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terça-feira, março 31, 2009

três sóis

por entre os espinhos (da vida)
brilham três sóis de esperança
um dia juntar-se-ão num só



Flor do cacto "Mammillaria schiedeana", jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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a carícia de um livro

Muito se tem debatido na blogoesfera e noutros locais onde a palavra e os conceitos são importantes das vantagens e desvantagens entre os livros tradicionais e aqueles que se nos são apresentados sob a forma electrónica, de um modo geral referidos como “e-books”, da anglosaxónica origem.

Tenho a minha opinião há muito formada, de tantos anos passados nos caminhos das tecnologias emergentes, onde uma das derradeiras lutas que travei enquanto consultor de sistemas de informação foi num projecto que á época pomposamente designei como “zero papel” que, obviamente, nunca atingiu o seu zénite.

O que escrevi nos parágrafos anteriores vem mesmo a despropósito do que quero dizer a seguir, mas quantas vezes não andamos a desenhar elipses e parabólicas porque nos falta o verbo para com claraza expressarmos o que profundamente sentimos?

Bom. Um livro é um livro. Embora a capa seja de um modo geral lustrosa, tantas vezes com imagens que nos maravilham, o texto vem impresso em papel de contextura mais ou menos porosa que permite conter muito mais do que palavras e frases. Absorve também o sentir de quem o escreve, a “alma” de quem nele segura e o olhar de quem o lê.

Num recente lançamento de um livro, momentos antes de a função ter início, conversei demoradamente com a autora que trazia consigo um exemplar do livro que em breve eu iria adquirir. Segurava-o com ambas as mãos, por certo numa carícia ao fruto da sua inspiração, apertava-o junto aos seios, desfolhava-o, acariciava-o de novo.

Eu estava embevecido com a forma como a autora acarinhava o seu livro. Perdi-me nos meus pensamentos, sonhei caminhos que sentia já ter cruzado, mares que sabia ter navegado. De súbito sou desperto com a autora a dizer-me:
_Fica com este livro para ti...

Não existe nenhum “e-book” no universo que contenha tanta riqueza como este singelo livro que agora tenho aqui junto a mim e que me parece acariciar com o olhar da autora.

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segunda-feira, março 30, 2009

uma flor para... a maria joão

homenagem ao teu trabalho, a ti própria
que partilhas o teu saber de sítios e de gentes
um beijo de muitas felicidades



a Maria João é uma querida amiga que connosco partilha "sítios e gentes" no seu My Travel Secrets

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homenagem d'a escriba

A minha querida amiga Sara Lima, do blogue A Escriba homenageou a Oficina das Ideias atribuindo-lhe o Selo respectivo para o mês de Abril de 2009, por considerar este espaço da blogoesfera “belo, informativo, elegante, blog 10”.

É para nós que lutamos continuamente pela defesa dos patrimónios imaterial, natural e construído este reconhecimento num colectivo de cinco blogues:

1 - Oficina das Ideias - de Victor Reis
2 - Luma Elora Aislin - A Bruxa - de Luma Elora
3 - Eseya, Muñecas con historia - de Eseya
4 - Dana Calanthea Dorea - de Gladis
5 - Associação Cabalista Mundial - de Rabbi Misha'El


O nosso MUITO OBRIGADO!


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domingo, março 29, 2009

mar intemporal

neste mar tão belo, da areia amante
o tempo perde o significado
ao ritmo das marés, do sol brilhante



Mar do Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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a noite chega mais tarde

Estas coisas da manipulação do tempo que passa tem muito que se lhe diga, daí que muitos de nós defendamos que se deveria viver com base no tempo solar marcado pelo movimento aparente desse grande fornecedor de energia, fundamental para a vida de todos nós. Bem calibrado e naturalmente eficaz deixar-nos-ia tranquilos nesta azáfama bianual de alterar o ritmo dos contadores de tempo.

Os relógios em Portugal Continental e na Região Autónoma da Madeira serão hoje, dia 29 de Março, adiantados de 60 minutos à 1 hora do Tempo Legal (1 hora UTC). Na Região Autónoma dos Açores serão adiantados de 60 minutos às 0 horas do Tempo Legal (1 hora UTC).

A hora legal pode ser calibrada em HORA LEGAL.

No dia 25 de Outubro deste ano a hora voltará a coincidir com o Tempo Legal.

É evidente que o Tempo Legal não coincide com a Hora Solar Aparente, muito embora tivesse sido esta última que orientou os nossos antepassados na sua vivência diária, marcando o tempo e o ritmo das diversas actividades.

O Horário Solar Aparente baseia-se na premissa de que é meio-dia quando o Sol alcança o ponto mais alto no céu, no decurso do seu movimento aparente, isto é, quando cruza o meridiano do lugar, pelo que varia em relação ao lugar geográfico em que nos encontremos a cada momento.

Uma das formas expeditas de determinar a Hora Solar Aparente é aquela que recorre à utilização de um Relógio Solar.

A adopção de uma referência horária global foi decidida pela primeira vez em 1884, na Convenção de Washington, a que Portugal aderiu em Maio de 1911. Só então foi abandonado o uso da hora solar média do meridiano de Lisboa, que estava 36m44,68s atrasado em relação ao Tempo Médio de Greenwich (TMG), ou Tempo Universal (TU), que a convenção consagrou.

Quanto à Hora de Verão, Portugal adoptou-a em 1917, seguindo o exemplo de outros países europeus, e manteve-a sempre desde então com alterações diversas.

É assim que aqui no meu sótão tudo está preparado para registarmos, um ano mais, o tempo ausente de uma hora, visto ser impossível observar e registar o tempo que medeia entre a 1 hora e a 1 hora 59 minutos e 59 segundos. De tal forma é tempo que não existe que já realizámos experiências que nos levam à conclusão de ser impossível postar com esses registos de tempo.

Os computadores, o de mesa e o portátil, que foram registando conhecimentos com o passar do tempo, ou com o tempo que passa, não necessitarão de qualquer intervenção, eles próprios tratarão da sua vida.

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sábado, março 28, 2009

acolhe esta rosa em teus seios

foi um momento, um instante
uma chispa de teu profundo olhar
transmitiu tua felicidade, fiquei feliz



a minha querida amiga Sant'Ana apresentou hoje o seu delicioso livro "Contos da Fogueira". Tchim! Tchim!

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na senda do “tempo de pedra” - 20

na senda do “Tempo de Pedra”
O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo.



na Casa Senhorial da família Catanho de Menezes, Toxofal de Baixo - Lourinhã

A Casa Senhorial da família Catanho de Menezes é um conjunto de edificações dos séculos XVI a XVIII, de belo traço arquitectónico, situado na rua com o nome dos seus proprietários (Catanho de Menezes), via principal que atravessa a aldeia, com os números de porta 13 e outros. Até ao início do século XIX foi propriedade do capitão José António Baptista de Gouveia.




Tem um relógio de sol implantado na frente da casa, junto ao cunhal poente e sul do edifício e ligeiramente obliquado em relação à frontaria por forma a garantir a correcta orientação do mostrador a sul.




É um relógio de sol vertical meridional (mostrador orientado a sul) construído em quartzito, sendo o gnómon em ferro. O mostrador tem marcação horária em numeração romana, sendo datado de “1762” em numeração árabe.





Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios


“Tempo de Pedra” anteriores:
na Igreja de S. João Degolado, Terrugem, Sintra
na Igreja de S. João Baptista, S. João das Lampas, Sintra
na Capela de Santo António, Carvoeira, Mafra
na Ermida de Nª Sª do Ó, Carvoeira, Mafra
na Igreja de Santo Isidoro, Santo Isidoro, Mafra
na Casa de Sanzim, Sto. Amaro, Guimarães
no Posto de Turismo, Tomar
na Igreja de S. João Baptista, Tomar
na Igreja de Nª Sª do Bom Sucesso, Cacilhas, Almada
na antiga Casa de José Dias, Olho Marinho, Óbidos
na Quinta das Torres, Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal
na Igreja de Nª Sª da Conceição (antiga Ermida de S. Sebastião das Areias), Conceição, Peniche
na Igreja Paroquial de São Sebastião, Serra d'El Rei, Óbidos
no Jardim Doutor Santiago, Moura
na Igreja de Nossa Senhora da Purificação, Montelavar, Sintra
na Igreja de Nossa Senhora de Rocamador, Cheleiros, Mafra
na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Igreja Nova, Mafra
na Capela de São Julião, São Julião, Carvoeira, Mafra
na Praça D. Lourenço Vicente, Lourinhã

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sexta-feira, março 27, 2009

uma flor para... a marley

que tenhas muitas venturas
são desejos de "velho" amigo
neste tão feliz e primaveril dia



a minha amiga Marley, é a "Maria", é a autora do blogue Segredos de Deméter, fundamental nas parcerias luso-brasileiras desta Oficina

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um outro olhar

excerto de uma parceria com Segredos de Deméter (2003)



"Cai a primeira chuva de Outono em Vale do Rosal. Chuva miudinha, persistente, a chamada “chuva de molha tolos”. O céu toda a manhã encoberto mas com muito de azul à mistura, torna-se cinzento, uniformemente cinzento, dando a sensação que nunca mais deixará de ser assim.

Do solo emana um forte odor a terra, odor que invade os pulmões e, curiosamente, chega ao coração, ou será ao cérebro?, onde vai despertar uma série de sentimentos de bem-estar e de força, força telúrica e criadora.

As aves mais jovens, muitas delas nunca viveram antes esta época do ano, ensaiam voos mais baixos na procura dos insectos que se encontram mais junto ao solo. Apresentam sinais de alguma desorientação, mas muito em breve se adaptarão às novas condições climatéricas e voltarão a dominar o espaço como antes.

Os dias também já são mais curtos. O Sol tem um pouco mais de preguiça em se levantar no horizonte nascente, mas os melros não alteram o seu relógio biológico. Noite escura já lançam os seus piares estridentes, comunicando com os seus semelhantes a hora da alvorada."

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quinta-feira, março 26, 2009

doirada flor

são fulgentes como dobrões de oiro
os mesmos que a velha da capa-rica
legou depois de morta a el-rei



Acacial da Costa de Caparica, Praia do Sol, Almada - Portugal

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o ar que respiramos

sempre actual... lamentavelmente...


A “coisa” passou-se de forma tão sub-reptícia que nem eu próprio me apercebi do acontecido na altura, embora se um modo geral costume andar atento a movimentos fora do comum. Os próprios órgãos da comunicação social sempre tão atentos a movimentos suspeitos de gente suspeita nada registaram. Mas não há qualquer dúvida de que o funesto acontecimento teve lugar.

Um número ainda hoje por determinar de perigosos ladrões, com cadastro suficientemente sujo para intimidarem a segurança de qualquer país, evadiu-se de um estabelecimento prisional de alta segurança sem deixar rasto. Na calada da noite ou em plena luz do Sol, quem sabe?, puseram-se a monte acoitados por protecção do exterior.

Transformaram o seu visual recorrendo aos melhores cabeleireiros e institutos de beleza e modificaram a forma de falar, que de gutural e bruta passou a ser suave e melodiosa. Ganharam maneiras e passaram a ser citados nas revistas cor-de-rosa sempre ávidas de gente emergente no “soçaiti”. Aprenderam a linguagem do Povo e com este se misturaram nas praças e nos mercados.

Ganharam a confiança das crianças, das mães e dos pais, do Povo português e ganharam muito mais coisas. Mantiveram-se tranquilamente nos postos e posições onde foram sendo colocados e onde, eles próprios, se colocaram. Colocaram muitos amigos em posições importantes e o tempo foi passando, esbatendo as arestas mais vivas dos acontecimentos.

Um dia o Povo, absorto em tantos acontecimentos estranhos que aconteciam à sua volta, privatizações, desemprego, falências, pedofilia, apercebeu-se que haviam desaparecido dois ou três euros que tinha no fundo do bolso. Havia sido roubado. Os órgãos da comunicação social eram ufanos em diariamente anunciarem que a segurança das pessoas aumentava a olhos vistos, que o crime diminuía neste Pais já de si de brandos costumes.

Daí para a frente os euros do Povo desapareciam mal ele se distraía. Até mesmo quando julgava estar atento. Os ladrões andavam à solta de novo, bem vestidos e bem falantes, mas ladrões. Roubaram o emprego ao Povo. Roubaram a saúde ao Povo. Roubaram a escola ao Povo. Segurança quanto menos melhor para que os ladrões actuassem sem entraves. É fartar a vilanagem.

Senhores bem vestidos, de fatos de alpaca, a maioria de tons cinzento, aplaudiam. Aplaudiam freneticamente. Felicitavam-se uns aos outros por terem salvo o País. Os lucros chorudos das suas empresas eram prova disso. Bancos, seguradoras, mas também as empresas das águas privadas que um dia já haviam sido públicas...

O próximo negócio que já foi aprovado pelos senhores do poder, para o qual se prepara a regulamentação provoca algumas disputas entre os grandes grupos financeiros. Mas eles ir-se-ão entender para bem da Nação. O ar que respiramos vai entrar na concorrência liberal... Vamos pagar o ar que respiramos, na certeza de que terá muito melhor qualidade.

[O Povo tomou consciência da sua própria força. Voltou a aprisionar os perigosos ladrões que se haviam evadido da prisão de alta segurança]

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quarta-feira, março 25, 2009

acacial e linha dunar

a beleza das acácias
junto à linha dunar
há que proteger o equilibrio natural



Acacial da Costa de Caparica, Praia do Sol, Almada - Portugal

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uma pérola

o momento social e político
Atentos ao momento presente e aos acontecimentos relevantes da actualidade, em Portugal e no Mundo, expressamos o nosso pensar que aqui partilhamos através de uma análise exclusiva para este espaço. Não somos senhores da verdade absoluta, por isso, aceitamos o contraditório



Conheci-o há mais de 30 anos, quando ainda na força da juventude acalentávamos a esperança na mudança social deste País pela qual tanto havíamos batalhado. Encontramo-nos numa das inúmeras sessões de esclarecimento que se realizaram após o glorioso 25 de Abril de 2004. O tema foi o desenvolvimento económico preconizado depois da longa noite obscurantista e fasciata imposta pelo “estado novo”.

Quem o ouviu ficou encantado com a forma simples e clara como problemas tão complexos do foro económico e financeiro foram apresentados. Ele fazia parte de uma elite de economistas de grande saber, tais como Mário Murteira e Francisco Pereira de Moura. Estou a falar de Carlos Carvalhas.

