera mía,
ay cuándo
ay cuándo y cuándo
despertaré en tus brazos
empapado de mar y de rocío.
Ay cuando yo esté cerca
de ti, te tomaré de la cintura,
nadie podrá tocarte,
yo podré defenderte
cantando,cuandovaya contigo, cuando




Ler o poema completo em:
Pablo Neruda, “Cúanto de Chile”

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quarta-feira, setembro 10, 2008

esplendor em vermelho


dão cor e luminosidade ao jardim
nos tons de vermelho mui brilhantes
anunciam alegria de viver



"Panacheiro" ou "Escova Garrafas", Callistemon citrinus, jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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o pão, esse delicioso alimento

A criançada está animada com a perspectiva de uma viagem prometida ao mundo da magia. Os olhos brilham de uma emoção antecipada, quando lhes é perguntado: “_Digam lá, acham que o pão começa a sua vida na padaria?” A resposta não se faz tardar, da boca daquela menina com ar traquina: “_O pão nasce nos campos quando o trigo é semeado!”

É nos amplos campos expostos ao Sol, fonte de energia e de vida, que começa essa longa aventura dos cereais, do trigo, do milho e do centeio, que de mão em mão, de saber em saber, chegarão um dia à nossa casa transformados no mais importante alimento para muitos milhões de seres humanos.

Ciclo do Pão

1. Lavrar
Com o recurso aos arado puxado pelo Homem, nos primórdios da agricultura, passou mais tarde a ser puxado por animais e, nos tempos recentes, com recurso a máquinas agrícolas. Lavra-se em três volta: Primeiro, desbrava o solo; depois, fragmenta e, finalmente, após a sementeira, endireita o solo.

2. Semear
Rodando o braço direito em semicírculo para a esquerda o Homem lança a semente à terra.

3. Gradar
Com uma grade alisa-se o solo e torna-se o mesmo mais leve para maior facilidade da germinação das sementes.

4. Ceifar
Com a foice se ceifa o trigo. A foice com lâmina curva é muito cortante, pelo que há que proteger os dedos com canudos de cana. Diz-se “segar” o centeio e “colher” o milho.

5. Juntar e Atar
Assim se obtêm os molhos do trigo e do centeio, bem atados para não se perder o preceito das espigas.

6. Debulhar, Malhar e Desfolhar
O trigo e o centeio são debulhados e depois malhados para se separar o cereal do joio. O milho é desfolhado num ritual muito próprio que por si merece uma descrição muito própria.

7. Tratar o grão
O grão do cereal antes de seguir para a moagem deve ser devidamente limpo de impurezas.

8. Moagem
Os cereais esmagados entre duas pedras redondas, as mós, a inferior fixa e a superior móvel. A mó roda accionada por complexos sistemas cuja propulsão poderá ter origem na acção do vento (moinhos) ou da água (azenhas).

9. Trabalho do Moleiro
Separa a farinha do farelo, peneira a farinha e ensaca-a. Outrora, a farinha era levada do moinho para as padarias com a colaboração da força e destreza dos burros.

Nossa Senhora da Conceição faça bom pão
São Mamede te levede
São Vicente te acrescente
Para mim e para toda a Gente


10. Fazer o Pão
Trabalho dos padeiros. Isso é outra estória.

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terça-feira, setembro 09, 2008

profecias


bandarra há muito profetizou
que estes tempos haviam de chegar
os pobres mais pobres, os ricos mais ricos
contra isto há que lutar



Estátua ao poeta, profeta e... sapateiro de Trancoso, Trancoso - Portugal

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o aroma do pensamento

mote: “Quando me despir de mim não fica nada”, Lila



Quando chegou o fim de tarde, o ocaso
Me pediu com o olhar mais do que com palavras para
Despir de preconceitos e dos medos
De algo desmedidamente vago que em
Mim era o tempo
Não procurar outro sentido
Fica como sente ser querer
Nada mais do que o aroma do pensamento

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segunda-feira, setembro 08, 2008

dunas doiradas


que enquadramento mais perfeito
para o azul do mar imenso
do que as doiradas dunas do grande areal?



Cordão dunar, Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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o virar da maré

sentires da praia do sol
Nas caminhadas ou na simples contemplação na Praia do Sol extravasamos todos os nossos sentires no azul do mar, no doirado das areias, nos odores da maresia



No tempo exacto do virar da maré, se de outra forma o não soubesse, ainda bem cedo havia consultado o minúsculo livro que apresenta as previsões anuais das vazas e das cheias das ondas nas praias, o velho marinheiro que caminhava ao longo da ténue orla de espuma prateada que as ondas mais atrevidas ainda iam deixando no areal, sentiu o virar da maré.