Os anos passaram e fomo-nos cruzando vezes sem conta. Ora na esplanada de um restaurante da Costa de Caparica na hora do almoço, ora nos corredores de um comício ou na multidão de uma manifestação. Algum tempo como “camarada secretário-geral”, que sempre achei não ser o mais adequado à sua maneira de ser e de espôr o seu saber.

Este saber que tanto respeito tem sido, ano após ano, colocado sempre aos serviço dos mais desprotegidos por uma sociedade que cada vez mais valoriza os aspectos financeiros e da exploração desenfreada em detrimento do engrandecimento social das populações.

Hoje, mão amiga, fez-me chegar esta pérola de prespicácia e clareza que convosco aqui partilho:


Palavras Assinadas

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terça-feira, março 24, 2009

porta com o número 13

o número é esse como seria outro qualquer
porta com dimensão de gente de outras épocas
a teoria da evolução na prática



Casa senhorial, Toxofal de Baixo, Lourinhã - Portugal

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ocultas mensagens

Regressamos, espiritualmente, por momentos, ao Aqueduto dos Pegões Altos, em Tomar, mais concretamente à mãe d’água, a primeira para quem se aproxima vindo da Mata Nacional dos 7 Montes, para observar com mais atenção os elementos simbólicos que aí se encontram, à vista de um olhar mais atento:

Cúpula de abóbada perfeita

Janela voltada a NE

Cruz de Cristo vertical exterior no topo da cúpula

Cruz de Cristo deitada interior no “fecho” da abóbada

Aldraba de cruzeta em ferro na porta gradeada do mesmo material



Não pretendemos, nem capacidade e saber para tal possuímos, fazer uma análise cabalística dos mesmos, mas não temos dúvidas de que transmitem ondas exotéricas ao ponto de sermos “forçados2 a escrever este apontamento.

Estamos a cumprir o designio de evidenciar a beleza e imponência do Aqueduto dos Pegões Altos, peça arquitectónica fundamental para a “leitura” da presença dos Templários na Península Ibérica e tão olvidada por quem a deveria divulgar e enriquecer.

Mas estamos, de igual modo, a chamar a atenção do visitante para estes cinco símbolos, uma quina, da Bandeira e tradição portuguesas. Junta-se a este pensamento o 7, de 7 Montes, símbolo do planeta Terra.

Quantas mensagens ocultas não se encontrarão no Aqueduto dos Pegões Altos? A merecerem ser estudadas para bem do Conhecimento e do saber.

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segunda-feira, março 23, 2009

santo piroleiro

austero, estudioso, dedicado
para muitos um santo piroleiro
atrevido e casamenteiro



Santo António em granito, Capela da Quinta da Moita Longa, Toxofal de Cima, Lourinhã - Portugal

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o seu nome viktoria

Logo bem cedo, ainda a alvorada não se tinha de todo despedido para dar lugar ao dia aberto, dirigi-me à pastelaria do costume, ainda em tempo de rotina, onde habitualmente tomo o café da manhã. Tem fabrico próprio e tudo e o ambiente é familiar.

Na zona onde normalmente me sento não havia lugar livre pelo que tomei outro rumo. Hoje não teria a costumada cavaqueira com o senhor Paulo que, entretanto, não deixou de vir até à minha mesa para uma saudação matinal. Ontem, a noite correra mal para ele que é benfiquista mas lá vai aceitando os desaires com o proverbial “faire play”.

Fui atendido por uma empregada que hoje fazia o serviço das mesas do outro lado. Um sorriso bonito e um “_bom dia!” com alguma entoação eslava no falar.


Anotou o pedido, como sempre um café e um claudino, que muitos em Lisboa chamam caparicas, por ter sido uma criação dos pasteleiros da Costa de Caparica, atendendo-me com uma delicadeza pouco comum. Reparei então na letra do seu apontamento. Uma caligrafia perfeita, entre a escrita corrida e o desenho, encantadora.

Não resisti a comentar:
“_Que bonita letra!”
A um “_Ah!” quase envergonhado atrevi-me a perguntar: “_O que fazia no seu país?” (Eu sabia que ela era uma imigrante moldava).

Respondeu-me muito simplesmente:
“_Na Moldávia era professora de violino e de piano. Tirei a licenciatura na Universidade de St. Petersburgo.”

Fiquei sem palavras... muito embora aquele café me tivesse sabido a música de Mozart.

Conversámos um pouco mais. Fiquei a saber das dificuldades encontradas para trabalhar em Portugal onde tem a sua situação regularizada. Fiquei a saber das dificuldades em prosseguir a sua carreira, para o que, anualmente, as entidades oficiais portuguesas exigem a apresentação de documentação da Universidade de origem devidamente traduzida para português, com incomportáveis custos envolvidos.

Soube o seu nome: Viktoria.

Só consegui murmurar: “_Viktoria, nunca deixe de seguir o seu sonho!”

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domingo, março 22, 2009

estrela ou rosa-dos-ventos

é a flor estrela dos origamistas
é a rosa-dos-ventos da arte de marear
é o livre arbítrio do ser humano



Estrela de 16 pontas, Portal da Quinta da Moita Longa, Toxofal de Cima, Lourinhã - Portugal

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ameno entardecer

O entardecer ameno contraria o que os meteorologistas haviam previsto para o final do dia de hoje, um agravamento súbito das condições atmosféricas, posibilidade até de trovoadas pois as núvens deslizariam agrestes umas sobre as outras provocando no atrito criação de campos carregados de electricidade.

Os insectos aproximaram-se do solo com o pôr-do-sol o que deu origem aos voos razantes das andorinhas, já chegadas em quantidade significativa e que andam nos afazeres da preparação dos ninhos para tempos de maternidade que se aproximam.

Os melros elevam nos ares os seus cânticos de fim de tarde, estes melros de Valle do Rosal cantam como nenhuns outros, são os forasteiros que assim o dizem, enquanto a hora do recolher não chega, altura de com profundos “gritos” cantados combinarem o regresso aos ninhos, daqui até às faldas da Arrábida, pelo menos.

Vivem-se tempos primaveris, o renascer da esperança, o optimismo de que as sementeiras sejam fartas em cereais e que os pomares se cubram de coloridos frutos, sabores e aromas que já se sentem nas flores que cobrem as árvores.

Os jasmineiros estão vestidos de alvas flores e emanam doces odores que chegam a uma milha em redor, mas pela janela do meu sótão entram também os cheirinhos das milhentas rosinhas amarelas e das magnólias que a cada pétala que perdem uma verde e vivaz folha desponta.

Caminho veredas olhando o disco real que para os lados do mar procura refúgio para mais uma noite em que por certo aproveitará para visitar amizades de terras do sul, não perde o brilho mas toma tonalidades de fogo, logo mais vestir-se-á de azul e de lilás.

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sábado, março 21, 2009

argola de tempos passados

ainda hoje o caminho de acesso à quinta
é estreito, irregular, tortuoso
apropriado para transportes de outras eras



Argola de prender animais, Quinta da Moita Longa, Toxofal de Cima, Lourinhã - Portugal

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na senda do “tempo de pedra” 19

na senda do "Tempo de Pedra"
O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo.



na Praça D. Lourenço Vicente, Lourinhã - Lourinhã

A Praça D. Lourenço Vicente é um pequeno espaço ajardinado dedicado a uma ilustre figura da Lourinhã da qual existe um memorial no centro da referida Praça. Foi D. Lourenço Vicente nascido na Lourinhã em 1311, donde saiu muito novo. Dele somente volta a haver notícia em 1330 a estudar em diversas universidades francesas. Foi Arcebispo de Braga, conselheiro de D. João I, tendo pronunciado o discurso inaugural de aclamação do Mestre de Avis como Rei de Portugal, em 1385, e combateu na Batalha de Aljubarrota.



Tem um relógio de sol, utilitário num bebedouro público, criado por A. Arriola/C. Fiol para a empresa de equipamentos urbanos Escofet, de Barcelona. Trata-se de uma peça modelo Sarastro, da linha Flauta Mágica.



É um relógio de sol horizontal, em aço inoxidável, de fabrico recente. A sua orientação inicial estava incorrecta e foi corrigida (como se pode verificar pela dupla furação na base) mas apresenta ainda deficiência, orientado que está a SE. O mostrador tem marcação horária em numeração árabe (das 6 às 18 horas) e o gnómon é em aço inoxidável, dessimulando a saída da água do bebedouro.



Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios
Escofet – catálogo
D. Lourenço Vicente (Wikipedia)


“Tempo de Pedra” anteriores:
na Igreja de S. João Degolado, Terrugem, Sintra
na Igreja de S. João Baptista, S. João das Lampas, Sintra
na Capela de Santo António, Carvoeira, Mafra
na Ermida de Nª Sª do Ó, Carvoeira, Mafra
na Igreja de Santo Isidoro, Santo Isidoro, Mafra
na Casa de Sanzim, Sto. Amaro, Guimarães
no Posto de Turismo, Tomar
na Igreja de S. João Baptista, Tomar
na Igreja de Nª Sª do Bom Sucesso, Cacilhas, Almada
na antiga Casa de José Dias, Olho Marinho, Óbidos
na Quinta das Torres, Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal
na Igreja de Nª Sª da Conceição (antiga Ermida de S. Sebastião das Areias), Conceição, Peniche
na Igreja Paroquial de São Sebastião, Serra d'El Rei, Óbidos
no Jardim Doutor Santiago, Moura
na Igreja de Nossa Senhora da Purificação, Montelavar, Sintra
na Igreja de Nossa Senhora de Rocamador, Cheleiros, Mafra
na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Igreja Nova, Mafra
na Capela de São Julião, São Julião, Carvoeira, Mafra

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sexta-feira, março 20, 2009

surpreendente beleza

a cada instante a natureza nos surpreende
com imagens de rara beleza
a simplicidade de uma baga de eucalipto



Baga de eucalipto, Cachopos, Alcácer do Sal - Portugal

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"tempus" de afectos

Às 11 horas e 44 minutos de hoje inicia-se a Primavera no hemisfério Norte, quando o dia tem a mesma duração da noite e em que faltam 287 para labutar até ao final do ano. Momento mágico que é tempo de cumplicidade com os prados cobertos de amarelas flores que mais logo tomam os tons de lilás que são colhidas pelas ninfas para enfeitarem seus cabelos.

Estamos a viver o Equinócio da Primavera, tempo de renovação, de crescimento a caminho da maturidade, dos frutos saborosos. Época de sementeiras do trigo, da aveia, do centeio e da cevada.

Em termos esotéricos e da tradição este é o início do tempo de procurar a verdade da vida e de nos libertarmos das mentiras acumuladas no ano que passou. É o momento da purificação do corpo e do espírito. É época de recomeçar. É tempo de energia abundante, de intensidade e de persistência para atingirmos os nossos objectivos. É a época da dádiva espiritual e material.

Em astronomia, o equinócio é definido como um dos momentos em que o Astro-Rei, na sua órbita aparente vista da Terra, cruza o equador celeste, a linha do equador terrestre projectada na abóbada celeste.

Os antigos gregos, egípcios, sumérios, babilónios e celtas foram povos que agradeciam à "mãe terra" tudo o que ela lhes oferecia: alimentos, curas e riquezas. E agradeciam com festividades e cerimónias que eram realizadas no início e final de cada estação, ou seja, nos equinócios e solstícios. A Primavera, em quase todas as tradições, é tida como a fase de fertilidade e beleza da Natureza, é quando todos os seres, plantas e animais, acordam de seu repouso (inverno) para um novo ciclo de produtividade.

O Sol vai aproximar-se trazendo consigo o Verão tão desejado na costa lusitana, que os corpos estão sedentos de serem beijados pelo Astro-Rei, dando-lhes tons cobreados que trazem à memória tempos de nomadismo, caminhos percorrido de terra em terra na busca do espaço prometido.

Nesta terra lusitana, vão imperar as tonalidades de verde e amarelo, depois salpicos de lilás e de vermelho. Do outro lado do Atlântico, que é estreito para a vontade indomável de povos que se querem bem, o castanho e o doirado tomam o lugar que há pouco deixaram em Portugal, no eterno ciclo das estações do ano.

É quando tudo se enfeita e se torna belo e fértil, para garantir a frutificação. Não é sem sentido que a Primavera é considerada a mais bela estação do ano.

"Vai-te ao longo da costa discorrendo,
e outra terra acharás de mais verdade,
lá quase junto donde o Sol ardendo
iguala o dia e noite em quantidade.
"
Lusíadas,II,63.


A Primavera é tempo de afectos...

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quinta-feira, março 19, 2009

memórias

a pureza da brancura e da alma
das memórias de nossos antepassados
as referências



Flores de Jasmim, Jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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dia do pai manel

Para mim, o dia de hoje, é o Dia do Pai Manel.

Meu pai, o "Manel da drogaria", mais conhecido pelo “pau preto”, magrinho e muito escuro, cedo começou a contribuir para o rendimento da casa paterna, primeiro como marçano de drogaria, depois como empregado de balcão. Trabalhador e poupado chegou a ter negócio seu.

Sempre foi uma importante referência no desenvolvimento da minha vida, pela sua honradez e pela seu posicionamento relativamente ao trabalho. Se foi referência de vida representou, igualmente, uma importante memória dos tempos passados.

Inesperadamente, é sempre assim, retirou-se da minha vivência deixando um vazio que nunca mais foi possível preencher. Perdi a sua companhia e o seu aconchego e deixei de contar com o seu insubstituível recurso da memória do passado.

Perdi, eu próprio, muitas das minhas memórias...

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quarta-feira, março 18, 2009

bem-me-quer encantado

ganhou a cor do encantamento
deu luz e energia ao jardim
pisca o olho com cumplicidade ao luar



Malmequer, Jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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venham ver as acácias em flor

A partir dos princípios de Fevereiro, quando as condições climatéricas são precocemente primaveris, ou no decorrer do mês de Março, quando estas são mais adversas e teimam em prolongar a invernia, toda a zona compreendida entre as designadas "terras da Costa" e o Mar Atlântico cobre-se profusamente de um manto amarelo dourado, com o florescer do acacial.

Esta zona de vegetação, ímpar no nosso País, além da função primordial de fixação do longo areal que vai da Trafaria à Fonte da Telha, protege as fecundas "terras da Costa" da brisa do mar e serve de tampão aos fogos florestais, tendo em conta a sua fraca capacidade combustível.