Mesmo que previsto não estivesse, que o pequeno livro não houvera consultado e que estivesse em branco o afixado papel na entrada do apoio de praia onde normalmente consta essa indicação, o homem calejado pelo salitre do mar sabia-o. O mar lhe dera essa indicação.

As águas haviam caminhado para a preia-mar com tranquilidade, com bonomia até, numa aproximação total ao doirado areal e às poucas pessoas que o percorriam nessa hora matinal com o sol a despontar do cimo da arriba. O espraiar das ondas beijara mesmo os pés do lobo do mar nos minutos últimos em que a marca molhada ultrapassava a que anteriormente havia chegado. Mas agora parecia agitar-se.

O velho marinheiro leu e entendeu perfeitamente esse sinal. O mar começou a mostrar a sua revolta por algo que sendo inquestionável e inevitável lhe não agradava um pouco que fosse. A partir desse momento, a partir da altura em que a preia-mar atingira a sua plenitude, a viragem da maré tinha lugar, o mar iria ser afastado pelos desígnios da Natureza das areias que tanto amava e recolher-se às profundezas do oceano.

Iria afastar-se das areias e do velho marinheiro, amigo e cúmplice de tantas andanças e tormentas, pois o mar não confunde a amizade que tem pelo marinheiro com o seu destino de ser, ora mar de “damas” e logo mar “macho”, quantas vezes sepultura do seu próprio amigo. É a permanente presença do bem e do mal, da mão que acarinha e que puxa para o turbilhão das ondas.

Era esta secular partilha de sentires entre o mar e o marinheiro que dava tanto encanto a uma cumplicidade infinita. O mar cumpria o ritmo das marés, revoltado porque lhe retiravam a preia-mar. Ainda há pouco tão tranquilo mostrava a sua revolta no forte troar da rebentação que, por certo, já era ouvido para lá da falésia em terras de charneca e de e dos homens do campo.

O velho pescador sabe bem que um dia chegará o tempo de acompanhar o “seu” mar no caminho da baixa-mar. Seguirá, então, mar adentro no caminho do horizonte, do sonho, para lá da imaginação. Nesse dia o velho marinheiro será mar.

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domingo, setembro 07, 2008

lilás sobre verde


urze lilás sobre fundo verde
perfeita combinação de cores
num trabalho ímpar da natureza



Urze de flor lilás da Mata dos Medos, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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stonehenge , a jóia do passado britânico

Stonehenge é o mais importante monumento pré-histórico de toda a Britânia. É único e como ele nada existe de semelhante em todo o mundo. Desde sempre fez parte do imaginário de quem alguma vez pensou viajar nesta região. O monumento que hoje podemos visitar constitui a fase final de ruína de Stonehenge, um templo pré-histórico que foi utilizado há mais de 3.500 anos. A religião, a astronomia, os druidas, a origem e a destruição de Stonehenge são mistérios que se respiram no local. O ambiente envolvente é, definitivamente, esotérico, sublinhado pelas centenas de corvídeos que aí vivem.

Este monumento extraordinário foi buscar a designação ao facto de ser constituído por enormes blocos de pedra (“stone”) e ter sido erigido num enorme terreno resultante duma terraplanagem em forma circular definida por taludes de terra e fossos concêntricos (“henge”) situada na planície de Sulisbury.




A mais antiga referência ao monumento, supõe-se, é a que faz o grego Hecateu de Abdera na sua "História dos Hiperbóreos", datada de 350 a.C. : "ergue-se um templo notável, de forma circular, dedicado a Apolo, Deus do Sol..."

Até hoje Stonehenge não abriu mão dos seus enigmas essenciais: Por que motivo as "pedras azuis" foram trazidas das montanhas de Gales, implicando um deslocamento de 400 Km, incluindo uma travessia marítima, quando não faltavam pedreiras na vizinhança? Que métodos usaram as pessoas da Idade do Bronze para transportar e erguer os colossais blocos, que chegam a pesar 50 toneladas? E, sobretudo, a que uso se destinava Stonehenge? Era um templo do Sol, no qual, uma vez por ano, se realizava um ritual cósmico da fertilização? Ou tratava-se, igualmente, de um gigantesco observatório celeste como sugerem uma série de alinhamentos astronómicos precisos? Há ainda quem veja nele um gerador de energias ocultas e mesmo uma base de emergência para “Ovnis” perdidos. Quanto à sua utilidade só não existe dúvida de uma coisa: Stonehenge serve para nos deixar estupefactos perante a sua grandiosidade e a força e engenho dos seus construtores.

Obra dos primitivos povos britânicos, Stonehenge é um exemplo clássico das civilizações megalíticas. Cientistas defendem a sua evolução no decorrer de cinco fases, enquanto outros afirmam que Stonehenge foi construído entre os anos 2800 e 1100AC, em três fases separadas:

1ª Fase – Construção do Morro Circular que conhecemos como o círculo externo de Stonehenge e dos três círculos de buracos, cinquenta e seis ao todo, que cercam o monumento. As quatro "pedras de estação" que se supõe terem sido utilizadas como um Observatório Astronómico, cujo objectivo aparente seria observar o nascer e o pôr do Sol e da Lua, visando elaborar um calendário de estações do ano.

2ª Fase – Iniciou-se cerca de 2100AC com a construção do duplo círculo de pedras, em posição vertical no centro do monumento, bem como da larga avenida que liga Stonehenge ao rio Avon e da margem externa das planícies cobertas de relva que o rodeiam.

3ª e última fase – O duplo círculo de pedras foi separado e reconstruído, sendo erguidos muitos dos trilitos.




Ao meditar sobre os mistérios de Stonehenge, vale a pena lembrar que, naquela época, diferentes tribos e autoridades contribuíram para a construção de Stonehenge. Cada um pode ter tido objectivos diferentes para construir o monumento. Os Arqueólogos, no entanto, ainda consideram a hipótese de se tratar de uma construção religiosa...

Acredita-se que Stonehenge e outros sítios megalíticos hajam sido construídos pelos antepassados dos Druidas da actualidade, por acreditarem que fossem lugares de grande força para concretizarem seus rituais... em vez de templos fechados eles reuniam-se nos círculos de pedra, como se vêem nas ruínas de Stonehenge, Avebury, Silbury Hill e outros.



Saber mais:
Wikipedia
Your Guide to Stonehenge
Revista National Geographic (Portugal), Setembro de 2008

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sábado, setembro 06, 2008

de encantar


é de encantar a obra da Natureza
que a cada momento nos surpreende
com formas, com cores, com beleza




"Anigosanthos vermelho" dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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na senda do “tempo de pedra” 2

na senda do “Tempo de Pedra”
O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo.


na Igreja de São João Baptista, em S. João das Lampas –Sintra

O alpendre tem uma porta gótica, embora tenha sido construída com base na arquitectura religiosa manuelina, não tendo sido até hoje encontrada prova documental, em papel ou na pedra, da data da sua construção, pressupondo-se que se possa ter situado nos séculos XV ou XVI. No canto direito frontal do alpendre está colocado um relógio de sol, bem visível pelas gentes como era de utilidade à época.



Este relógio de sol está colocado no cunhal do telheiro do alpendre, encontrando-se em óptimo estado de conservação. Aliás comparando com fotografias mais antigas estamos em crer que sofreu restauro recente.



O relógio de sol é do tipo vertical talhado em pedra, constituído pelo mostrador principal com o gnómon triangular metálico e por um vertical oriental e outro vertical ocidental. Tem inscrita a data de implantação em numeração romana MDCCLXXI e na zona superior do mostrador AVEMARIA. As marcações horárias são no mostrador frontal inscritas em numeração romana e nos mostradores laterais em numeração árabe, salvo o último dígito que é X.






Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios

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sexta-feira, setembro 05, 2008

caminho certo


na certeza do caminho que seguimos
vereda de afectos e amor
no final do caminhar estará a luz




"Caminhos", Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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há 62 meses nos caminhos da blogoesfera

O mês de permanência da Oficina das Ideias na blogoesfera que agora se completa foi tempo de muita emoção para quem trabalha por cá pelo reconhecimento que recebemos desta presença continuada, na reafirmação do nosso estatuto editorial da primeira hora: “textos e imagens próprios e originais, a temática da cultura de um Povo e da defesa da região da Praia do Sol e desenvolvimento dos afectos e do muito querer”.

A nossa querida Amiga Gasolina, do blogue Árvore das Palavras, distinguiu-nos no mês de Agosto com o seu maravilhoso e significativo selo acrescentando um bonito sentir “Porque neste mês de infernos de temperaturas elevadas e muitos incêndios há sempre flores frescas e belas. Porque a sabedoria e tranquilidade andam a par com a simplicidade das palavras na variedade dos temas abordados. Uma visita à Oficina vale por um passeio encantado.

Também o académico brasileiro Gláucio Aranha num artigo publicado sobre a blogoesfera e a literatura intitulado “Das telas para o papel, blogs como fonte para a Literatura de Massa” deu-nos a honra de citar a Oficina das Ideias quando no capítulo “Blogs e Literatura” refere “Um efeito que merece ser destacado diz respeito à ampliação das fronteiras da língua. Muitas vezes utilizado por adolescentes ou usuários sem o domínio de outras línguas, os sistemas de busca conduzem os usuários para blogs de outros falantes da língua portuguesa. Fato este que pode ser notado, por exemplo, em “A Lâmpada Mágica”, “Local e Blogal”, “Escrita Ibérica” e “Oficina das Ideias”, espaços dedicados ao viés literário dos blogs, mas que transcendem as barreiras geográficas pela natureza do ciberespaço e do idioma comum aos brasileiros.