Designada "Mata das Dunas da Trafaria e da Costa de Caparica", integrada na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, foi instalada entre os finais do século passado e os anos 60, com a finalidade de fixar as areias de dunas móveis, estendendo-se pela zona fronteira à arriba, sendo constituída essencialmente por várias espécies de acácias (Acácia sp.), predominando a Acácia cianophyla.



Se a instalação cuidada e sistemática do acacial data de anos recentes, com existência entre os trinta e os cem anos, a sua florescência espontânea perde-se na bruma dos tempos imemoriais, encontrando-se referências lendárias dispersas, sem marco nem era determinados.

Na época da floração do acacial, quem percorre a Descida das Vacas, vindo da Charneca de Caparica na direcção da entrada para a Praia do Rei, ao virar na curva sobranceira ao mar, é agradavelmente surpreendido por uma paisagem sem igual, onde um vasto manto verde se apresenta profusamente salpicado de vários cambiantes de amarelo, dependendo do estado de maturação das suas flores.

O amarelo, contrastando com o azul do mar e do céu, com o verde da vegetação, reflectindo a luminosidade ímpar do Sol da Caparica, emana fulgores dourados que estão, por certo, ligados ao imaginário popular do ouro amoedado que enriquecia a capa da velha, uma "Capa-Rica", segundo a lenda, na origem do topónimo de Caparica.



Não é difícil de crer que a velha mulher que a lenda refere, descesse do interior onde vivia num pobre casebre até à borda d’água, até ao acacial onde colhia muitas flores douradas que transportava no interior da sua capa. Os vizinhos e outras pessoas com que se cruzava vislumbravam laivos dourados consoante a misteriosa mulher se deslocava, imaginando que transportava consigo ouro amoedado de não menos misteriosa origem. Daí à lenda foi um passo, não muito longo, por certo.

O Gabinete da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica tem instalado nesta zona, à beira da Praia da Rainha, um Centro de Informações que proporciona aos visitantes passeios guiados por esta maravilhosa zona, percorrendo trilhos e caminhos onde a observação do acacial é mais interessante.

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terça-feira, março 17, 2009

arco em flor

foi ganhando cor e forma
pouco a pouco com a segurança da beleza
hoje é arco florido de luz



Orquídeas, Jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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comida de tasca requintada

Peniche é sempre um interessante destino para dar oportunidade ao olhar e ao pensamente de se espraiar por mares sem fim ao encontro das encantadas Berlengas que no imaginário das gentes poderá ser o aflorar bem perto da nossa costa da misteriosa Atlântida.

E estas gentes de imensa imaginação são gentes boas, que contrariam a frase ideomática resultante de um erro de interpretação histórica, “amigos de Peniche”, com o significado de traidores e ingratos. Nada mais errado em relação a estas gentes de uma terra de progresso e de saber social e solidário.

Viajar terras do Cabo Carvoeiro, por Peniche sua rainha, está escrito “como o destino” que há que degustar uma excelente refeição na Tasca do Joel, que no início dos anos 80 do século passado não seria mais do que um lugar de encontro de pescadores quando da faina regressavam e, a troco da compra do pão e do vinho, confeccionavam as suas próprias refeições num forno bem velhinho aí existente.

Uma dezena de anos depois, por iniciativa do filho do proprietário, já no local se apreciavam frango, entrecosto e bacalhau confeccionados “ao forno” e o local de conhecido pela qualidade nas redondezas e junto dos forasteiros, numa comunicação de boca a boca, ganhava a denominação que hoje tem: “Tasca do Joel”.



Optamos em tempo de calmaria por nos sentarmos a uma távola da esplanada agora com cobertura de vidro fosco com um serviço de mesas simpático e agradável, onde somente notamos a falta de guardanapos de pano que confere sempre uma comodidade acrescida.

A boca começou a ser preparada com o designado “prato pequeno de entradas” onde imperam umas minúsculas favas temperadas ao alho, uma saladinha de atum e pedaços de buzinas ao vinagrete. Uma delícia.



Embora os pratos do dia fossem atractivos (terça-feira) – Carne de porco à alentejana, Frango assado no forno à Camponês e Bacalhau com migas (com aparência divinal), optamos por “Choquinhos fritos com arroz de alho”, acompanhados, igualmente com um pouco de batatas fritas (naturais, nada de congeladas) e umas amêijoas abertas no molho que se mostraram deliciosas (amêijoa cão chamou-lhes o “chefe”).



A não perder no final do repasto “um pastel especial da casa”.

O chefe cozinheiro que “ilumina” todos os pitéus que são servidos nesta casa de comeres e sabedoria gastronómica é o Chefe Fernando Luz.


Tasca do Joel [1982] - gourmet
Chefe de Cozinha: Fernando Luz
Rua do Lapadusso, 73
2520-370 PENICHE GPS: 9.393068 N; 39,357010 O
Telef. (351) 262 612 816
Encerra às segundas-feiras


Apreciação global da refeição muito bom/bom

Originalidade do prato 4
Sabor e apresentação 5
Carta de vinhos 5
Apresentação e atendimento 5
Higiene da mesa e das loiças 5
Higiene dos serviços 4
Ambiente e decoração 5

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segunda-feira, março 16, 2009

espinhos e picos

os picos da vida
são os espinhos do ofício
mas a felicidade é possível



Cacto dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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mensagem

do meu camarada e amigo António Faustino:

"...apenas para manifestar o meu sentido reconhecimento por esta tua aventura pelo mundo da história, da cultura e esta tua nobre e saudável teimosia em lutar contra o tempo, na busca incessante pelo saber."

quem agradece é o pessoal da Oficina das Ideias. Bem hajas!!

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domingo, março 15, 2009

uma promessa de verão

da tonalidade das flores parece desprender-se
o maravilhoso odor prometido
dos frutos maduros deliciosos



Pessegueiro em flor, jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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areias

Deixa-me contar-te um segredo...

Um dia, já lá vão muitos anos [que nestas coisas do tempo que passa um ano pode parecer uma chispa, como um segundo uma eternidade] numa das muitas conversas que sempre tenho com o “nosso” mar falei-lhe numa Ninfa do Tejo que amava guardar areias de todas as praias, de todos os rios e ribeiros.

O “nosso” mar apaixonou-se pela tal Ninfa que tanto amava as areias, as mesmas que o mar acariciava desde tempos imemoriais, no seu continuado e doce espraiar, desígnio marcado para todo o sempre, ao sabor da influência da força das marés e dos ciclos lunares que acompanham a vida e as vivências, o sentir e os sentimentos.

O “nosso” mar sabia, contudo, que ali por cerca da Trafaria, perto de Alma(da) ou de A(l)mada, existia uma barreira natural intransponível, pelo Povo chamada “quebra do mar”, “onde o Tejo beija o Mar”... e os namorados procuram imitar quando a Primavera dá os seus primeiros sinais.

Então, segredou-me o “nosso” mar: “Pede à Ninfa do Tejo que guarde sempre junto das areias que tanto me confortam ao ritmo das marés, algumas palavras, mesmo sentires que eu um dia possa conhecer no Grande Areal da Caparica”.

Muitas vezes, no passar dos tempos, escritos de amor foram vistos gravados nos amplos areais e que somente o espraiar das ondas em espuma prateada tinha capacidade de apagar.

Lá no alto da arriba, no limite dos jardins do Convento dos Capuchos, sobranceiros ao mar azul, os “Olhares” os "Mil Olhos" do poeta Neruda acompanham com compreensão este diálogo que é paixão, como o poeta tão bem entendia lá pelas lonjuras do Pacífico.