Reafirmamos sempre a razão desta nossa estadia, comunicar com os nossos leitores e amigos e partilhar os nossos sentires sobre o Mundo que nos rodeia, numa perspectiva de solidariedade e afectos.

Continuamos a contar com o empenhamento do nosso “irmão fotógrafo” Olho de Lince que com as suas imagens anima os nossos textos, muitas das vezes bem modestos.

As visitas atingiram a cifra de 560.624 (segundo o “SiteMeter”) e de 573.261 (de acordo com o “NeoCounter”), sem a correcção resultante dos dados dos registos anteriores, com origem em 153 países dos 199 existentes, a média de visitas na última semana foi de 318/dia. No “top 5” estão o Brasil com 278.663, Portugal com 234.116, a Espanha com 10.056, os EUA com 9.013 e a França com 4.863 visitas.

Total de postagens – 3.823, onde cerca de metade são fotografias da autoria do nosso amigo Olho de Lince.

Um agradecimento especial a Blogger.com/Blogspot.com onde editamos e alojamos a Oficina das Ideias desde a primeira hora.


Quadro de Honra


Gasolina, do Árvore das Palavras (Portugal)
Mariazita, do A Casa da Mariquinhas (Portugal)
VictorN, do Des-Encantos (Portugal)
Sony, do Alguém me disse 2 (Portugal)
Godan, do Things (Portugal)
Cathy, do Bailar das Letras (Brasil)
Lila (Portugal)
Rita Reino (Portugal)
Anna Paes (Brasil)
Sophiamar, do A Ver o Mar (Portugal)
Menina do Rio, do Momentos de Vida (Brasil)
Amigona, do Instantes da Vida (Portugal)
Lualil, do Traduzir-se... (Brasil)
São, do São (Portugal)
Piloto (Portugal)
Freitas (Suíça)
Claudia P, do Cor de Dentro (Brasil)
Isabel, do Alfazema Azul (Portugal)
AS-Nunes, do Dispersamente... (Portugal)



A TODOS o nosso MUITO OBRIGADO!

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quinta-feira, setembro 04, 2008

barbárico promontório


neste mar temido pelos navegantes
acontecimentos de encantar
marcam a história e os tempos




Mar do Espichel, Cabo Espichel, Sesimbra - Portugal

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de setúbal moscatel

Cantaram os menestréis em suas trovas
O esplendor de um néctar sem igual
Do sabor e do aroma tinham provas
Que deus Baco os inspirara para tal.

Deram notícia ao clero e à realeza
De haver algures em Portugal
Uma bebida que por sua mui nobreza
Mais do que celeste, era divinal.

Mas foi o Povo que no seu saber
Do Monte da Lua para o Espichel
Caminhou com denodo e muito querer,

A pé, de burro ou de corcel
Para o vinho degustar a seu prazer
Era na verdade, de Setúbal moscatel.





Nas comemorações do I Centenário da DOC "Moscatel de Setúbal"

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quarta-feira, setembro 03, 2008

altaneira silhueta


no contraluz do sol poente
ganha maior imponência
vigilante do grande areal




Pinheiro da Mata dos Medos, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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novos indicadores de leitura

De acordo com os critérios editoriais da Oficina das Ideias criamos, frequentemente, novos apontadores de leitura. Três razões fundamentais nos levam a essa decisão:

1 – Pela qualidade extraordinária que encontramos em determinado blogue, de acordo com a nossa avaliação pessoal;
2 – Como reconhecimento aos comentários que são deixados nos posts da Oficina das Ideias;
3 – Em resultado da permuta de indicadores de leitura.

Esta permuta desinteressada de indicadores de leitura é uma das características mais positivas da blogoesfera e de quem a utiliza com espírito construtivo e solidário que coloca acima dos seus pessoais interesses a satisfação dos leitores.

Damos conta, de seguida, de alguns dos mais recentes, solicitando a todos os companheiros da blogoesfera que estando abrangidos pelos critérios referidos não tenham o respectivo indicador de leitura na Oficina das Ideias que nos façam chegar essa informação.


Novos indicadores:

A Casa da Mariquinhas, de Mariazita (Portugal) com Mário Azevedo –

Alguém me disse II (Trilhos), de Sony (Portugal) – “Só o tempo nos fará crescer”

Things, de Godan (Portugal) – “Coisas de que me lembro”

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terça-feira, setembro 02, 2008

a sétima onda


crispou-se o mar azul
à vinda da sétima onda
promessa de se seguir a bonança




Sétima onda no mar do Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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