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sábado, março 14, 2009

uma flor para... a micá

agora que se avizinha a primavera
que este dia para ti sempre seja
um renovar de venturas no caminhar da vida



Micá A minha comadre, tantas vezes confidente e cúmplice da profissão e da vida

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na senda do "tempo de pedra" - 18

na senda do “Tempo de Pedra”
O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo.



na Capela de São Julião, São Julião, Carvoeira - Mafra

É um pequeno templo de arquitectura religiosa rústica, construído sobranceiro ao mar Atlântico, sobre uma falésia escarpada. No seu modesto aspecto exterior esconde um surpreendente interior com paredes completamente forradas a azulejos, representando a vida de São Julião e de Santa Basilisa. A pequena capela é precedida de uma galilé datada de 1768.



Tem um conjunto de dois relógios de sol verticais, um meridional (mostrador voltado a sul) e outro, com dois mostradores (oriental e ocidental), construídos em pedra, colocados no cunhal da empena poente com a empena sul, na rectaguarda da capela.



O relógio de sol vertical meridional esta datado de “17 54” na parte superior do mostrador e tem a marcação horária em numeração romana. O gnómon é de ferro. O mostrador lateral voltado a nascente tem a marcação horária em numeração árabe e representado o Sol na parte direita do quadrante e a Lua na zona esquerda do mesmo. O mostrador lateral voltado a poente tem como marcação horária um misto de numeração árabe e romana (“I II III”).





Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios


“Tempo de Pedra” anteriores:
na Igreja de S. João Degolado, Terrugem, Sintra
na Igreja de S. João Baptista, S. João das Lampas, Sintra
na Capela de Santo António, Carvoeira, Mafra
na Ermida de Nª Sª do Ó, Carvoeira, Mafra
na Igreja de Santo Isidoro, Santo Isidoro, Mafra
na Casa de Sanzim, Sto. Amaro, Guimarães
no Posto de Turismo, Tomar
na Igreja de S. João Baptista, Tomar
na Igreja de Nª Sª do Bom Sucesso, Cacilhas, Almada
na antiga Casa de José Dias, Olho Marinho, Óbidos
na Quinta das Torres, Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal
na Igreja de Nª Sª da Conceição (antiga Ermida de S. Sebastião das Areias), Conceição, Peniche
na Igreja Paroquial de São Sebastião, Serra d'El Rei, Óbidos
no Jardim Doutor Santiago, Moura
na Igreja de Nossa Senhora da Purificação, Montelavar, Sintra
na Igreja de Nossa Senhora de Rocamador, Cheleiros, Mafra
na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Igreja Nova, Mafra

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sexta-feira, março 13, 2009

"cata-vento" para a isamar com afecto

caminhar nas planuras do além-tejo
sentir o perfume da primavera que se anuncia
no topo do "monte" roda o catavento ao sabor do suão



Catavento "diligência", monte alentejano, Sudoeste Alentejano - Portugal

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a magia da lua

Lua mágica que o sentir te maravilha
Quando nela espraias teu doce olhar
Cúmplice e confidente do caminhar
Na procura da vereda que o amor trilha

Nela se reflecte de azul o nosso mar
Que sempre está presente nesta partilha
Na espuma da sétima onda que fervilha
Na doirada areia seu destino e desejar

Na Lua olhamos o infinito e mais além
Onde um rosto nos sorri com a ternura
De quem está enamorado e nos quer bem

E na alegria vivida de tamanha ventura
No encontro perfeito e sem porém
A Lua brilhante é de estio e de doçura.

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quinta-feira, março 12, 2009

uma flor para... a jenny

os netos são "filhos duas vezes"
é bom vê-los crescer
e desejar-lhes todos os dias muitas felicidades



A "Jenny" é a Jennifer, neta luso-sueca, com muito carinho

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lugar comum

Numa conversa de amigos veio à fala um lugar comum, contudo dito com sentimento. Por isso, aqui o partilho com os meus amigos:


Olho para trás e de nada me arrependo... estou feliz e tranquilo... sinto que ninguém prejudiquei na minha viagem... contudo, se pudesse voltar a tempos idos ia aproveitar para aprender mais

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quarta-feira, março 11, 2009

luar de crescer o dia

brilhante disco, eterna juventude
que se alevanta lá para os lados da raia
e que ilumina rios e ribeiras, e mares



Lua Cheia (100%) às 2 horas 38 minutos

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há trinta e cinco anos

Seres ignóbeis
Tentando destruir a Liberdade
Destruir o Povo
Lançam sobre os homens libertos
Mortíferos engenhos, ferocidade
No engano de atitudes e conceitos.

Traidores do Povo
Que de povo não merecem nome
Melhor são
Seres repelentes e sem escrúpulos
Para quem o poder e a exploração
São a árvore, os frutos, a vida.

Larvares entes
De espírito tortuoso e doentio
Na sombra
Seu lar, sua família, seu mundo
Imaginam cínicas atitudes
De reacção pela destruição e morte.

Répteis mortíferos
Que lançam a morte contra o Povo
Que mentem
Que cínica e cobardemente traem
Para que o sangue corra nas valetas
E turve a alegria da Liberdade.

Mas o Povo
Trabalhadores, intelectuais, gente
De mãos dadas
Na verdade, no querer, no ser
Desmascaram mentes pútridas
E erguem bem alto a liberdade, a Vida.

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terça-feira, março 10, 2009

entardecer no rio sado

ao sol poente é tempo de recolher
repouso merecido de dura labuta
as avezitas alimentam-se da riqueza do rio



Porto palafita, rio Sado, Comporta, Alcácer do Sal - Portugal

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de volta à escola

Caminhar para Sul pelo Sudoeste Alentejano e pela Costa Vicentina é uma tentação que facilmente se transforma em paixão. Está sempre presente no meu sentir o chamamento das amplas planícies, onde o olhar se perde para lá da linha do horizonte na busca permanente da moira encantada, cabelo doirado cor de palha a contrariar os traços anatómicos da sua origem para lá do Mediterrâneo.

Mas também o apelo das escarpas recortadas onde o mar azul em prata se transforma, processo milenar de alquimia que os sentidos nos encanta.

Uma vez mais, como tantas outras vezes aconteceu, a rota seguida faz-nos aproximar do Sado, rio azul a beijar a cidade de Setúbal, que é atravessado num dos diversos “ferries” que garantem a ligação às terras de Tróia, onde relíquias arqueológicas testemunham a passagem e permanência dos romanos por estes sítios em tempos passados.

À Comporta vamos seguir na direcção de Alcácer do Sal, deixando o olhar acompanhar as largas dezenas de cegonhas que na região nidificam e onde, aliás, já se resolveram a permanecer o ano inteiro rejeitando a tradicional migração para terras de África quando a invernia chega com suas temperaturas baixas.

Em Cachopos que já foi herdade e é hoje aldeia de portas abertas, encontramos uma escola primária, arquitectura do centenário, transformada em sítio de comeres. A decoração do interior é sóbria, mantendo a tradição da região alentejana, enquanto o exterior mantém a traça do sítio de estudar as primeiras letras.



Serviço de mesas agradável, de salientar as toalhas e guardanapos de pano, de brancura impecável, depois de termos passado pelo lava-mãos onde as mesmas são enxutas com um atoalhado individual de turco, substituindo com charme os toalhetes de papel ou os inestéticos secadores eléctricos.

A boca começou a ser preparada com tirinhas de pimento assado, temperados com azeite envinagrado, alhos e coentros, e com uma saborosa linguiça, no dizer dos estremenhos que não dos alentejanos, frita depois de cortada em pequenos pedaços. Noutros comeres havíamos em tempos sido surpreendidos por um magnífico grão com bacalhau desfiado (meia-punheta da região saloia?), com delicioso pão alentejano fatiado.

O repasto foi constituído por iguarias escolhidas do capítulo “cozinha tradicional” donde salientamos:

Açorda de marisco servida em tigela, bem condimentada a saber a frutos frescos do mar e do rio Sado também.



Já por lá havíamos degustado uma Espetada de Choco [com gambas], acompanhado de feijão verde, cenoura e batata tudo cozido no vapor. O choco servido muito macio mostrou-se soberbo ao paladar mais exigente, mas isso é algo que da memória veio agora para o texto.

Na segunda volta saboreámos Batatas de Rebolão – carne de porco no alguidar, bem condimentada de maça de pimentão, servido com batatinhas coradas depois de haverem sido cozidas [de rebolão].



O vinho escolhido foi o “da casa”, que se apresenta com marca própria “A Escola”, tinto de 2006 da região alentejana de Cuba, teria em algum tempo sido degustado por Cristóvão, o Colombo?, onde predominam néctares das castas aragonês e trincadeira.


Recomendamos como sobremesa o "doce da casa", miolo de pinhão triturado misturado com doce de ovos e polvilhado com canela, a "fazer boca" ao cafézinho (sem açúcar) acompanhado de licôr de bolota directamente da cabaça para o cálice q.b..

O chefe cozinheiro merece o registo do nome, chefe Henrique Galvão, também ele “homem do mar” como o seu homónico histórico, pela forma soberba como confeccionou os manjares que foram servidos aos Reis, comensais Teresa e Victor, que almoçaram por cerca de 40 Euros.

A Escola – restaurante
Chefe de Cozinha: Henrique Galvão
Cachopos – 7580 Alcácer do Sal
Telef. 251 265612816
Encerra às segundas-feiras


Apreciação global da refeição bom/muito bom

Originalidade do prato 4
Sabor e apresentação 4
Carta de vinhos 4
Apresentação e atendimento 4
Higiene da mesa e das loiças 5
Higiene dos serviços 5
Ambiente e decoração 4

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segunda-feira, março 09, 2009

memória presente

na alvorada de abril
mulheres, homens, como um só
rebentaram as grilhetas da opressão



Medalha cunhada pela Gravarte num Dia da Mulher muito especial, em 1975

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a garrafa trazida pelo mar

No final da tarde, tarde cálida de Outono, já o Sol se começava a deixar cair na linha do horizonte para mais uma noite de descanso nas profundezas do mar, o velho homem do bar sentou-se na areia em plácida contemplação deste momento único.

A maré-cheia havia depositado na orla prateada do rebentar das ondas milhares de conchas de bivalves mas, igualmente enormes “cachos” de mexilhões ainda vivos recém arrancados a algum rochedo das profundezas,

À sétima onda, aquela que mais forte tem a rebentação, o mar depositou sobre um suave banco de areia, logo ali a vinte metros de distância, um objecto, uma garrafa, uma garrafa com uma mensagem dentro.

“Era uma linda tarde de Outono, o mar chão, temperatura amena, cheirinho a maresia. Ao longe bem na linha do horizonte, vislumbrei um vulto que caminhava na minha direcção, com passada larga, rapidamente nos aproximámos...parecia alguém conhecido, apercebi-me que carregava algo, ao aproximar-me verifiquei que o vulto vinha curvado pelo peso de um grande sacão...não tive dúvidas era um "ancião de cabelos brancos " meu conhecido há uns tempos, não me reconheceu preocupado que estava no transporte de tão volumoso saco...preocupada parei e então apercebi-me do que ele transportava...ninfas de várias tonalidades amontoadas no sacão transparente tentavam soltar-se...curiosamente todas elas tinham os pés de fora!!! seguiu o seu caminhar e eu pensei...”

O velho “lobo do mar” sentiu correr duas lágrimas nos sulcos do rosto tisnado pelo sol e pelo sal. Sentiu, contudo, que outras oportunidades haveriam de surgir...

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domingo, março 08, 2009

rosinhas em dia de sol

neste dia de sol tão especial
para as mulheres do universo
que lutam por um mundo luminoso



Rosinhas amarelas, Jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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mulher

Mulher força da Natureza
Ânimo do homem na luta pela Liberdade
Liberdade tu própria
Que lutas e sofres
Numa sociedade burguesa que te destrói
Dizendo amar-te

Mas tu Mulher
Que sempre soubeste erguer bem alto a tua vontade
E o teu querer
Que na adversidade de uma sociedade machista
Lutaste pelo ideal de seres considerada Mulher
És agora justamente projectada
Para a vanguarda das forças progressistas

Tu
Mulher-mãe
Mulher-mulher
Mulher-lutadora
Mulher-companheira
Mulher-trabalhadora
Bendita sejas!

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sábado, março 07, 2009

lua enamorada

a lua está enamorada
é espelho do afecto e do carinho
de quem bem se quer



Lua crescente, céus de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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na senda do “tempo de pedra” 17

na senda do “Tempo de Pedra”
O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo.


na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Igreja Nova - Mafra

É um templo de três naves restaurado no século XIX (em 1874), distingue-se por um interessante portal manuelino, de feição rural, e onde se misturam elementos góticos e renascentistas. No espaço envolvente existem duas edificações, uma de cada lado, que terão sido utilizadas para acolher os peregrinos. Sobre o portal da igreja existe uma pedra com a data de 1255.



Tem um relógio de sol colocado num plano inclinado construído no prolongamento da frontaria, num suporte de pedra ligeiramente oblíquo em realação à parede por forma a garantir uma correcta orientação.



É um relógio de sol do tipo vertical meridional (mostrador voltado a sul), construído em pedra e o mostrador tem as marcações horárias em numeração árabe. O gnómon é uma vara metálica simples. Tem a data de “1822” gravada no mostrado por cima do gnómon.





Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios


“Tempo de Pedra” anteriores:
na Igreja de S. João Degolado, Terrugem, Sintra
na Igreja de S. João Baptista, S. João das Lampas, Sintra
na Capela de Santo António, Carvoeira, Mafra
na Ermida de Nª Sª do Ó, Carvoeira, Mafra
na Igreja de Santo Isidoro, Santo Isidoro, Mafra
na Casa de Sanzim, Sto. Amaro, Guimarães
no Posto de Turismo, Tomar
na Igreja de S. João Baptista, Tomar
na Igreja de Nª Sª do Bom Sucesso, Cacilhas, Almada
na antiga Casa de José Dias, Olho Marinho, Óbidos
na Quinta das Torres, Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal
na Igreja de Nª Sª da Conceição (antiga Ermida de S. Sebastião das Areias), Conceição, Peniche
na Igreja Paroquial de São Sebastião, Serra d'El Rei, Óbidos
no Jardim Doutor Santiago, Moura
na Igreja de Nossa Senhora da Purificação, Montelavar, Sintra
na Igreja de Nossa Senhora de Rocamador, Cheleiros, Mafra

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sexta-feira, março 06, 2009

pelas matas d'el rei

por trilhos reais caminhar
na sombra de seculares pinos
de encantamento e mistério



Mata dos Medos, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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novos indicadores de leitura

De acordo com os critérios editoriais da Oficina das Ideias criamos, frequentemente, novos apontadores de leitura. Três razões fundamentais nos levam a essa decisão:

1 – Pela qualidade extraordinária que encontramos em determinado blogue, de acordo com a nossa avaliação pessoal;
2 – Como reconhecimento aos comentários que são deixados nos posts da Oficina das Ideias;
3 – Em resultado da permuta de indicadores de leitura.

Esta permuta desinteressada de indicadores de leitura é uma das características mais positivas da blogoesfera e de quem a utiliza com espírito construtivo e solidário que coloca acima dos seus pessoais interesses a satisfação dos leitores.

Damos conta, de seguida, de alguns dos mais recentes, solicitando a todos os companheiros da blogoesfera que estando abrangidos pelos critérios referidos não tenham o respectivo indicador de leitura na Oficina das Ideias que nos façam chegar essa informação.


Novos indicadores:

Perfume de Jacarandá, de Lilás (Portugal) – “Quem és tu. Quem és tu que assim vens pela noite adiante, Pisando o luar branco dos caminhos, Sob o rumor das folhas inspiradas? – Sophia de Mello Breyner Andersen”.

Miluzunha-Blog, de Milu (Portugal) – “A melhor forma que encontrei de me expressar”.

Cata-Vento, de Isabel (Portugal) – “Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores. Há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis. – Bertold Brecht”.

DZ Designer de Jóias, de Dri (Brasil) – “Namastê! O divino que habita em mim saúda o divino que habita em você!”.

Ferroada, de Carlos Rebola (Portugal) – “Os poderosos são aqueles a quem TODOS delegaram o poder, e é por isso que são poderosos, então façam o que lhes compete por delegação de todos, isto até parece uma falácia mas não é...”.

Pimenta Cor-de Rosa, de Rose (Brasil) – “Pimenta nos olhos dos outros...”.

Animaleza, de Greenie (Portugal) – “Um blog sobre Natureza, Animais e outras coisas tais”.

Mundo Azul, de Zélia Nicolodi (Brasil) -

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quinta-feira, março 05, 2009

bagas de vermelho vivo

bagas de vermelho muito vivo
no contraste com o azul celeste
e o verde muito verde cor da mata



Sabina-das-praias (Juniperus turbinata), Mata dos Medos, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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68 meses na blogoesfera

A chegada da primeira andorinha do ano a Valle do Rosal é sempre sinal de mudança, sentir que a removação sempre é possível, e que o ciclo da vida segue sem hesitações o caminho desde sempre traçado que vamos moldando com o recurso ao nosso livre arbíitrio. Assim se cumpriu os 68 meses de publicação contínua da Oficina das Ideias.

Como mensalmente fazemos questão de reafirmar, sublinhamos do nosso estatuto editorial da primeira hora: “textos e imagens próprios e originais, a temática da cultura de um Povo e da defesa da região da Praia do Sol e desenvolvimento dos afectos e do muito querer”.

Continuamos a contar com o empenhamento do nosso “irmão fotógrafo” Olho de Lince que com as suas imagens anima os nossos textos, muitas das vezes bem modestos.

As visitas atingiram a cifra de 622.042 (segundo o “SiteMeter”) e de 755.344 (de acordo com o “NeoCounter”), sem a correcção resultante dos dados dos registos anteriores, com origem em 154 países dos 199 existentes. A média de visitas na última semana deste período foi de 394/dia.

No âmbito da interactividade foram feitos na Oficina das Ideias cerca de 60 comentários com a contribuição de 22 dos nossos leitores e amigos.

Um agradecimento especial a Blogger.com/Blogspot.com onde editamos e alojamos a Oficina das Ideias desde a primeira hora.


Quadro de Honra

Lilás, do Perfume de Jacarandá (Portugal)
MFC, do Pé de Meia (Portugal)
Milu, do Miluzinha-Blog (Portugal)
Verônica, do Momentos de Vida (Brasil)
Amigona, do Instantes da Vida (Portugal)
Isabel, do Cata-Vento (Portugal)
Mdsol, do Branco no Branco (Portugal)
Cláudia P, do Cor de Dentro (Brasil)
Victor, do Des-Encantos (Portugal)
James Stuart, do Szerinting (Hungria)
Luana Calazans (Brasil)
Dri, do DZ Designer de Jóias (Brasil)
Carlos Rebola, do Ferroada (Portugal)
Mariazita, do A Casa da Mariquinhas (Portugal)
Alves Fernandes, de O PreDatado (Portugal)
Pedro Gouveia (Portugal)
Gasolina, do Árvore das Palavras (Portugal)
Greenie, do Animaleza (Portugal)
Observador, do Reflexos (Portugal)
São, do São (Portugal)
Ana, do Médio Tejo (Portugal)
Rose, do Pimenta Cor-de-Rosa (Brasil)



A TODOS o nosso MUITO OBRIGADO

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quarta-feira, março 04, 2009

uma flor para... a yonara

com muita cor estas flores
são símbolo do desejo de felicidades
neste dia tão especial



Yonara é uma querida amiga brasileira que tem o blogue "Templo de Hecate" desde o tempo dos "primeiros passos" da Oficina das Ideias

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a arte de bem madrugar

8 de Junho de 1984, madrugada, há comunicação bidireccional nos emissores da RDP-Antena 1. Diniz Nazareth há pouco regressado à antena depois de ter conduzido a animação em diversos cruzeiros realizados um pouco por todos os 7 mares lança o seu programa “A Arte de Bem Madrugar” e recebe diversos cebeístas (operadores da Banda do Cidadão – radiocomunicação de todos) em animada cavaqueira.

Microfones abertos e telefones operacionais a interactividade com os ouvintes vai num crescendo noite fora numa grande jornada de divulgação e enaltecimento do impacto social dum meio de comunicação rádio, á época no auge da utilização em Portugal, na Europa e no Mundo.

Diniz Nazareth entrou na onda de solidariedade que foi sendo criada consoante as horas iam passando. Entusiasmou-se com os depoimentos recebidos sobre as informações de trânsito que os cebeístas forneciam, numa época em que pouco existia sobre o assunto. Chegou uma chamada telefónica do Brasil dando testemunho do envio de medicamentos para o país irmão que haviam sido solicitados via éter (com o envolvimento da estação Asa Doirada).

Ainda hoje ouvi o Diniz Nazareth na RDP dando informações de trânsito e pensei se ele ainda se recordaria do entusiasmo com que ouviu falar a esse voluntários das comunicações desse assunto. Não duvido que tenha aí recebido essa noção de serviço público.

Terminado o programa, já raiava a madrugada para os lados do Quelhas e aí seguiu esse grupo que toda a noite estivera em antena na direcção da Ribeira para um reconfortante “Cacau da Ribeira”

Já passaram sobre este acontecimento quase 25 anos... Diniz Nazareth está hoje no serviço das “informações de trânsito”, da RDP.

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terça-feira, março 03, 2009

arriba fóssil

nas escarpas a pique sobre o mar
contam-se milhões de anos de existir
no permanente evoluir da natureza




Arriba Fóssil, Costa de Caparica, Almada - Portugal

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